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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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Refugiados e migrantes<br />

Em abril, a adoção do Real Decreto-lei Nº 16/2012,<br />

que reformava a Lei de Estrangeiros, limitou o acesso<br />

dos imigrantes irregulares ao serviço público de<br />

saúde.<br />

No dia 4 de setembro, a Espanha expulsou<br />

coletivamente 70 imigrantes da ilhota espanhola de<br />

Isla de Tierra para o Marrocos. Nenhum deles teve<br />

acesso a procedimento individual de concessão de<br />

asilo.<br />

n Em agosto, o Grupo de Trabalho da ONU sobre<br />

Detenções Arbitrárias concluiu que a Espanha era<br />

responsável por detenção arbitrária, discriminação e<br />

maus-tratos constitutivos de tortura contra um cidadão<br />

marroquino detido em um centro de detenção para<br />

imigrantes em Madri. Adnam el Hadj foi abordado na<br />

rua para uma verificação de identidade e, então, foi<br />

conduzido ao centro de detenção. Ao chegarem, os<br />

policiais o teriam espancado várias vezes e o teriam<br />

submetido a ofensas racistas. O departamento médico<br />

do centro de detenção constatou múltiplos hematomas<br />

em seu corpo e recomendou que ele fosse levado a um<br />

hospital. Além de ele não ter sido levado ao hospital,<br />

nenhum laudo médico foi elaborado.<br />

Crimes contra o direito internacional<br />

A definição de desaparecimento forçado como crime<br />

contra a humanidade na legislação nacional<br />

continuou descumprindo obrigações contraídas em<br />

virtude do direito internacional, apesar de a Espanha<br />

ter ratificado a Convenção Internacional contra<br />

Desaparecimentos Forçados.<br />

n Em 27 de fevereiro de 2012, o Tribunal Supremo<br />

absolveu o ex-juiz Baltasar Garzón de abuso de<br />

autoridade. Baltasar Garzón estava sendo processado<br />

por, entre outras coisas, violar a Lei de Anistia de 1977<br />

ao iniciar uma investigação, em 2008, sobre o<br />

desaparecimento forçado de 114.266 pessoas entre<br />

julho de 1936 e dezembro de 1951. Apesar da<br />

absolvição, o Tribunal concluiu que Baltasar Garzón<br />

havia interpretado a lei erroneamente ao considerar<br />

que os fatos investigados eram crimes contra a<br />

humanidade. Segundo o Tribunal, na época em que<br />

foram cometidos, tais crimes não estavam definidos<br />

como crimes contra a humanidade no direito nacional.<br />

A sentença do Tribunal Supremo poderia eliminar a<br />

possibilidade de investigação de crimes contra o direito<br />

internacional cometidos na Espanha.<br />

Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />

Direito à moradia<br />

O governo implementou reformas legislativas relativas<br />

à crise econômica sem avaliar suas consequências<br />

sobre os direitos dos setores mais vulneráveis da<br />

população.<br />

n Em Madri, remoções forçadas continuaram sendo<br />

executadas em Cañada Real, apesar de a Lei 2/2011,<br />

de 15 de maio de 2011, instar as autoridades locais<br />

competentes a consultar os moradores afetados e a<br />

esforçar-se para chegar a um acordo que evite a<br />

remoção. Também em Madri, no assentamento<br />

informal de Puerta de Hierro, habitado por ciganos,<br />

300 pessoas foram despejadas sem que lhes fossem<br />

disponibilizadas moradias alternativas adequadas.<br />

n Em junho, o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais<br />

e Culturais da ONU manifestou preocupação com o<br />

fato de remoções forçadas continuarem sendo<br />

executadas em violação às garantias jurídicas<br />

internacionais, tais como um processo genuíno de<br />

consulta prévia, indenização e moradia alternativa<br />

adequada. O Comitê recomendou a adoção de um<br />

marco jurídico que estabeleça diretrizes a serem<br />

observadas antes de uma remoção.<br />

<strong>ESTADO</strong>S UNI<strong>DOS</strong><br />

DA AMÉRICA<br />

<strong>ESTADO</strong>S UNI<strong>DOS</strong> DA AMÉRICA<br />

Chefe de Estado e de governo: Barack H. Obama<br />

Quarenta e três homens foram executados durante o<br />

ano. As condições cruéis das prisões continuaram<br />

preocupantes. Um grande número de indivíduos<br />

permaneceu sob detenção militar indefinida em<br />

Guantánamo. Prosseguiram os procedimentos<br />

judiciais preliminares em seis casos nos quais o<br />

governo tentou impor a pena de morte após<br />

julgamentos por comissões militares. O uso de força<br />

letal em contextos de combate ao terrorismo<br />

continuou causando sérias preocupações, assim<br />

como as constantes denúncias sobre o uso de força<br />

excessiva em ações de aplicação da lei dentro do<br />

país.<br />

75<br />

E

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