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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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Cisjordânia, em violação ao direito internacional. Mais<br />

de 500 postos de controle e barreiras israelenses na<br />

Cisjordânia, além da cerca-muro, restringiram a<br />

circulação dos palestinos, sobretudo em Jerusalém<br />

Oriental, em partes de Hebron, no Vale do Jordão e<br />

nas áreas próximo às colônias. Os palestinos eram<br />

obrigados a obter autorizações das autoridades<br />

israelenses, ao passo que os israelenses, inclusive os<br />

colonos, podiam movimentar-se livremente nessas<br />

áreas. Houve constantes denúncias de hostilidades e<br />

abusos contra palestinos nos postos de controle pelos<br />

agentes israelenses. As restrições de movimento<br />

também impediram que os palestinos tivessem<br />

acesso a tratamento médico, água e terras cultiváveis.<br />

O bloqueio militar israelense à Faixa de Gaza<br />

entrou em seu sexto ano, prejudicando severamente<br />

a infraestrutura básica local, inclusive o fornecimento<br />

de água, de energia e o saneamento. Israel continuou<br />

a limitar severamente as exportações e as<br />

importações em Gaza, sufocando a economia local e<br />

fomentando um perigoso comércio de mercadorias<br />

contrabandeadas do Egito por passagens<br />

subterrâneas, que continuaram a tirar a vida das<br />

pessoas que utilizam esses túneis. Apesar das<br />

constantes restrições, um número maior de pessoas<br />

conseguiu cruzar a passagem de Rafah, na divisa<br />

com o Egito. Porém, permissões para deslocamentos<br />

até a Cisjordânia eram raras e difíceis de obter,<br />

mesmo para pacientes que necessitavam de<br />

tratamento médico urgente. Em setembro, o Tribunal<br />

Superior de Justiça de Israel sustentou sua política de<br />

separar Gaza da Cisjordânia, rejeitando uma petição<br />

de mulheres moradoras de Gaza que queriam<br />

estudar em universidades da Cisjordânia.<br />

Despejos forçados e demolições<br />

Em mais de 60 por cento da Cisjordânia, na parte<br />

denominada Área C, o exército israelense continuou a<br />

controlar o planejamento, o zoneamento e a<br />

segurança locais, demolindo casas palestinas com<br />

regularidade. Cerca de 604 estruturas foram<br />

destruídas – um terço das quais eram casas e 36<br />

eram cisternas de água –, resultando na expulsão<br />

forçada de aproximadamente 870 palestinos de suas<br />

moradias e afetando, pelo menos, outras 1.600<br />

pessoas. Os colonos israelenses continuaram a atacar<br />

os moradores palestinos e suas propriedades de<br />

modo praticamente impune. Os cidadãos palestinos<br />

de Israel, principalmente os que vivem em vilarejos<br />

Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />

“não reconhecidos” oficialmente na região de Negev,<br />

foram rotineiramente submetidos à demolição de<br />

suas casas pela Administração Territorial de Israel e<br />

por órgãos municipais.<br />

n Na Cisjordânia, o exército repetidamente demoliu<br />

casas, cisternas de água e abrigos para animais no<br />

vilarejo de Umm al Kheir e em outras localidades nas<br />

colinas ao sul de Hebron, enquanto vilarejos como Al<br />

Aqaba, Khirbet Tana, Humsa e Hadidiya foram<br />

ameaçados de demolição total.<br />

n A Administração Territorial de Israel demoliu tendas<br />

e outras estruturas em Al Araqib, um vilarejo “não<br />

reconhecido” no Negev, por 13 vezes em 2012, depois<br />

de já ter realizado outras dezenas de demolições desde<br />

julho de 2010.<br />

Impunidade<br />

As autoridades continuaram a omitir-se de conduzir<br />

uma investigação independente sobre os homicídios<br />

de civis palestinos por soldados israelenses na<br />

Cisjordânia e em Gaza, bem como de processar os<br />

responsáveis. Persistiu a impunidade pelos crimes de<br />

guerra cometidos pelas forças israelenses durante a<br />

Operação "Chumbo Fundido" em 2008-2009, e não<br />

havia qualquer indicação de que investigações<br />

independentes seriam conduzidas sobre as violações<br />

cometidas durante o conflito de novembro de 2012<br />

entre Gaza e Israel. Investigações policiais sobre as<br />

violências praticadas por colonos israelenses contra<br />

os palestinos raramente chegaram ao sistema judicial.<br />

n Em maio, as autoridades militares encerraram sua<br />

investigação sobre a morte de 21 membros da família<br />

Samouni, inclusive crianças, durante a Operação<br />

"Chumbo Fundido". A família estava abrigada em uma<br />

casa na qual os soldados israelenses ordenaram que<br />

eles entrassem, quando então foram mortos,<br />

aparentemente por bombardeio. As autoridades<br />

concluíram que as mortes não foram causadas por<br />

negligência dos soldados israelenses.<br />

n Em agosto, um soldado que, durante a Operação<br />

"Chumbo Fundido", matou a tiros duas mulheres<br />

palestinas que empunhavam uma bandeira branca,<br />

recebeu, em consequência de negociação de culpa,<br />

uma sentença de prisão de 45 dias "por uso ilegal de<br />

arma".<br />

n Em 28 de agosto, um tribunal de Haifa absolveu as<br />

autoridades israelenses de responsabilidade pela<br />

morte da ativista estadunidense Rachel Corrie, que<br />

morreu esmagada por uma escavadeira quando<br />

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