INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
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detidos arbitrariamente. Dois foram soltos no mesmo<br />
dia. No entanto, os outros três, Fidelis Mudimu,<br />
Zachariah Godi e Tafadzwa Geza, foram detidos<br />
ilegalmente em custódia da polícia por quatro dias,<br />
sendo que, no terceiro dia, foram transferidos<br />
ilegalmente para um local a mais de 400 km de<br />
Bulawayo. No dia 8 de novembro, os três foram<br />
libertados mediante o pagamento de fiança, tendo sido<br />
acusados de "causar danos intencionais à<br />
propriedade", com base no artigo 140 da Lei do Código<br />
Penal (Codificação e Reforma). As acusações contra<br />
Fidelis Mudimu foram posteriormente retiradas, ao se<br />
revelar que ele estava fora do país quando o suposto<br />
crime teria acontecido.<br />
Prisões e detenções arbitrárias<br />
n No dia 19 de janeiro, 17 ativistas foram presos em<br />
Bulawayo e levados à delegacia de polícia de<br />
Donnington, onde alguns foram espancados e<br />
sofreram maus-tratos. Mais tarde, eles foram<br />
transferidos para a delegacia central de polícia de<br />
Bulawayo, onde os abusos continuaram, antes que<br />
eles fossem soltos sem acusações.<br />
n Em 12 de março, as líderes da WOZA, Jennifer<br />
Williams e Magodonga Mahlangu, que compareceram<br />
a um tribunal para responder por acusações forjadas<br />
de sequestro e roubo, tiveram sua liberdade<br />
condicional injustamente revogada por um magistrado<br />
de Bulawayo e foram mantidas em prisão provisória. Os<br />
advogados de defesa haviam pedido o adiamento do<br />
julgamento, uma vez que Jennifer Williams estava com<br />
problemas de saúde, condição corroborada por escrito<br />
por um médico. O promotor, porém, acusou-a de fingir<br />
uma doença.<br />
n Em 27 de junho, 101 integrantes da WOZA foram<br />
presos em Bulawayo na manhã seguinte a uma<br />
manifestação pacífica, sendo detidos por cinco horas<br />
antes de serem soltos sem acusações.<br />
O artigo 33 da Lei do Código Penal (Codificação e<br />
Reforma) continuou sendo aplicado de modo<br />
arbitrário, com ativistas políticos e de outras áreas<br />
acusados de "minar a autoridade do Presidente ou<br />
ofendê-lo". Pelo menos 12 pessoas foram presas com<br />
base nessas acusações.<br />
n Em maio, Elton Mangoma, do MDC-T, ministro de<br />
Energia e Desenvolvimento Energético no GUN, foi<br />
preso e acusado de "minar a autoridade do<br />
Presidente ou ofendê-lo", devido a uma declaração<br />
que ele fizera no dia 18 de maio, no centro<br />
Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />
empresarial Manhenga, em Bindura, na província de<br />
Mashonaland Central.<br />
Tortura e execuções extrajudiciais em<br />
custódia policial<br />
Pelo menos oito pessoas morreram sob custódia da<br />
polícia em circunstâncias que indicam terem sido<br />
torturadas ou executadas de modo sumário.<br />
n Em 19 de março, três jovens que foram levados à<br />
delegacia de polícia de Southerton, em Harare,<br />
morreram em circunstâncias bastante suspeitas.<br />
Tendai Dzigarwi e Rufaro Mahohoma haviam sido<br />
presos em 18 de março, no bairro de Kambuzuma, nos<br />
arredores de Harare, por policiais da Unidade de<br />
Roubo de Veículos. Ele foram presos sob suspeita de<br />
terem roubado um veículo motorizado. Um terceiro<br />
homem, Emmson Ngundu, foi preso em 19 de março<br />
no distrito de Zvimba. A polícia alegou que os três<br />
foram mortos durante uma tentativa de fuga, mas o<br />
laudo da necropsia de Tendai Dzigarwi concluiu que<br />
ele havia sido morto com um tiro na cabeça disparado a<br />
uma distância de 2 a 3 cm. Depoimentos de<br />
testemunhas oculares sobre os ferimentos dos outros<br />
dois homens chegaram à mesma conclusão.<br />
n Em 13 de setembro, dois dias após ser libertado,<br />
Harrison Manyati faleceu no Hospital Central de Harare<br />
devido às lesões causadas pelas torturas que sofreu<br />
enquanto detido na delegacia de polícia de Makoni, em<br />
Chitungwiza. Harrison Manyati havia sido preso de<br />
modo arbitrário e detido ilegalmente, no dia 7 de<br />
setembro, depois de ter ido até a delegacia de polícia<br />
perguntar sobre um amigo que fora preso por<br />
arrombamento, roubo e invasão de propriedade. Os<br />
policiais o acusaram de cumplicidade e ele foi detido<br />
por quatro dias sem ser acusado ou levado a um<br />
magistrado. A polícia disse a seus familiares que<br />
Harrison não cometera qualquer crime. Quando foi<br />
libertado, ele processou os policiais por agressão.<br />
Segundo testemunhas oculares, Harrison foi torturado<br />
nos dois primeiros dias de detenção, sendo retido por<br />
mais dois dias para que as lesões cicatrizassem. Um<br />
laudo independente da necropsia concluiu que ele<br />
morreu em consequência direta de tortura.<br />
n Blessing Matanda foi encontrado morto em uma cela<br />
da base da polícia de Munyati, em Kwekwe, no dia 4 de<br />
outubro, quando detido em circunstâncias não<br />
esclarecidas. Blessing havia dito a um parente que o<br />
visitara que os policiais que o prenderam ameaçaram<br />
"dar um jeito" nele. A polícia alega que Matanda atirou<br />
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