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de Francisco de Mello e Castro.—Nossa Senhora d'Ajuda, 4 de Março de 1777.
—Com a rubrica da< Rainha nossa senhora.»
Três annos depois, a Junta congregada para examinar o processo instaurado
contra o Marquez, não podendo vir a um accordo unanime de seus membros,
dava conta do encargo nos termos seguintes:
«Aos vinte e dous dias de Maio de 1780, na Secretaria d'Estado dos Negócios
do Reino, na presença do ill. mi) e ex. mo Marquez de Angeja, e do ill. mo e
ex. m0 Visconde de Villa-nova de Cerveira; foi proposto aos ministros abaixo
assignados, que examinando o processo feito ao Marquez de Pombal, deliberassem
o procedimento que se devia ter com elle, ou no foro, estando o dito
processo nos termos de ser remettido a elle, ou camerariamente.
«Aos desembargadores José Ricalde Pereira de Castro, Manuel Gomes Ferreira,
e José Luis da França, pareceu: que o processo que se apresentava devia
ser considerado como um principio de diligencia, visto que n'elle se não havia
conhecido de muitos delictos de que o Marquez de Pombal era infamado notoriamente,
e de outros deduzidos dos mesmos papeis apprehendidos ao Marquez
: e que n'estes termos seria conveniente que Sua Magestade por seu decreto
mandasse continuar a diligencia, e abrir uma devassa na qual se inquira
de todos os sobreditos delictos: declarando Sua Magestade no mesmo decreto,
que pelas diligencias já praticadas com o Marquez em conseqüência, e pelas
do decreto de 3 de Septembro, está o Marquez convencido, e provados os delictos
deduzidos dos seus escriptos.
« Ao desembargador José de Vasconcellos e Sousa pareceu egualmente; que
por ora se devia suspender a decisão dos merecimentos do processo até aqui
feito; e que se devia expedir o decreto para a continuação das diligencias, e
devassa, na fôrma que dirá no voto particular, que fará subir á presença de
Sua Magestade.
« Aos desembargadores José Alberto Leitão, e João Pereira Ramos, pareceu:
que o processo não está nos termos de se -impor por ora pena alguma; e que
por isso se devem continuar.diligencias, e proceder á devassa, acima indicada:
sem mais pronuncia ou declaração no decreto, visto achar-se isto executado no
decreto de 3 de Septembro do anno passado.
«Aos desembargadores José Joaquim Emaus e Bruno Manuel Monteiro pareceu
: que havendo-se feito este processo particular sobre os delictos, que fizeram
o objecto d'elle; e achando-se legalmente provados os ditos delictos, se
devia julgar e sentenciar camerariamente o mesmo processo, para não ficar em
suspenso o castigo, que o Marquez tem merecido; sem que isto sirva, ou possa
.servir de embaraço a quaesquer outros procedimentos, que Sua Magestade for
servida mandar instituir sobre os outros differentes delictos do Marquez. =
José Luis da França —José Ricalde Pereira de Castro = José de Vasconcellos e
Sousa = José Joaquim Emaus = Bruno Manuel Monteiro = Manuel Gomes Ferreira—José
Alberto Leitão —João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho.»
Sebastião José de Carvalho e Mello terminou seus dias no desterro, falecendo
em Pombal, com 83 annos de edade, a 8 (alguns escrevem erradamente
a 5) de Maio de 1782. Passados septenta e quatro annos, no 1.° de Junho de
1856, os seus ossos transferidos de Pombal para Lisboa por diligencia de seu
bisneto e successor na casa, o actual Marquez do mesmo titulo, foram emfim
decentemente collocados na capella de N. S. das Mercês, pertencente á dita
casa, e que servira por mais de um século de egreja parochial da freguezia da
mesma invocação. Realisou-se a trasladação com apparatosa solemnidade, e celebraram-se
previamente exéquias de corpo presente no templo de Sancto Antônio
da Sé, a expensas da Câmara Municipal de Lisboa. (Vej. no Diccionario,
tomo v, o n.» J, 1235.)
Em graça dos que pretenderem estudar mais attentamente a vida e acções
d'este celeberrimo ministro, ou a quem incitar o desejo de colligir o muito que
a seu respeito existe impresso dentro e fora de Portugal, e que reunida ás obras