INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
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M<br />
responsáveis pela maioria dos sequestros, mas agentes<br />
públicos também estiveram implicados em alguns<br />
casos. A CNDH estava investigando 2.126 denúncias<br />
de desaparecimentos forçados.<br />
Na maioria das ocasiões, o destino das vítimas<br />
permanecia desconhecido. As autoridades com<br />
frequência relutavam em investigar os casos,<br />
principalmente os de desaparecimentos forçados,<br />
levando os familiares a realizarem suas próprias<br />
investigações – quase sempre com forte risco de<br />
sofrerem represálias dos autores – caso quisessem<br />
saber o destino de seus entes queridos. Em alguns<br />
estados, familiares das vítimas foram tratados com<br />
desprezo quando os agentes fizeram alegações<br />
infundadas sobre supostas associações criminosas<br />
das vítimas. Nos estados de Coahuila e Nuevo León,<br />
vítimas e organizações de direitos humanos obtiveram<br />
o compromisso de autoridades locais de rever os<br />
casos e de instituir um sistema rápido de busca e<br />
investigação para denúncias de desaparecimento. O<br />
compromisso assumido pelo governo federal de criar<br />
um banco de dados nacional sobre pessoas<br />
desaparecidas continua descumprido.<br />
Segundo a CNDH, havia no país pelo menos<br />
15.921 corpos não identificados, e mais de 1.400<br />
restos mortais haviam sido exumados depois de<br />
encontrados em covas coletivas. Em março, o grupo<br />
de trabalho da ONU sobre desaparecimentos<br />
forçados e involuntários publicou um relatório em que<br />
chamou atenção para a incidência alarmante de<br />
desaparecimentos forçados e para a impunidade<br />
prevalente no México.<br />
Em novembro, foi aprovada uma lei no estado de<br />
Nuevo León criminalizando os desaparecimentos<br />
forçados. Em praticamente todos os outros estados,<br />
bem como no âmbito federal, desaparecimentos<br />
forçados não eram criminalizados conforme as<br />
normas de direitos humanos. O novo governo não se<br />
comprometeu a corrigir a situação.<br />
n Em maio, Moisés Orozco Medina teria sido detido<br />
por membros da polícia municipal do município de<br />
Uruapan, no estado de Michoacán. As autoridades<br />
negaram ter conhecimento de sua detenção e, no fim<br />
do ano, ainda não estava claro o que havia acontecido<br />
com ele. Seu irmão e seu pai haviam sido sequestrados<br />
por homens armados em 2009 e 2008. O paradeiro de<br />
ambos permanecia desconhecido e, até o fim do ano,<br />
as autoridades estaduais não haviam fornecido<br />
informações sobre as investigações de seus casos.<br />
Direitos dos migrantes<br />
Os migrantes em trânsito pelo México continuaram<br />
sendo sequestrados, assassinados e recrutados à<br />
força por gangues criminosas. Mulheres e crianças<br />
migrantes corriam alto risco de sofrer abusos.<br />
Autoridades públicas foram muitas vezes suspeitas de<br />
conivência com grupos criminosos e de cometer<br />
outros abusos contra migrantes, como extorsões e<br />
detenções arbitrárias.<br />
Apesar dos compromissos do governo de combater<br />
todos os abusos cometidos contra os migrantes, as<br />
medidas adotadas continuaram ineficazes, e os<br />
governos estaduais não impediram nem puniram<br />
esses delitos. Em novembro, entrou em vigor o<br />
regulamento para a aplicação da nova Lei de<br />
Migração. Em outubro, mães de migrantes centroamericanos<br />
desaparecidos percorreram o México em<br />
busca de seus familiares. Um banco de dados de<br />
migrantes desaparecidos ainda não havia sido criado<br />
no fim do ano, e a identificação de restos mortais que<br />
se acredita serem de migrantes não avançou. Pessoas<br />
que defendem os direitos dos migrantes continuaram<br />
sendo ameaçadas em represália ao seu trabalho.<br />
n Em julho, um abrigo para migrantes em Lechería, no<br />
estado do México, foi fechado após repetidas ameaças<br />
de grupos criminosos contra os migrantes e os<br />
funcionários dos abrigos. As autoridades estaduais não<br />
garantiram sua proteção efetiva, e alguns moradores<br />
locais protestaram contra a presença do albergue.<br />
Migrantes e defensores dos direitos humanos<br />
continuaram enfrentando ameaças e insegurança em<br />
Huehuetoca, onde foram abertos abrigos alternativos<br />
temporários.<br />
n Em outubro, testemunhas relataram que pelo menos<br />
40 migrantes foram sequestrados de um trem de carga<br />
em Medias Aguas, no estado de Veracruz. Uma<br />
investigação oficial não foi capaz de determinar o<br />
destino dos migrantes e negou que tivesse havido<br />
sequestro.<br />
Defensoras e defensores dos direitos<br />
humanos e jornalistas<br />
Jornalistas e defensores dos direitos humanos<br />
continuaram sendo atacados e ameaçados em<br />
consequência de seu trabalho. Pelo menos seis<br />
jornalistas foram mortos. A Promotoria Especial para<br />
os Delitos Cometidos contra Jornalistas não fez<br />
avanços na maioria dos casos de jornalistas<br />
assassinados. A grande maioria das investigações de<br />
122 Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional