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Revista Intercâmbio 2011 - Sesc

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SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO INTERCÂMBIO . RIO DE JANEIRO . v. 1 . n. 1 . NOVEMBRO/FEVEREIRO | p. 76-97<br />

variação da dimensão da saúde; ela é uma nova dimensão da<br />

vida” (p. 149).<br />

Para além de uma visão centrada no indivíduo, algumas correntes<br />

de pensamento na área da saúde vinham demonstrando<br />

a necessidade de focar as discussões e as políticas públicas<br />

em questões mais amplas, estruturais e complexas que se configuravam<br />

como os determinantes da saúde de indivíduos e<br />

de coletividades.<br />

Farinatti e Ferreira (2002) citam que, diante das críticas que<br />

o conceito negativo da saúde (como ausência de doenças) vinha<br />

sofrendo — apontando o desequilíbrio da alocação de recursos<br />

focados em ações biomédicas e exigindo a focalização<br />

nos determinantes sociais de saúde —, a Organização Mundial<br />

de Saúde desenvolveu uma primeira tentativa, em escala<br />

global, de estabelecer uma definição mais ampliada: “Saúde é<br />

um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não<br />

consiste apenas da ausência de doenças ou de enfermidades”<br />

(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1947, p. 1). Nota-se, no<br />

entanto, que se por um lado esse conceito não facilita o entendimento<br />

do que seja um completo estado de bem-estar,<br />

devido ao caráter subjetivo que carrega, também continua<br />

mantendo uma forte relação entre saúde e doença.<br />

Enquanto a ciência optou pela redução, “colocando para si o<br />

desafio de alcançar o máximo da precisão e objetividade por<br />

meio da tradução dos acontecimentos em esquemas abstratos,<br />

calculáveis e demonstráveis” (CZERESNIA, 2003, p. 41),<br />

o fenômeno da saúde e do adoecer vem se apresentando de<br />

forma mais ampla e complexa. Como a forma pela qual a vida<br />

se manifesta, guardando dessa maneira uma singularidade e<br />

uma subjetividade.<br />

Na tendência de ampliar visões e ações em contraponto ao<br />

reducionismo biológico, alguns profissionais da área têm relacionado,<br />

frequentemente, o conceito de saúde com o de<br />

qualidade de vida, conforme postulado na Conferência Internacional<br />

sobre Promoção de Saúde, realizada em Ottawa, 1986<br />

(CZERESNIA, 2003; MINAYO et al., 2000).<br />

Entendendo qualidade de vida como um conceito polissêmico,<br />

Minayo et al. (2000) propõem sua divisão em duas esferas.<br />

À primeira, pode-se atribuir elementos não materiais e subjetivos<br />

como amor, liberdade, bem-estar, prazer, conforto,<br />

Reflexões sobre a relação entre exercício<br />

físico-esportivo, saúde e lazer<br />

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