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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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A<br />

Em fevereiro, protestos violentos eclodiram quando<br />

cópias queimadas do Corão foram encontradas em<br />

uma base militar próxima a Cabul; 30 pessoas<br />

morreram nos incidentes de violência.<br />

Abusos cometidos por grupos armados<br />

Apesar de o código de conduta talibã de 2010<br />

(Layeha) determinar que os combatentes evitem<br />

atacar civis, o Talibã e outros grupos armados<br />

continuaram a violar as leis da guerra ao matar e ferir<br />

civis de modo indiscriminado em atentados suicidas.<br />

Artefatos explosivos improvisados foram a principal<br />

causa de óbitos civis. Grupos armados elegeram como<br />

alvo e atacaram espaços públicos, civis − inclusive<br />

autoridades − considerados apoiadores do governo e<br />

funcionários de organizações internacionais.<br />

n Em 6 de abril, um atentado suicida com homembomba<br />

matou o chefe do Conselho de Paz da Província<br />

de Kunar, o maulavi (erudito religioso) Mohammad<br />

Hashim Munib e seu filho, quando eles voltavam para<br />

casa após as preces de sexta-feira.<br />

n Em 6 de junho, dois atentados suicidas com<br />

homem-bomba mataram pelo menos 22 civis e feriram<br />

outros 24 em um movimentado mercado público na<br />

província de Kandahar. O Talibã reivindicou<br />

responsabilidade pelo ataque.<br />

n Em 21 de j unho, forças do Talibã atacaram o Hotel<br />

Spozhmay, um conhecido resort local, matando 12 e<br />

ferindo nove civis, durante um cerco de 12 horas ao<br />

hotel.<br />

n Em agosto, um menino teria sido sequestrado e<br />

decapitado pelo Talibã no distrito de Zherai porque seu<br />

irmão havia servido na Polícia Local Afegã; o Talibã<br />

negou responsabilidade.<br />

n Em 19 de outubro, 18 mulheres teriam sido mortas<br />

na província de Balkh quando um micro-ônibus<br />

passou em cima de uma bomba colocada na estrada.<br />

Os grupos armados continuaram a recrutar<br />

crianças.<br />

n Em 26 de outubro, um homem-bomba que,<br />

segundo informações, tinha 15 anos, matou 40 civis,<br />

entre os quais seis crianças, em uma mesquita onde<br />

eles faziam as preces do Eid, na cidade de Mainmana,<br />

província de Faryab.<br />

Abusos cometidos por forças afegãs e<br />

internacionais<br />

Forças de segurança favoráveis ao governo<br />

continuaram a provocar a morte e ferimentos em civis,<br />

principalmente em ataques aéreos. Segundo a Missão<br />

de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão<br />

(UNAMA), 8 por cento das mortes de civis foram<br />

causadas pelas forças nacionais e internacionais.<br />

n No dia 8 de fevereiro, oito meninos foram mortos em<br />

ataques aéreos da OTAN na província de Kapisa. O<br />

ataque foi condenado pelo Presidente Karzai. Embora<br />

tendo afirmado lamentar as mortes, a OTAN teria<br />

alegado que os jovens foram considerados uma<br />

ameaça.<br />

n No dia 1º de março, um soldado estadunidense<br />

matou vários civis, entre os quais uma criança, e feriu<br />

muitos outros durante uma farra de tiros noturna<br />

praticada em dois vilarejos do distrito de Panjwai, na<br />

província de Kandahar. Em dezembro, o soldado foi à<br />

corte marcial para responder por 16 homicídios e seis<br />

tentativas de homicídio.<br />

n No dia 6 de junho, 18 civis, inclusive crianças,<br />

teriam sido mortos em um ataque aéreo da OTAN<br />

contra combatentes talibãs que, para esconderem-se,<br />

teriam adentrado uma residência, na província de<br />

Logar, onde acontecia um casamento.<br />

Em setembro, as autoridades afegãs assumiram<br />

nominalmente o controle da unidade de detenção<br />

estadunidense de Bagram, ao norte de Cabul.<br />

Contudo, não ficou claro que grau de influência os<br />

EUA ainda mantêm sobre os casos de detentos<br />

individuais em Bragram. Segundo informações, as<br />

autoridades afegãs assumiram a custódia de,<br />

aproximadamente, 3.100 cidadãos afegãos que se<br />

encontravam na unidade em 9 de março, quando o<br />

acordo de transferência foi finalizado. Mais de 600<br />

detentos que teriam sido levados para a unidade<br />

desde março aparentemente permaneceram sob a<br />

jurisdição militar dos EUA, assim como os casos de<br />

pelo menos 50 cidadãos não afegãos atualmente<br />

mantidos no local. Muitos deles haviam sido<br />

transferidos de terceiros países para o Afeganistão,<br />

onde passaram uma década sob custódia dos EUA.<br />

Um número desconhecido de afegãos, os quais<br />

haviam sido capturados antes do acordo, não foi<br />

transferido para a custódia afegã.<br />

Embora a UNAMA tenha registrado, em outubro,<br />

uma pequena redução na incidência de tortura e de<br />

outros maus-tratos por parte do Diretório Nacional de<br />

Segurança do Afeganistão, houve um aumento dessas<br />

práticas por parte das polícias nacional e de fronteira.<br />

Houve denúncias generalizadas de violações dos<br />

direitos humanos por membros da Polícia Local<br />

34 Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional

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