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Concani, pag. 83 a 126 da edição do mesmo Ensaio em separado, ou pag. cxix
a CLXII do que precede a Grammatica.
Afora estas, escreveu mais o P. Thomás Estevam :
171) Carta dirigida a seu pae, logo depois da sua chegada á índia, na
qual não só se contém unia particular e interessante narração da sua perigosa
navegação á roda do Cabo, mas fâz n'ella mui secretas observações no sentido
inteiramente mercantil sobre o estado do tracto e commercio dos portuguezes,
do qual elle evidentemente deseja que seus compatriotas hajam de obter uma
parte. Anda impressa na collecção de viagens de Hakluyt, segundo refere o
mglez Philip Anderson, The English in Western Índia, second edition, Londou
1856, a pag. 6; remettendo também para a Histoire générale des voyages de C. A.
Walkenaer. Esta noticia nos dá o sr. Rivara no próprio seu artigo a que alludo
no principio do presente, não podendo pela minha parte verificar as citações,
por falta de tempo para procurar as obras indicadas.
P. THOMÁS JOSÉ DE AQUINO, Presbytero secular, litterato do século
xvin, conhecido sobre tudo pelas duas edições das Obras de Luis de Camões,
que preparou e dirigiu em 1779 e 1782, e a respeito das quaes se levantou
na imprensa uma acirrada polemica, por parte do P. José Clemente, congregado
do Oratório, como já disse no tomo iv, pag. 290. — Não foi possível descobrir
até agora noticias certas da naturalidade do P. Thomás, nem do anno do «eu
nascimento, com quanto seja elle um escriptor quasi contemporâneo, falecido
já no século actual, e tendo passado em Lisboa senão toda, a maior parte da
sua longa vida! Inducções que me parecem razoáveis, persuadem a suppol-o
nascido pelos annos de 1718 a 1720. Exerceu o cargo de Sub-bibliothecano da
Real Meza Censoria, e depois da Meza da Commissão geral sobre o exame e
censura dos livros, até á extincção d'esta em 17 de Dezembro de 1794. Creio que
passara depois a servir na Secretaria do Desembargo do Paço, com os outros
empregados d'aquella repartição extincta. Diz-se que para o fim da vida fora
atacado de monomania. Por exame ocular feito nos livros do registo dos óbitos
da freguezia de N. S. da Encarnação, verifiquei que falecera a 13 de Fevereiro
de 1804, morando então na rua dos Calafates, em casa (ao que posso julgar) do
professor de grammatica latina Manuel Rodrigues Maia (Diccionario, tomo vi,
pag. 95) de quem era amigo intimo desde muitos annos. Foi sepultado na egreja
de N. Senhora do Monte. Fez testamento, que deverá existir registado nos livros
competentes, hoje archivados no Tribunal da Relação de Lisboa, e d'esse documento
poderão talvez colher-se a seu respeito mais esclarecimentos que a
falta de tempo me impediu de averiguar. Que fora homem estudioso, versado
em humanidades, de bastante erudição, e zeloso pela gloria e incremento das
letras pátrias, bem o testificam os seus numerosos escriptos, cuja maior parte,
por um singular capricho, publicou anonymos ou sob nomes suppostos, dando
com isso causa a que o seu ficasse menos conhecido da posteridade. Notarei
no presente artigo d'esses escriptos aquelles que ouvi attribuir-lhe pela voz
geral dos que o conheceram, e ainda outros, que creio haver descoberto por
minha própria e exclusiva diligencia, sem comtudo lisonjear-me de incluir
todos os que lhe pertencem; pois tenho motivo de crer que mais alguma cousa
existe impressa, sahida da sua penna, por antigas reminiscencias que d'isso
conservo.
Eis ahi tudo o de que por agora posso dar noticia:
172) Delicioso jardim da Rhetorica, tripartido em elegantes estâncias* e
adornado de toda a casta de flores da eloqüência; ao qual se ajuntam os opusculos
do modo de compor e amplificar as sentenças, e da airosa coüocação e estructura
das partes da oração. Segunda edição mais correda e augmentada, etc.
Lisboa, na Offic de Manuel Coelho Amado 1750. 8.° de xn-69 pag., as quaes
são de numeração dobrada, tendo em frente o original latino, e ao lado a versão
portugueza.—Não tem o nome do traduçtor: e posto que se diga segunda