Célia Aparecida Ferreira Tolentino - Faculdade de Filosofia e ...
Célia Aparecida Ferreira Tolentino - Faculdade de Filosofia e ...
Célia Aparecida Ferreira Tolentino - Faculdade de Filosofia e ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
32<br />
C ÉLIA TOLENTINO<br />
(advogado e diretor do DOPS); José Ávila Diniz Junqueira chefi aria a pasta da<br />
Justiça (advogado <strong>de</strong> carreira na máquina pública, assessor municipalista <strong>de</strong> Jânio<br />
Quadros); e José Bonifácio Coutinho Nogueira, que assumiria a Agricultura<br />
(advogado, produtor rural, membro da UDN e ex-representante estudantil). Para<br />
Coutinho Nogueira, sua escolha esteve marcada também, e principalmente, pelo<br />
fato <strong>de</strong> ser um agricultor mo<strong>de</strong>rno e possuir uma fazenda mo<strong>de</strong>lo na região <strong>de</strong><br />
Campinas com produção agrícola e pecuária altamente tecnifi cadas para a época,<br />
conforme seu <strong>de</strong>poimento em 02/03/88.<br />
Seriam ainda indicados Américo Portugal Gouvêia, advogado e membro<br />
da equipe <strong>de</strong> Carvalho Pinto na Secretaria da Fazenda, para a chefi a da Casa Civil,<br />
e Plínio <strong>de</strong> Arruda Sampaio, advogado, ex-promotor público, membro atuante<br />
do PDC, para a assessoria <strong>de</strong> gabinete do governador e coor<strong>de</strong>nação do que viria<br />
a ser chamado <strong>de</strong> Plano <strong>de</strong> Ação, o plano <strong>de</strong> diretrizes do governo, a exemplo<br />
do Plano <strong>de</strong> Metas <strong>de</strong> Kubitscheck. Ainda em outubro <strong>de</strong> 1958, Carvalho Pinto<br />
anunciaria que seu governo daria ênfase aos chamados setores sociais, <strong>de</strong>fi nidos<br />
como educação e assistência médico-sanitária.<br />
A <strong>de</strong>speito da propagada <strong>de</strong>svinculação partidária, Carvalho Pinto seria<br />
reconhecido como pe<strong>de</strong>cista quando, em 1963, assumiria o Ministério da Fazenda<br />
durante a gestão João Goulart. Nesse período, ocupava o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte<br />
do PDC e, segundo a leitura <strong>de</strong> Thomas Skidmore, era importante porta-voz da<br />
opinião centrista: “A nomeação <strong>de</strong> Carvalho Pinto tranquilizou os críticos <strong>de</strong> Jango,<br />
tanto no país como no estrangeiro [...]” (SKIDMORE, 1969, p. 93).<br />
Ainda durante a campanha, Adhemar <strong>de</strong> Barros lançaria sobre<br />
Carvalho Pinto a pecha <strong>de</strong> “candidato cartola”, fazendo alusão à sua condição <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte do chamado paulistano <strong>de</strong> 400 anos. Descen<strong>de</strong>nte também <strong>de</strong> uma<br />
geração <strong>de</strong> homens públicos, era sobrinho-neto <strong>de</strong> Rodrigues Alves, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Brasil no período <strong>de</strong> 1902 a 1906, e fi lho <strong>de</strong> Virgílio Carvalho Pinto, várias<br />
vezes <strong>de</strong>putado.<br />
PLANO DE AÇÃO: RACIONALIDADE E PLANEJAMENTO COMO EXPRESSÃO DE<br />
MODERNIDADE<br />
O Plano <strong>de</strong> Ação do Governo Carvalho Pinto é, como aponta Mendonça<br />
<strong>de</strong> Barros (1975), uma das primeiras tentativas <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> planejamento<br />
regional no Brasil. Segundo este pesquisador, além <strong>de</strong>ste caráter pioneiro, teria<br />
sido bastante efi ciente, <strong>de</strong> modo que as metas teriam sido cumpridas em sua