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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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F<br />

de serem removidos à força de assentamentos<br />

informais. Os procedimentos prioritários para exame<br />

de solicitações de asilo continuaram aquém das<br />

normas internacionais.<br />

Mortes em custódia<br />

Prosseguiram as preocupações relativas à celeridade,<br />

à eficácia e à independência das investigações de<br />

casos de mortes ocorridas em custódia da polícia.<br />

Foram concluídas as investigações de quatro casos<br />

antigos de mortes sob custódia.<br />

n Em 26 de setembro, o juiz de instrução concluiu, no<br />

caso de Abou Bakari Tandia, "não haver qualquer<br />

elemento que permitisse responsabilizar um policial no<br />

processo que levou à morte da vítima". Abou Bakari<br />

Tandia entrou em coma na noite entre 5 e 6 de<br />

dezembro de 2004, quando se encontrava detido na<br />

delegacia de polícia de Courbevoie, vindo a falecer em<br />

24 de janeiro de 2005. O policial que aplicou a técnica<br />

de contenção que se acredita ter levado Abou Bakari<br />

Tandia ao coma continuava em serviço em outra<br />

delegacia de polícia no fim do ano. O julgamento de um<br />

recurso era aguardado.<br />

n Em 15 de outubro, no caso de Ali Ziri, homem<br />

algeriano de 69 anos que morreu dois dias depois de<br />

ter sido detido na delegacia de polícia de Argenteuil,<br />

em junho de 2009, o juiz de Pontoise concluiu que<br />

"não se constatou qualquer ato de violência voluntária<br />

que possa ter, direta ou indiretamente, causado a<br />

morte do Sr. Ali Ziri". Entretanto, uma autópsia<br />

realizada em abril de 2011 havia confirmado que Ali<br />

Ziri morrera em consequência da técnica de<br />

contenção a que fora submetido e da constante<br />

emissão de vômitos enquanto esteve sob custódia. Os<br />

policiais envolvidos no ato de prisão e no transporte de<br />

Ali Ziri e de seu amigo Arezki Kerfali jamais foram<br />

interrogados pelo juiz. O julgamento de um recurso era<br />

aguardado.<br />

n Também em 15 de outubro, o caso de Mahamadou<br />

Maréga, um migrante irregular do Mali que morreu em<br />

30 de novembro de 2012 depois de ser atingido duas<br />

vezes por descargas de um dispositivo de eletrochoque<br />

quando ele foi preso em Colombes de modo violento,<br />

foi encerrado pelo juiz de instrução. No dia 4 de maio, o<br />

Defensor dos Direitos demandou procedimentos<br />

disciplinares contra os agentes da lei envolvidos, os<br />

quais ele considerou terem usado seus dispositivos de<br />

eletrochoque de modo desproporcional. O julgamento<br />

de um recurso era aguardado.<br />

Em dezembro, o processo sobre o caso de<br />

Mohamed Boukrourou, que morreu dentro de uma<br />

viatura policial em 12 de novembro de 2009, foi<br />

arquivado. Um recurso contra essa decisão ainda não<br />

havia sido julgado. No fim do ano, os quatro policiais<br />

que participaram de sua prisão em Valentigney ainda<br />

estariam em serviço, sem terem respondido a<br />

qualquer procedimento disciplinar.<br />

Em outros casos, as investigações prosseguiam.<br />

n Em 24 de fevereiro, três dos sete policiais envolvidos<br />

na morte de Abdelhakim Ajimi durante sua prisão, em<br />

9 de maio de 2008, receberam penas suspensas de<br />

prisão de 6, 18 e 24 meses, respectivamente, do<br />

Tribunal Penal de Grasse. A Anistia Internacional<br />

considerou preocupante que essas sentenças não<br />

correspondessem à gravidade do crime cometido. Os<br />

três policiais recorreram da decisão. Outros quatro<br />

policiais implicados no incidente foram absolvidos.<br />

n Pouco avançaram as investigações sobre a morte de<br />

Lamine Dieng durante sua prisão no dia 17 de junho de<br />

2007, em Paris. Ela havia sido submetida à contenção<br />

dos policiais ainda quando estava na rua e, depois,<br />

novamente, na viatura policial, onde perdeu a<br />

consciência e morreu por asfixia mecânica.<br />

Tortura e outros maus-tratos<br />

O Código Penal ainda carecia de uma definição de<br />

tortura que se adequasse às normas internacionais.<br />

As investigações sobre denúncias de maus-tratos<br />

cometidos por agentes da lei não costumavam ser<br />

investigadas de modo pronto, independente e<br />

imparcial. No dia 19 de abril, o Comitê Europeu para<br />

a Prevenção da Tortura pediu "tolerância zero" aos<br />

maus-tratos cometidos por policiais e limitação no uso<br />

de dispositivos de eletrochoque.<br />

Discriminação<br />

Minorias étnicas e religiosas, assim como pessoas<br />

LGBTI, continuaram sendo discriminadas.<br />

Em dezembro, o ministro do Interior apresentou<br />

um novo código de ética para as forças de segurança,<br />

o qual, pela primeira vez, regulava as abordagens<br />

policiais para verificação de identidade e as revistas<br />

corporais. Em setembro, ele se opusera à ideia de<br />

registrar oficialmente todas as abordagens para<br />

verificação de identidade com o objetivo de combater<br />

a filtragem por raça. Diversas organizações de direitos<br />

humanos continuaram a documentar a ocorrência de<br />

verificações baseadas em filtragem racial.<br />

80 Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional

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