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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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Um outro exemplo da livre circulação de capital são as remessas de dinheiro enviadas<br />

para casa por trabalhadores migrantes em todo o mundo. Segundo o Banco Mundial, o<br />

valor das remessas desses trabalhadores para os países em desenvolvimento é três vezes<br />

maior do que o valor das remessas oficiais para a assistência internacional ao<br />

desenvolvimento. Apesar disso, em 2012, esses mesmos trabalhadores migrantes não<br />

tiveram seus direitos protegidos adequadamente nem nos seus países de origem nem<br />

nos países em que trabalham.<br />

Em 2012, por exemplo, as agências de recrutamento no Nepal continuaram a traficar<br />

trabalhadores migrantes para serem explorados e submetidos a trabalhos<br />

forçados. As recrutadoras cobravam tarifas acima do limite imposto pelo<br />

governo, o que obrigava os trabalhadores a tomar grandes empréstimos<br />

com altas taxas de juros. Muitos migrantes foram enganados pelos<br />

recrutadores com relação aos termos e às condições de trabalho. As<br />

agências que infringiam as leis nepalesas raramente eram punidas. Com<br />

uma lei que não faz mais do que simular interesse pelos direitos das<br />

mulheres, o governo nepalês proibiu, em agosto, que mulheres com<br />

menos de 30 anos emigrassem para prestar serviços domésticos no Kuait,<br />

no Qatar, na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, devido às<br />

denúncias de abusos sexuais e de outras agressões físicas nesses países.<br />

A proibição, porém, pode simplesmente aumentar os riscos para as mulheres<br />

que agora se veem forçadas a buscar trabalho por meios informais. O que o governo<br />

deveria ter feito era esforçar-se para assegurar ambientes seguros em que as mulheres<br />

pudessem trabalhar.<br />

Uma vez que as pessoas emigram, os Estados de origem alegam que, pelo fato de não<br />

estarem mais em seu território, eles não têm qualquer obrigação para com elas. Os<br />

Estados de destino, por sua vez, alegam que, por não serem cidadãs desses países,<br />

essas pessoas não têm qualquer direito. Enquanto isso, a Convenção Internacional sobre<br />

a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros das Suas<br />

Famílias, que está disponível para assinaturas desde 1990, continua sendo uma das<br />

convenções menos ratificadas da ONU. Nenhum dos Estados que recebe imigrantes na<br />

Europa Ocidental ratificou a convenção. Ela tampouco foi ratificada por outros países<br />

com numerosas populações de imigrantes, como os Estados Unidos, o Canadá, a<br />

Austrália, a Índia, a África do Sul e os Estados do Golfo.<br />

Tal vulnerabilidade é ainda maior para os refugiados. Os mais suscetíveis dentre eles são<br />

os quase 12 milhões de pessoas apátridas que existem no mundo, um número<br />

Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />

Os mais suscetíveis são<br />

os quase 12 milhões de<br />

pessoas apátridas que<br />

existem no mundo, um<br />

número equivalente ao<br />

dos maiores<br />

conglomerados<br />

urbanos do planeta,<br />

como Londres, Lagos<br />

ou Rio de Janeiro.<br />

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