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Baixar - Brasiliana USP

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VI 439<br />

admittem appellaçâo para instância superior. Eis como elle se exprime a este<br />

propósito no seu Tratado da metrificação portugueza, pag. 21 da segunda edição:<br />

«A tentativa, não já moderna, mas em que tanto insistiu modernamente<br />

o nosso, aliás bom ingenho, Vicente Pedro Nolasco, de fazer versos portuguezes<br />

hexametros e pentametros, é uma chiméra, sem o mínimo vislumbre de possibilidade.<br />

Carecendo de quantidades, condição indispensável para os onze pés<br />

do dístico, o portuguez nada mais pôde que arremedal-o, como um João de<br />

Ias Vinhas, mechido por arames, imitaria os passos, gestos e acções de ura<br />

actor vivo e excellente; mas insistir em tão evidente matéria, e que de mais<br />

a mais ninguém hoje contraria, fora malbaratar o tempo, que as sãs doutrinas<br />

estão pedindo, etc»<br />

Não com animo de embargar a sentença irrecusável, nem ainda com o<br />

intento de contrapor auctoridade a auctoridade, consinta-se que, sequer como<br />

syjiples curiosidade litteraria, fique tambem aqui registado outro trecho em<br />

sentido opposto, de um nosso distincto contemporâneo, senão eximio poeta,<br />

ao menos erudito e illustrado philologo, e tido por bom humanista, e conhecedor<br />

dos segredos de versificação. É José Maria da Costa e Silva, que na sua traducção<br />

impressa dos Argonautas fecha o prólogo a pag. 26 com as cláusulas<br />

seguintes:<br />

«Quanto á versificação, escolhi o verso hendecasyllabo solto, bem que alguma<br />

vontade tivesse de FAZER USO DO HEXAMETRO, DE QUE A NOSSA LÍNGUA<br />

É MUITO SUSCEPTÍVEL, já pela facilidade com que admitte as transposições, já<br />

pela abundância de dicções dactilicas, e pela clareza e determinada accentuação<br />

de suas vogaes, como se prova por muitos ensaios que se têem feito d'este<br />

metro, que pôde ainda aperfeiçoar-se muito. Seria este o meio de dar o poema<br />

verso por verso. Nãõ hesitaria, em fazer uso d'elle, se o meu original fosse a<br />

Eiada, a Odyssea ou a Eneida: mas não me atrevi a apresentar ao publico um<br />

poeta desconhecido, trasladado em metro egualmente desconhecido.»<br />

E tão crente estava h'estas doutrinas desde muitos annos, que fora elle<br />

próprio um dos que, seguindo o trilho de Vicente Pedro, trabalharam por exemplificar<br />

na practica a theoria que adoptaram por verdadeira. A elle se devem alguns<br />

d'esses mesmos ensaios adduzidos para prova, dos quaes podem ver-se<br />

no tomo in das suas Poesias colligidas e publicadas em 1843-1844, entre outros<br />

de menor vulto, uma epístola a pag. 232, que escreveu em versos hexametros<br />

e endereçou ao dr. Nolasco, na occasiâo em que este compuzéra o Incêndio de<br />

Moskow; e a pag. 265 e seguintes um epicedio á morte do poeta dramático<br />

Antônio Xavier Ferreira de Azevedo, em egual metrificação, etc.<br />

VICENTE PEREIRA DE CARVALHO GUIMARÃES, natural da<br />

cidade do Porto, e nascido a 12 de Maio de 1820. De suas circumstancias índividuaes<br />

sei apenas, que transportando-se de Portugal para o Brasil exercera<br />

no Rio de Janeiro o magistério durante alguns annos, na qualidade de Professor<br />

do Lycêo da Juventude, e do Collegio inglez de B.Willmot; profissão<br />

que parece haver trocado pela de Solicitador de causas nos auditórios civis e<br />

CrÍm Í70) ÍE^o etímo^de Janeiro, Typ. Univ. de Laemmert 1842. 12,<br />

de vm-90 pag.—Segundo as informações que obtive, esta pequena collecção<br />

de poesias acha-se de muito tempo exhausta. ,<br />

V m) Romanceiro brasilico. Com estampas Tomo i. Rio de Janeiro,Typ<br />

TTniv de laemmert 1844. 8.» gr. de xxx-118 pag.—Dedicado pelo auctor a<br />

S A' R o pnnSpe D Luis, colde d'Aquila, cujo retrato se acha á frente do<br />

volume-Este Primeiro tomo (não consta que mais algum se publicasse)<br />

lomprehende: ACabana india^em verso.-A Cruz de pedra, em prosa.-<br />

D fírnnrn em verso —Edição tambem exhausta. . .<br />

D. ^«^g^j^-j^^^sahra o tomo i, tendo por frontispicio pnmitivo<br />

uL eS^a lithographada, com o titulo seguinte: Ostensor brasileiro,

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