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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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P<br />

continuaram a enfrentar uma situação de grave<br />

penúria devido ao contínuo bloqueio militar de Israel<br />

e às sanções impostas ao Hamas por outros Estados.<br />

Contudo, em comparação com anos anteriores, tais<br />

condições amenizaram.<br />

Informações gerais<br />

Em 29 de novembro, a Assembleia Geral da ONU<br />

reconheceu a Palestina como Estado observador não<br />

membro. A Cisjordânia, inclusive Jerusalém Oriental,<br />

e a Faixa de Gaza permaneceram sob ocupação<br />

israelense, com duas autoridades palestinas distintas<br />

operando com poderes limitados – o governo da AP<br />

comandado pelo Fatah na Cisjordânia e a<br />

administração de facto do Hamas em Gaza.<br />

Prosseguiram as iniciativas de reconciliação entre o<br />

Fatah e o Hamas para formar um governo palestino<br />

unificado, com mediação do Egito e do Qatar.<br />

Em outubro, a AP realizou eleições locais na<br />

Cisjordânia, mas os partidos ligados ao Hamas e ao<br />

Jihad Islâmica não participaram; as autoridades do<br />

Hamas em Gaza impediram o registro de eleitores<br />

naquela área. O Judiciário na Cisjordânia suspendeu<br />

brevemente seu trabalho em outubro para protestar<br />

contra uma suposta interferência do governo.<br />

Israel manteve seu bloqueio à Faixa de Gaza, que<br />

vigora desde 2007, controlando suas fronteiras<br />

terrestres e marítimas, além do espaço aéreo. Embora<br />

mais pessoas tenham conseguido atravessar a<br />

passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito, do que em<br />

anos anteriores, o bloqueio continuou a afetar<br />

severamente a vida dos civis, inclusive das crianças,<br />

dos idosos e dos doentes. Aproximadamente 20<br />

palestinos morreram em acidentes ao atravessarem<br />

os túneis usados para contrabandear mercadorias<br />

entre o Egito e Gaza.<br />

Na Cisjordânia, Israel manteve amplas restrições à<br />

circulação dos palestinos e continuou a construir e a<br />

expandir os assentamentos israelenses em terras<br />

palestinas, violando o direito internacional.<br />

Regularmente, no decorrer de todo o ano e durante<br />

a ofensiva militar de oito dias em novembro, as forças<br />

israelenses realizaram ataques aéreos e de artilharia<br />

contra a Faixa de Gaza, matando muitos civis e<br />

destruindo casas e outros imóveis civis. Grupos<br />

armados palestinos periodicamente lançaram<br />

foguetes de Gaza contra Israel de modo<br />

indiscriminado, tendo disparado mais de 1.500<br />

foguetes durante o conflito de novembro.<br />

Abusos cometidos por grupos armados<br />

Tanto antes quanto durante o conflito de novembro,<br />

grupos armados palestinos ligados ao Hamas, ao<br />

Fatah, ao Jihad Islâmica, à Frente Popular para a<br />

Libertação da Palestina e a outros grupos salafistas<br />

associados cometeram crimes de guerra ao<br />

dispararem foguetes e morteiros contra Israel de<br />

modo indiscriminado. Algumas dessas peças não<br />

chegaram até Israel e caíram em Gaza, matando pelo<br />

menos dois palestinos. Outras atingiram casas e<br />

edifícios em Israel, matando quatro civis israelenses –<br />

no confronto de novembro –, bem como ferindo<br />

muitas pessoas e danificando imóveis civis. As<br />

autoridades do Hamas não fizeram que os<br />

responsáveis prestassem contas dessas ações.<br />

n A menina Hadeel Ahmad Haddad, de dois anos, foi<br />

morta, e seu primo, de oito anos, foi gravemente ferido<br />

quando um foguete disparado por um grupo armado<br />

palestino atingiu sua casa no bairro Zeitoun, na cidade<br />

de Gaza, em 19 de junho.<br />

n Em 15 de novembro, três civis israelenses, Mirah<br />

Scharf, Itzik Amsalem e Aharon Smadja, foram<br />

mortos, e outros civis ficaram feridos quando um<br />

foguete lançado de modo indiscriminado por um<br />

grupo armado palestino em Gaza atingiu sua casa em<br />

Kiryat Malachi.<br />

Prisões e detenções arbitrárias<br />

Na Cisjordânia, as forças de segurança da AP<br />

prenderam e detiveram arbitrariamente centenas de<br />

pessoas, inclusive membros do Fatah; a maioria foi<br />

privada do devido processo legal. Quando o<br />

Presidente Abbas visitou a ONU em setembro,<br />

centenas de apoiadores do Hamas foram detidos, a<br />

maior parte por até dois dias. Em Gaza, as forças de<br />

segurança do Hamas prenderam e detiveram<br />

arbitrariamente centenas de pessoas suspeitas de<br />

apoiar o Fatah, geralmente sem que elas pudessem<br />

ter acesso a advogado. Detentos costumavam ser<br />

espancados ou submetidos a maus-tratos<br />

impunemente, tanto pelas forças de segurança da AP<br />

quanto do Hamas.<br />

A Comissão Independente de Direitos Humanos<br />

(CIDH), um órgão de monitoramento criado pela AP,<br />

afirmou ter recebido denúncias de mais de 685<br />

prisões arbitrárias na Cisjordânia e de mais de 470 na<br />

Faixa de Gaza em 2012.<br />

130 Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional

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