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Revista Intercâmbio 2011 - Sesc

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INTERCÂMBIO . RIO DE JANEIRO . v. 1 . n. 1 . p. 76-97 |<br />

NOVEMBRO/FEVEREIRO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO<br />

84<br />

Reflexões sobre a relação entre exercício<br />

físico-esportivo, saúde e lazer<br />

foi apenas ressignificado ante as atuais demandas políticas,<br />

econômicas, sociais e culturais.<br />

Seja o ideal de saúde voltado ao homem equilibrado e perfeito<br />

(como na Grécia Antiga), seja o ideal que constrói um corpo vigoroso,<br />

combatente e de forte caráter (como nos séculos XVIII<br />

e XIX), seja o ideal de saúde que forja o homem de vida longa,<br />

apto e produtivo (a exemplo do movimento higienista e dos<br />

dias atuais), o movimento da saúde esteve sempre presente,<br />

tendo nas práticas de exercícios físicos um de seus mais fortes<br />

instrumentos de afirmação.<br />

Entendimentos sobre saúde e o papel<br />

dos programas de exercícios físicos<br />

A noção de saúde vem assumindo um valor universal e transcultural.<br />

Um sentido que se dá à vida, um bem maior a ser<br />

conquistado, mantido e expandido pelos indivíduos. Mas, concretamente,<br />

o que vem a ser saúde? Como, por intermédio do<br />

seu entendimento, podem ser delineadas linhas de pesquisa,<br />

políticas na área e intervenções?<br />

De acordo com Farinatti e Ferreira (2002), no curso da história<br />

o conceito de saúde se deu a partir do que não lhe corresponde:<br />

como ausência de doenças. Por sua vez, o conceito de doença<br />

estava vinculado a um desvio de padrão de normalidade para o<br />

funcionamento do corpo.<br />

O conceito de doença constituiu-se a partir de uma redução do corpo<br />

humano, pensado a partir de constantes morfológicas e funcionais, as<br />

quais se definem por intermédio de ciências como a anatomia e a fisiologia<br />

[...]. O corpo é, assim, desconectado de todo o conjunto de relações<br />

que constituem os significados da vida [...], desconsiderando-se<br />

que a prática médica entra em contato com homens e não apenas com<br />

seus órgãos e funções (CZERESNIA, 2003, p. 41).<br />

Canguilhem (2000), como um dos críticos das determinações<br />

normativas de saúde e de doença, baseadas em padrões e<br />

médias populacionais, postula que “o anormal não é necessariamente<br />

o patológico” (p. 106). A doença é uma espécie de<br />

norma biológica inevitável. O estado de boa saúde inalterado<br />

por toda a vida não tem como ser considerado algo normal.<br />

Um indivíduo é saudável quando tem capacidade de agir e reagir,<br />

adoecer e se recuperar. Dessa forma, “a doença não é uma<br />

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