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VENANCIO BERNARDO DE OCHOA, Formado em Leis pela Universidade
de Coimbra, Desembargador e Deputado ás Cortes constituintes em
1837. Ouvi que depois d'essa epocha se ausentara de Portugal, retirando-se
para o Brasil, e que lá falecera. Estas noticias, comtudo, carecem de confirmação.—E.
40) Projecto para melhoramento dos estudos em Portugal, offerecido a seus
concidadãos. Lisboa, Typ. de José Baptista Morando 1834. 4.° de 38 pag.
Acerca de assumptos análogos, e que dizem respeito á instrucção publica,
e seus diversos ramos, vej. no Diccionario, tomo vi, o n.° M, 1048, bem como
as referencias feitas no fim d'esse artigo.
41) VENUS MAÇONNA: poema pelo I:. I,\ Luiz Brado, Cav.\ Esc.:,
membro da R.\ L.\ dos Corações Constantes ao O. - , de Grenoble: offereddo a
todos os MM. W . Reg.: ao O.-, de'Lisboa, pelo I.-. M.'. /.-. Br. E.\ L.-. Traduzida
(sic) do francez por * * *. Lisboa, na Imp. Liberal, rua Formosa n.° 42. 1822.
4.° de 57 pag., em que se comprehendem ante-rosto, frontispicio e dedicatória
aos maçons. O assumpto d'este poema ou arremedo dramático era fôrma ritual,
como bem se collige do titulo, é a iniciação de.Venus rios mysterios maçonicos.
Conservo d'elle um exemplar, desde a data da publicação, ou pouco menos.
No mercado vi apenas um ou dous, em annos recentes. O sr. dr. Pedro Augusto
Dias, da cidade do Porto, em um catalogo ou indice de folhetos avulsos,
que se dignou enviar-me, inclue este opusculo, que diz não ter nome de auctor,
data ou logar de impressão, sendo aliás no referido formato, e com o numero
de paginas que fica indicado. N'este caso é mister que ao exemplar de s. s,"
fosse arrancado o rosto, ou será acaso de edição posterior á primeira, em que
taes circumstancias se omittissem.
Ao mandar para o prelo este artigo, occorreu-me dar também logar ao
seguinte, com intento de tornar mais amplo o Diccionario em uma especialidade
com que de principio não contara.
42) VÉO (O) LEVANTADO, OU O MAÇONISMO DESMASCARA­
DO: isto ê, o ímpio e execrando systema dos Pedreiros-livres, conspirado contra
a religião catholica, e contra o throno dos soberanos. Obra traduzida do
francez para instrucção dos portuguezes: accrescentada com um appendix, que
contém os signaes e senhas dos Pedreiros-livres, e a Constituição Maçonica em
Portugal. Lisboa, Imp. Liberal, rua Formosa n.» 42. 1822. 8." de 279 pag.—
Posto que começado a imprimir no dito anno, este livro só chegou a concluir-se
já depois da queda do governo constitucional, isto é, depois de Junho de 1823,
como declara o editor a pag. 213. Pouquíssimos exemplares tenho visto no
mercado.
O que n'elle se contém de mais importante, para os que tomarem n'isso
algum interesse, é a reproducção textual e exacta da Constituição da Maçonaria
em Portugal, que vem de pag. 215 a 279. Esta Constituição, ou lei orgânica,
a primeira que a Ordem maçonica'teve n'este reino, o da qual não pude ver
nem sei que se imprimissem exemplares em separado, tem a data de 18 do 5.°
mez do anno da G.\ L.\ 5806, isto é, 7 de Agosto de 1806, e foi decretada
pelo congresso formado dos representantes de todas as lojas, que compunham
n'essa epocha o G.\ O.-. Lusitano, a saber: Regeneração, Concórdia, Virtude,
Amisade, Beneficência, União, Fidelidade, e Amor da Razão.
Esta Constituição foi reformada em 1822, e substituída por outra que jamais
vi impressa, mas que o foi por esse tempo, ao menos na ilha da Madeira,
segundo um documento verídico que tenho presente. Ainda por essa epocha e
annos depois, a maçonaria formava em Portugal um só corpo (salvas as desintelhgencias
passageiras occorridas entre o Grande Oriente e a loja Regeneração,
constantes do Manifesto (Diccionario, tomo v, n.° M, 9). Porém durante
a emigração de 1828 a 1832, a divergência de opiniões entre os emigrados deu