Revista Intercâmbio 2011 - Sesc
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Menina de 3 anos na sala<br />
de aula, que deixou o<br />
carrinho de boneca para<br />
pegar o livro.<br />
Imagem cedida pelo SESC<br />
Navegantes, Departamento<br />
Regional do SESC no Rio<br />
Grande do Sul.<br />
Como podemos observar, a leitura da criança aos olhos do<br />
autor é um ato em que, mais do que a submissão a um texto<br />
poderoso, há um sujeito poderoso que compartilha da experiência<br />
do narrador a sua maneira.<br />
E continua o texto:<br />
Frente ao seu livro ilustrado, a criança coloca em prática a arte dos taoístas<br />
consumados: vence a parede ilusória da superfície e, esgueirandose<br />
entre tapetes e bastidores coloridos, penetra em um palco onde o<br />
conto de fadas vive. [...]. Nesse mundo permeável, adornado de cores,<br />
onde a cada passo as coisas mudam de lugar, a criança é recebida<br />
como companheira. Fantasiada, com todas as cores que capta lendo e<br />
vendo, a criança entra no meio de uma mascarada e também participa.<br />
Lendo — pois encontram-se as palavras adequadas a esse baile de<br />
máscaras, as quais revolteiam confusamente no meio da brincadeira<br />
como sonoros flocos de neve. Príncipe é uma palavra cingida por uma<br />
estrela, disse um menino de 7 anos (BENJAMIN, 1984, p. 55).<br />
A leitura no SESC, com tantos espaços, acervos, propostas e<br />
escolas, especialmente na Educação Infantil, está em meio à<br />
perspectiva de experiência coletiva, podendo passar longe<br />
da ideia de “preparar o futuro leitor”. Se concebemos a criança<br />
como um sujeito da cultura, que age, tenta compreender e<br />
modificar o mundo, a escola não pode ser uma experiência<br />
do devir, mas do hoje, do agora. Pensar a formação do leitor<br />
na creche e na pré-escola é vê-la como algo muito maior.<br />
Vygotsky, ao falar da arte como algo verdadeiramente humano,<br />
coloca a experiência da leitura como mais um dos caminhos<br />
para a aproximação entre os homens, para a nossa humanização.<br />
E como diz Walter Benjamin (1996, p. 123), quem está na<br />
companhia do narrador nunca está sozinho.<br />
Concepção de infância e leitura como experiência coletiva:<br />
algumas implicações na formação de leitores na Educação Infantil do SESC<br />
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