INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
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I<br />
relatório, contrariando as obrigações de direito<br />
internacional do Haiti, o juiz afirmou que os tribunais<br />
haitianos não tinham competência para investigar e<br />
julgar crimes contra a humanidade. Um recurso das<br />
vítimas e de seus familiares estava pendente no fim<br />
do ano.<br />
Sistema de justiça<br />
Em julho, o Conselho Superior do Judiciário<br />
finalmente foi criado. Porém, seu funcionamento foi<br />
prejudicado por divisões internas que resultaram na<br />
retirada temporária de dois de seus integrantes,<br />
inclusive do representante do setor de direitos<br />
humanos. O Conselho é uma instituição crucial para<br />
a reforma e a independência do sistema de justiça.<br />
Uma de suas principais funções é confirmar a<br />
indicação de novos juízes. No entanto, de acordo<br />
com organizações de direitos humanos locais, os<br />
juízes continuavam sendo indicados sem a<br />
concordância do Conselho.<br />
Em 28 de setembro, o procurador-chefe de Porto<br />
Príncipe, Jean Renel Sénatus, foi destituído. Ao ser<br />
entrevistado por uma rádio local, ele afirmou ter sido<br />
destituído do cargo por ter se recusado a executar<br />
uma ordem ministerial para prender 36 opositores<br />
políticos, entre os quais o advogado de direitos<br />
humanos Mario Joseph e os advogados Newton St-<br />
Juste e André Michel, que atuam no combate à<br />
corrupção. Em outubro, Lucman Delille tornou-se o<br />
oitavo procurador-chefe de Porto Príncipe a ser<br />
indicado desde a posse do Presidente Martelly.<br />
As autoridades não adotaram medidas efetivas<br />
para lidar com o problema das detenções provisórias<br />
prolongadas.<br />
Visitas/relatórios da AI<br />
v Representantes da Anistia Internacional visitaram o Haiti em maio e<br />
julho de 2012.<br />
IÊMEN<br />
REPÚBLICA DO IÊMEN<br />
Chefe de Estado: Abd Rabbu Mansour Hadi<br />
(sucedeu Ali Abdullah Saleh em fevereiro)<br />
Chefe de governo: Mohammed Salim Basindwa<br />
A situação dos direitos humanos melhorou durante o<br />
período de transição após a rebelião de 2011 que<br />
depôs o Presidente Saleh. No entanto, ainda não<br />
havia informações sobre o destino das pessoas<br />
presas ou desaparecidas em 2011. A impunidade<br />
pelas violações dos direitos humanos cometidas no<br />
governo do Presidente Saleh foi reforçada por uma<br />
nova lei de imunidade, e a maioria das mortes de<br />
manifestantes e outras violações de direitos<br />
humanos cometidas em 2011 e 2012 não foram<br />
investigadas. A justiça também foi negada às vítimas<br />
de violações dos direitos humanos e do direito<br />
internacional humanitário cometidas durante os<br />
conflitos armados que ocorreram em diversas partes<br />
do país. Mais de 20 pessoas que haviam sido presas<br />
durante a rebelião de 2011 e nos protestos<br />
subsequentes permaneceram encarceradas ou foram<br />
vítimas de desaparecimentos forçados. Tortura e<br />
outros maus-tratos continuaram sendo registrados.<br />
Em resposta à instabilidade no Sul, as forças de<br />
segurança e grupos aliados usaram a força de modo<br />
excessivo, matando pelo menos uma dúzia de<br />
pessoas e detendo arbitrariamente outras dezenas<br />
que participaram de protestos ou que apoiaram a<br />
secessão do Sul. O Ansar al Sharia (Partidários da<br />
Sharia), um grupo armado ligado à Al Qaeda da<br />
Península Arábica (AQPA), que, até junho,<br />
controlava partes do governorado de Abyan, cometeu<br />
abusos dos direitos humanos, como execuções<br />
sumárias e amputações. Uma ofensiva militar do<br />
governo, com a finalidade de repelir o Ansar al Sharia<br />
das cidades sob seu controle, foi marcada por<br />
violações dos direitos humanos e do direito<br />
internacional humanitário por ambos os lados, com a<br />
consequente morte de civis. Mulheres e meninas<br />
continuaram sendo discriminadas na lei e na prática,<br />
além de sofrerem violência doméstica. Houve<br />
denúncias de escravidão em algumas partes do país.<br />
A situação humanitária chegou ao ponto de crise.<br />
Pelo menos sete pessoas foram sentenciadas à<br />
88 Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional