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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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suas crenças religiosas. Aconteceram pelo menos 79<br />

ataques contra muçulmanos xiitas – o maior número<br />

de ataques contra grupos religiosos no país. As<br />

minorias religiosas foram representadas<br />

desproporcionalmente nos incidentes em que alguns<br />

indivíduos tentaram invocar as vagamente formuladas<br />

leis de blasfêmia do Paquistão.<br />

n A região de Gilgit-Baltistan, no norte do país, foi<br />

marcada por episódios de violência sectária sem<br />

precedentes. Choques entre muçulmanos sunitas e<br />

xiitas deixaram mais de 70 mortos em abril, e as<br />

autoridades não conseguiram levar os responsáveis à<br />

Justiça.<br />

n No dia 4 de julho, uma multidão linchou um morador<br />

de rua que estava detido em uma delegacia de polícia<br />

e, depois, queimou seu corpo, por ele ter<br />

supostamente queimado uma cópia do Corão na<br />

cidade de Channigoth, na província do Punjab.<br />

n No dia 20 de novembro, a Corte Superior de<br />

Islamabad absolveu Rimsha Masih, uma menina cristã<br />

acusada de blasfêmia em agosto pela polícia. A polícia<br />

agiu sob pressão popular porque a menina<br />

supostamente teria queimado páginas do Corão. Em<br />

setembro, o clérigo que a havia acusado foi então<br />

acusado, com base nas mesmas leis, de ter forjado as<br />

evidências contra ela. A libertação da garota foi uma<br />

ocasião rara de absolvição judicial célere, em que a<br />

acusação de blasfêmia contra ela foi criticada<br />

publicamente no tribunal.<br />

n As autoridades permitiram que grupos religiosos<br />

impedissem ahmadis de entrar em locais de culto. Em<br />

3 de dezembro, as sepulturas de mais de 100 ahmadis<br />

foram vandalizadas em um cemitério de Lahore.<br />

n O Estado não protegeu a comunidade xiita hazara do<br />

Baluquistão contra ataques de grupos armados,<br />

apesar da forte presença militar na província, o que<br />

resultou em pelo menos 84 mortes durante o ano.<br />

Violência contra mulheres e meninas<br />

Mulheres e meninas, assim como as pessoas que<br />

defendiam os direitos delas, sofreram discriminação e<br />

violência dentro de casa e em público. Grupos de<br />

direitos humanos documentaram milhares de casos<br />

de violência contra mulheres e meninas por todo o<br />

país, a maioria na província do Punjab, a mais<br />

populosa. Foram casos de homicídio, estupro e<br />

violência doméstica, entre outros. Porém, é provável<br />

que esses casos representem apenas uma fração do<br />

total de incidentes, uma vez que as denúncias desse<br />

Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />

tipo de abusos são bastante reduzidas.<br />

n Em maio, anciãos tribais locais teriam ordenado o<br />

assassinato de quatro mulheres que, durante uma<br />

festa de casamento no distrito de Kohistan, na<br />

província de Khyber Pakhtunkhwa, teriam cantado e<br />

batido palmas, supostamente na companhia de dois<br />

homens. Em junho, a Suprema Corte ordenou uma<br />

investigação sobre o incidente e concluiu ser provável<br />

que as mulheres ainda estivessem vivas. Contudo, a<br />

investigação da Suprema Corte pareceu ter sido<br />

demasiado precária.<br />

n No dia 4 de julho, Fareeda Afridia, uma ativista pelos<br />

direitos das mulheres, foi morta a tiros. Os disparos<br />

partiram de um carro que passou em frente a sua casa,<br />

em Peshawar, quando ela saía para o trabalho na<br />

agência tribal de Khyber. Grupos da sociedade civil<br />

local afirmaram que ela fora visada por promover os<br />

direitos humanos das mulheres. As autoridades não<br />

levaram os responsáveis à Justiça.<br />

n O Talibã paquistanês reivindicou responsabilidade<br />

pela tentativa de assassinato da adolescente Malala<br />

Yousafzai, de 15 anos, no dia 9 de outubro. O grupo<br />

afirmou que continuará tentando matá-la por ela<br />

defender o direito de mulheres e meninas à educação.<br />

Em resposta, o Presidente promulgou uma nova lei, no<br />

dia 20 de dezembro, garantindo o ensino gratuito e<br />

compulsório para meninos e meninas entre 5 e 16<br />

anos.<br />

Pena de morte<br />

Mais de 8.300 pessoas permaneceram no corredor<br />

da morte, algumas por 20 ou 30 anos, sendo que<br />

242 foram sentenciadas à pena capital durante o<br />

ano. Em novembro, autoridades militares executaram<br />

Muhammad Hussain por ele ter matado um oficial<br />

superior e dois outros no distrito de Okara, na<br />

província do Punjab, depois que os pedidos de<br />

clemência feitos pelo comandante do exército e pelo<br />

Presidente foram rejeitados. Foi a primeira sentença<br />

de morte a ser executada no Paquistão desde 2008.<br />

O governo distanciou-se da decisão de proceder com<br />

a execução, pois foram as autoridades militares que a<br />

levaram a cabo. Porém, ativistas temiam que esse ato<br />

pudesse ter aberto o caminho para uma retomada<br />

das execuções.<br />

Em julho, o governo iniciou um processo de<br />

consulta sobre um projeto de lei que previa comutar<br />

todas as sentenças de morte em sentenças de prisão<br />

perpétua.<br />

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