Revista Intercâmbio 2011 - Sesc
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20<br />
Momento de leitura livre<br />
em sala de aula; inclusive<br />
a professora está com<br />
um livro.<br />
Imagem cedida pelo SESC<br />
Garanhuns, Departamento<br />
Regional do SESC em<br />
Pernambuco.<br />
professores. Levando-se em conta o conceito de experiência coletiva,<br />
a moral dos contos infantis como uma característica do tipo<br />
de texto, muitos fatores entram em jogo e colocam a todos nesse<br />
tipo de situação. Os professores também foram crianças e tiveram<br />
as próprias experiências na sua formação de leitor, e elas voltam,<br />
ou melhor, vivem consigo. Benjamin fala que o passado não é o<br />
lugar onde encontrar os “culpados”, mas um caminho que, quiçá,<br />
poderia ter sido diferente. Neste sentido, olhar o passado pode<br />
nos possibilitar outra experiência de futuro. Professores que não<br />
gostam de ler podem passar a amar(!) e, assim, compartilhar da<br />
nova paixão e contagiar as crianças (para isso, ler junto e na frente<br />
da turma é fundamental) e muito mais gente também.<br />
Se há atenção na ressignificação de nossa história de vida, relacionada<br />
ao nosso percurso de leitor, muita coisa bacana pode<br />
ser feita. E compreendendo a leitura como experiência coletiva,<br />
as crianças precisam participar de projetos de leitura que<br />
envolvam suas famílias, de momentos em que leiam sozinhas,<br />
em duplas, em grupos, para os amigos, para que a leitura seja<br />
uma prática que os conecte com o outro, sentindo medo, prazer,<br />
alegria, tristeza, permitindo críticas, permitindo até não<br />
ler. Como diria Pennac (1993, p. 140-141),<br />
(...) se quisermos que filho, filha, que os jovens leiam, é urgente lhes<br />
conceder os direitos que proporcionamos a nós mesmos, que seriam os<br />
direitos imprescritíveis do leitor.<br />
Pennac (1993, p. 140), ao registrar tais direitos, a que ele também<br />
chama de “autorizações”, nos permite pensar: se a leitura é uma<br />
experiência coletiva, por que a nossa experiência como leitor,<br />
a experiência do adulto como leitor, não pode ser “a mesma”<br />
Concepção de infância e leitura como experiência coletiva:<br />
algumas implicações na formação de leitores na Educação Infantil do SESC<br />
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