17.04.2013 Views

Célia Aparecida Ferreira Tolentino - Faculdade de Filosofia e ...

Célia Aparecida Ferreira Tolentino - Faculdade de Filosofia e ...

Célia Aparecida Ferreira Tolentino - Faculdade de Filosofia e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O FARMER CONTRA O JECA<br />

A COMPOSIÇÃO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DURANTE A GESTÃO CARVALHO PINTO<br />

É interessante recordar ao leitor que Carvalho Pinto foi eleito<br />

por uma coligação que reunia Partido Democrata Cristão (PDC), Partido<br />

Socialista Brasileiro (PSB), Partido Liberal (PL), Partido Trabalhista Nacional<br />

(PTN) e a União Democrática Nacional (UDN). Segundo o estudo <strong>de</strong> Maria<br />

Vitória Benevi<strong>de</strong>s (1976), o chefe do executivo paulista havia contado ainda<br />

com o apoio não ofi cial <strong>de</strong> uma ala do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB),<br />

que juntamente com o Partido Social Progressista (PSP) apoiara a candidatura<br />

<strong>de</strong> Adhemar <strong>de</strong> Barros. Segue nesta direção a afi rmação <strong>de</strong> Rui Marcucci, em<br />

entrevista à autora em 04/04/1989, quando o então assessor <strong>de</strong> imprensa do<br />

governador diz ter ouvido <strong>de</strong> Carvalho Pinto a “confi ssão” <strong>de</strong> que recebera um<br />

apoio secreto do Partido Comunista Brasileiro – PCB. Como os comunistas<br />

estavam formalmente vinculados ao PTB à época, é possível que se tratasse do<br />

apoio <strong>de</strong>sta ala <strong>de</strong>scontente com a sustentação à candidatura <strong>de</strong> Adhemar <strong>de</strong><br />

Barros. A propósito <strong>de</strong>ste candidato, Regina Sampaio (1982), no estudo Adhemar<br />

<strong>de</strong> Barros e o PSP, observa que o Partido Social Progressista, <strong>de</strong>nominado “o<br />

partido <strong>de</strong> Adhemar”, era, <strong>de</strong> fato, a gran<strong>de</strong> força política <strong>de</strong> São Paulo na época,<br />

suplantando a representação <strong>de</strong> partidos nacionais como a UDN, PSD e PTB.<br />

E sobre o PTB paulista, Maria Vitória Benevi<strong>de</strong>s (1976) observaria que este,<br />

a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> sua força no quadro político nacional, era frágil em São Paulo,<br />

<strong>de</strong>sarticulado e i<strong>de</strong>ologicamente inconsistente. Assim sendo, o PSP, com 14<br />

<strong>de</strong>putados estaduais eleitos para a gestão 59/63, era a maior bancada da oposição<br />

ao Governo Carvalho Pinto.<br />

O projeto <strong>de</strong> lei da Revisão Agrária entraria na pauta da Assembleia<br />

Legislativa <strong>de</strong> São Paulo em princípios <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1960. Neste ano, Jânio Quadros<br />

e Adhemar <strong>de</strong> Barros eram candidatos à presidência e as alianças partidárias se<br />

re<strong>de</strong>fi niam a partir <strong>de</strong>ste embate em escala nacional. Seguindo a estratégia política<br />

corrente à época, as alianças partidárias em nível estadual nem sempre refl etiam<br />

posição dos parlamentares no plano fe<strong>de</strong>ral. Em nível nacional, a coligação<br />

PSD/PTB estava ofi cialmente apoiando a candidatura do General Lott e João<br />

Goulart. Mas, embora a bancada do PSD paulista contasse com 12 <strong>de</strong>putados<br />

eleitos e o PTB tivesse seis representantes estaduais em São Paulo, apenas três<br />

<strong>de</strong>putados paulistas estavam empenhados com esta coligação e com a campanha<br />

à presidência: os comunistas fi liados ao PTB, que compunham a chamada “ala<br />

extrema nacionalista”, conforme observa a pesquisa <strong>de</strong> Benevi<strong>de</strong>s (1976). Os<br />

67

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!