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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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R<br />

frequentes denúncias de brutalidade policial contra<br />

manifestantes pacíficos e jornalistas, que, porém, não<br />

foram efetivamente investigadas.<br />

n Em 6 de maio, um dia antes da posse do Presidente<br />

Putin, uma marcha de protesto que percorria um<br />

itinerário autorizado até a Praça Bolotnaya, em<br />

Moscou, foi interrompida pela polícia, resultando em<br />

impasse e tumultos localizados. Posteriormente, 19<br />

manifestantes foram processados criminalmente por<br />

envolvimento em eventos classificados pela polícia<br />

como "revoltas em massa". Um deles declarou-se<br />

culpado e foi sentenciado a quatro anos e meio de<br />

prisão; os demais ainda aguardavam julgamento no fim<br />

do ano. Diversos ativistas políticos importantes foram<br />

arrolados como testemunhas no caso e tiveram suas<br />

casas revistadas em operações policiais amplamente<br />

transmitidas pelos canais de televisão controlados pelo<br />

Estado. Nos dias 6 e 7 de maio, centenas de indivíduos<br />

pacíficos foram presos em vários locais de Moscou,<br />

alguns simplesmente por estarem usando fitas brancas<br />

como símbolo de protesto contra fraudes eleitorais.<br />

A legislação que rege eventos públicos foi emendada<br />

mais uma vez em junho. A reforma aumentou a lista de<br />

infrações, introduziu novas restrições e aumentou as<br />

punições.<br />

Liberdade de expressão<br />

O direito à liberdade de expressão foi cada vez mais<br />

restringido. A maioria dos meios de comunicação<br />

permaneceu sob controle efetivo do Estado, com<br />

exceção de alguns veículos de circulação limitada. O<br />

horário nobre das televisões foi regularmente utilizado<br />

para difamar os críticos do governo.<br />

A difamação foi recriminalizada oito meses após<br />

sua descriminalização. Mudanças no Código Penal<br />

expandiram as definições de traição e de espionagem<br />

e as tornaram ainda mais vagas ao incluir o<br />

compartilhamento de informações ou a prestação de<br />

auxílios diversos para Estados e organizações<br />

estrangeiros cujas atividades atentem "diretamente<br />

contra a segurança da Federação Russa".<br />

Uma nova legislação deu ao governo poderes para<br />

bloquear ou incluir em lista negra os sites que<br />

publicassem na internet materiais considerados<br />

"extremistas" ou prejudiciais à saúde pública, à moral<br />

ou à segurança. No fim do ano, essa legislação já<br />

estava sendo usada para fechar sites que publicaram<br />

conteúdo protegido pelo direito à liberdade de<br />

expressão.<br />

n Maria Alekhina, Ekaterina Samutsevich e Nadezhda<br />

Tolokonnikova, integrantes da banda punk Pussy Riot,<br />

foram presas em março depois de realizarem uma<br />

apresentação política breve e pacífica, embora<br />

provocadora, na Catedral de Cristo Salvador em<br />

Moscou. Em agosto, elas foram acusadas de<br />

"vandalismo motivado por ódio religioso" e foram<br />

sentenciadas, cada uma, a dois anos de prisão.<br />

Ekaterina Samutsevich, porém, recebeu mediante<br />

recurso uma sentença condicional, tendo sido<br />

libertada em 10 de outubro.<br />

n Em 29 de novembro, um tribunal de Moscou<br />

declarou que a performance que o grupo fizera na<br />

igreja era "extremista", tornando ilegal sua publicação<br />

na internet.<br />

Discriminação<br />

A discriminação com base em fatores como raça,<br />

etnia, gênero ou filiação política continuou ocorrendo<br />

de modo generalizado. Leis discriminatórias contra<br />

pessoas LGBTI foram adotadas em diversas regiões e<br />

foram propostas em nível federal. Uma lei proibindo a<br />

"propaganda de sodomia, lesbianismo, bissexualismo<br />

e transgeneridade entre menores" entrou em vigor em<br />

São Petersburgo no mês de abril. Leis similares<br />

também foram adotadas nas regiões de Bashkiria,<br />

Chukotka, Krasnodar, Magadan, Novosibirsk e<br />

Samara, tendo sido também colocadas na pauta da<br />

Duma, o parlamento federal. Vários eventos LGBTI<br />

foram proibidos, e seus participantes foram dispersos<br />

pela polícia.<br />

Por toda a Rússia, pessoas LGBTI e membros de<br />

vários grupos minoritários continuaram a sofrer<br />

ataques. Tais agressões não foram efetivamente<br />

investigadas pelas autoridades, e seus autores<br />

geralmente não eram identificados.<br />

n Em 4 de agosto, quatro homens invadiram uma casa<br />

noturna LGBTI em Tyumen e agrediram física e<br />

verbalmente vários clientes. A polícia deteve os<br />

agressores. Quando as vítimas foram à delegacia de<br />

polícia para prestar queixa, elas foram colocadas na<br />

mesma sala que os agressores, que continuaram a<br />

ameaçá-las e que foram soltos sem acusação.<br />

Defensoras e defensores dos direitos<br />

humanos<br />

Prosseguiram as denúncias de hostilidades contra<br />

defensoras e defensores dos direitos humanos. No<br />

norte do Cáucaso e em outras regiões, ativistas,<br />

148 Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional

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