INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
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o secretário-geral da ONU publicaram relatórios<br />
identificando violações generalizadas dos direitos<br />
humanos, como a não aderência ao Estado de direito<br />
e a impunidade.<br />
As emendas ao Código Penal aprovadas em<br />
fevereiro pelo Parlamento continuaram permitindo a<br />
aplicação de punições cruéis, desumanas e<br />
degradantes, bem como punições não especificadas<br />
em lei, além de propiciarem impunidade para<br />
estupros em certas circunstâncias. As emendas não<br />
proibiram a pena de morte para menores infratores,<br />
nem as execuções por apedrejamento. O Código<br />
Penal reformado ainda não estava em vigor no fim do<br />
ano.<br />
Em dezembro, a Assembleia Geral da ONU<br />
aprovou uma resolução exortando o governo a<br />
melhorar os direitos humanos no Irã.<br />
Liberdade de expressão, de associação e<br />
de reunião<br />
As autoridades mantiveram rigorosas restrições às<br />
liberdades de expressão, de associação e de reunião.<br />
Tomaram medidas para criar uma internet controlada<br />
e nacional, monitoraram rotineiramente as ligações<br />
telefônicas, bloquearam sites na internet, interferiram<br />
com os sinais de transmissão de canais estrangeiros e<br />
tomaram medidas severas contra pessoas que<br />
fizeram denúncias. Profissionais da imprensa e<br />
blogueiros foram hostilizados e detidos. Ativistas<br />
estudantis e membros de grupos minoritários foram<br />
presos ou ameaçados, sendo que alguns foram<br />
impedidos de cursar o ensino superior. Muitos<br />
prisioneiros de consciência presos em anos anteriores<br />
permaneceram encarcerados, enquanto muitos<br />
outros foram condenados à prisão em 2012.<br />
n Shiva Nazar Ahari, jornalista, ativista de direitos<br />
humanos e integrante do Comitê de Repórteres de<br />
Direitos Humanos, começou a cumprir uma pena de<br />
quatro anos de prisão em setembro. Em outubro, ela e<br />
outras oito mulheres prisioneiras de consciência<br />
entraram em greve de fome em protesto contra<br />
supostos abusos dos guardas da Prisão Evin, em Teerã.<br />
n Abbas Khosravi Farsani, estudante da Universidade<br />
de Isfahan, foi preso em 21 de junho por ter criticado as<br />
autoridades em um livro e em seu blog. Ele foi forçado a<br />
"confessar-se" culpado das acusações de "atuar contra<br />
a segurança nacional ao publicar mentiras e perturbar<br />
a ordem pública", de "ofender o Guia Supremo" e de<br />
"participar de um grupo de oposição ligado a Israel".<br />
Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />
Ele foi libertado após 20 dias, mas foi impedido de<br />
continuar seus estudos universitários. No fim do ano,<br />
ele aguardava julgamento.<br />
Dezenas de sindicalistas independentes<br />
continuaram presos por causa de suas atividades<br />
sindicais independentes.<br />
n Reza Shahabi, tesoureiro de um sindicato de<br />
trabalhadores de uma empresa de ônibus, que havia<br />
sido detido em 2010, soube, em fevereiro, que ele fora<br />
sentenciado a uma pena de seis anos de prisão por<br />
"reunir-se para conspirar" contra a "segurança do<br />
Estado" e por "difundir propaganda contra o sistema".<br />
Segundo informações, seu estado de saúde era<br />
precário após ele ter sido torturado e privado de<br />
cuidados médicos em tempo.<br />
Prisões e detenções arbitrárias<br />
Pessoas que criticaram e se opuseram ao governo<br />
foram presas e detidas de modo arbitrário pelas<br />
forças de segurança. Elas foram mantidas<br />
incomunicáveis por períodos prolongados e privadas<br />
de tratamento médico. Muitas foram torturadas ou<br />
sofreram maus-tratos. Dezenas foram sentenciadas a<br />
penas de prisão após julgamentos injustos.<br />
Outras dezenas de críticos pacíficos do governo<br />
detidos por motivos relacionados aos protestos em<br />
massa ocorridos em 2009-2011 permaneceram<br />
presos ou sob prisão domiciliar durante o ano. Muitos<br />
eram prisioneiros de consciência.<br />
n Os líderes oposicionistas Mehdi Karroubi e Mir<br />
Hossein Mousavi, bem como a esposa desse, Zahra<br />
Rahnavard, permaneceram em prisão domiciliar,<br />
imposta sem mandado em fevereiro de 2011.<br />
n Mansoureh Behkish, integrante da ONG de direitos<br />
humanos Mães do Parque Laleh, foi sentenciada, em<br />
julho, em recurso, a seis meses de prisão após ser<br />
condenada por ameaçar a segurança nacional ao "criar<br />
o grupo das Mães em Luto" e "difundir propaganda<br />
contra o sistema". Foi-lhe imposta, também, uma pena<br />
de prisão suspensa de 42 meses. No fim do ano, ela<br />
continuava em liberdade.<br />
n O blogueiro Hossein Ronaghi Maleki estava entre as<br />
dezenas de trabalhadores humanitários e de ativistas<br />
de direitos humanos presos, em agosto, em um campo<br />
para vítimas de terremoto na província de Azerbaijão<br />
Oriental. Ex-prisioneiro de consciência que cumpria<br />
uma pena de 15 anos de prisão imposta em 2010, ele<br />
havia sido libertado por motivos médicos algumas<br />
semanas antes, após pagar uma fiança de valor<br />
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