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434 VI<br />

de vermelho.—E no fim diz: «Foy impressa a presente obra em a muy nobre<br />

e sempre leal cidade de Lixboa per mandado Delrey nosso senhor, e vista pola<br />

saneta inquisição: impressa per Germam Galhardo, impressor de S. A. aos 11<br />

de feuereiro. anno de mil e quinhètos e cincoêta e quatro annos. Lausdeo». 4."<br />

No reverso do rosto tem: «Prólogo de Vicente da Nazareth, e Jorge Caruálho,<br />

e de Thomé da Cruz, índios. A elRey nosso senor sobre ha doetrina<br />

xpãa que S. A. lhes mãdou tresladar na lingoa q se chama Tamul».<br />

São rarissimos os exemplares d'este Cathecismo, e não sei que algum tenha<br />

apparecido no mercado, nem o encontrp tão pouco descripto por Barbosa, ou<br />

por algum outro bibliographo nacional ou estrangeiro.<br />

VICENTE PEDRO NOLASCO DA CUNHA, Bacharel em Medicina<br />

e Philosophia, formado na Universidade de Coimbra; Membro do Conservatório<br />

Beal de Lisboa, etc.—N. na villa das Caldas da Rainha pelos annos de<br />

1773, e foi filho de Antônio José Ferreira da Cunha e de D. Anna Xavier de<br />

Carvalho. Pelo lado paterno era parente em grau próximo do celebre e infeliz •<br />

José Anastasio da Cunha (Diccionario, tomo iv, pag. 221), como por mais de<br />

uma vez ouvi a elle próprio. Homem bem apessoado, de aspecto agradável, e<br />

de estatura agigantada, provocando com isso os sarcasmos de José Agostinho,<br />

que em algumas de suas satyras manuscriptas o apodava com a alcunha de<br />

gigante de breu. A ser certo o que ha muitos annos me contaram a seu respeito<br />

pessoas que o conheciam de longa data, era no tempo da invasão franceza<br />

presidente ou Veneravel de uma das lojas maçonicas então existentes em<br />

Lisboa, na qual por occasiâo da solemnidade e banquete da Ordem em 24 de<br />

Junho de 1808 se brindou á saúde do Príncipe regente, e da casa de Bragança,<br />

esbulhada a esse tempo do throno, e de todos os direitos á soberania, pelo decreto<br />

de Napoleão, que Junot communicára pouco antes aos portuguezes na<br />

sua proclamação do 1." de Fevereiro! Esta demonstração patriótica, apezar do<br />

segredo que devia acompanhal-a, transpirou de sorte que foi ter aos ouvidos<br />

do general francez; este. mostrou-se muito irritado, e Vicente Pedro receioso<br />

das conseqüências, tractou de prevenil-as, emigrando promptamente para Inglaterra.<br />

Associando-se em Londres ao seu collega dr. Bernardo José de Abrantes<br />

e Castro, foi collaborador na empreza do Investigador Portuguez, periódico<br />

politico-litterario, cujo n.° 1.° appareceu em Junho de 1811, sob a protecção<br />

do Conde do Funchal, embaixador n'aquella corte. (Vej. no Diccionario, tomo<br />

in, n.° I, 140.) Mais tarde acompanhou como particular a Vienna de Áustria<br />

o Conde, depois Duque de Palmella, enviado plenipotenciario ao congresso por<br />

parte de Portugal; fazendo pelo mesmo tempo algumas excursões nos estados<br />

da Allemanha, e uma digressão a Paris, onde tractou de perto o nosso afamado<br />

lyrico Francisco Manuel, indo encarregado pelos membros do club de negociantes<br />

portuguezes em Londres de entregar ao grande poeta o produeto de<br />

uma subscripção promovida em seu beneficio. Das conferências tidas com Filinto<br />

conservava ainda nos últimos dias memória fresca e saudosa; e rriais de<br />

uma vez se comprazeu de relatar-mas com escrupulosa minuciosidade, de que<br />

muito poderia aproveitar-me se as puzesse por escripto, o que infelizmente<br />

não me oceorreu então. Voltando para Londres, continuou a collaborar na<br />

redacção do Investigador, porém com pouca assiduidade, se devemos crer o<br />

que d'elle nos conta José Liberato Freire de Carvalho, que nas suas Memórias<br />

se lhe não mostra muito affeiçoado sempre que d'elle fala, aceusando-o de timidez<br />

e indolência (vej. as ditas Memórias, a pag. 132,134,138,152,155,168 e<br />

416). O Duque de Palmella, seu amigo, lhe obteve com tudo do governo uma<br />

pensão vitalícia de 400:000 réis, a qual, se não me engano, só lhe foi conferida<br />

no anno de 1823, quando o mesmo duque entrara no ministério depois<br />

da queda da Constituição, apezar de que José Liberato pareça dizer outra cousa<br />

a pag. 169. Tambem é certo haver-lhe sido conservada essa pensão em quanto<br />

viveu, embhora subjeita aos atrazos de pagamento provenientes dos apuros

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