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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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n Em abril, Sedat Selim Ay, um policial condenado por<br />

tortura em 2004, foi promovido a um cargo superior na<br />

Unidade de Combate ao Terrorismo de Istambul.<br />

n Não foi realizada qualquer investigação efetiva sobre<br />

o bombardeio do distrito de Uludere/Qileban, na<br />

província de Şırnak, pelas forças armadas em<br />

dezembro de 2011. As forças armadas afirmaram que<br />

seu alvo eram integrantes do PKK, mas, em vez deles,<br />

mataram 34 camponeses. Os promotores não<br />

investigaram prontamente a cena do crime, nem<br />

entrevistaram as testemunhas do ataque.<br />

n Em outubro, um tribunal de Istanbul condenou três<br />

agentes prisionais por "causar a morte por meio de<br />

tortura" de Engin Çeber, em um novo julgamento dos<br />

agentes públicos acusados de tê-lo matado sob<br />

custódia em 2008. O Supremo Tribunal de Recursos<br />

havia anulado a sentença anterior por razões<br />

processuais. No fim do ano, o caso ainda tramitava no<br />

Supremo Tribunal de Recursos.<br />

Julgamentos injustos<br />

Julgamentos injustos continuaram ocorrendo,<br />

principalmente em processos baseados na<br />

legislação antiterrorista julgados pelos tribunais<br />

penais especiais para crimes graves. A prorrogação<br />

da detenção provisória durante julgamentos<br />

prolongados continuou problemática, mesmo depois<br />

das mudanças jurídicas adotas em junho para<br />

limitar seu uso. Depoimentos secretos de<br />

testemunhas, os quais não podiam ser<br />

questionados, foram utilizados nos tribunais, que<br />

continuaram proferindo condenações em casos que<br />

careciam de provas confiáveis e substanciais.<br />

Milhares desses casos, baseados em leis<br />

antiterroristas, relacionavam-se a supostas<br />

participações em manifestações. Muitos dos<br />

acusados eram estudantes universitários. As<br />

reformas dos tribunais penais especiais para crimes<br />

graves, aprovadas pelo Parlamento em julho, ainda<br />

não haviam sido implementadas no fim do ano.<br />

n O estudante universitário Cihan Kırmızıgül foi<br />

libertado da prisão em março, após 25 meses de<br />

detenção provisória. Em maio, ele fora condenado por<br />

vandalismo criminoso e por "cometer crime em nome<br />

de uma organização terrorista". Ele foi sentenciado a<br />

11 anos e três meses de prisão. Sua condenação<br />

baseou-se no fato de ele estar usando um lenço<br />

tradicional semelhante aos usados por pessoas que<br />

teriam participado de uma manifestação em que<br />

Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />

coquetéis molotov foram lançados. Um policial<br />

também identificou-o como um dos indivíduos que<br />

estava no local dos fatos, o que contradizia as<br />

declarações de outros policiais. No fim do ano, o<br />

julgamento de um recurso era aguardado.<br />

Abusos cometidos por grupos armados<br />

Atentados a bomba cometidos por indivíduos ou<br />

grupos desconhecidos continuaram a matar civis. O<br />

PKK sequestrou civis, em violação aos princípios do<br />

direito internacional humanitário.<br />

n Em agosto, uma explosão próximo a uma estação de<br />

ônibus na província de Gaziantep, no sudeste do país,<br />

matou nove civis e deixou mais de 60 feridos. As<br />

autoridades acusaram o PKK pelo atentado, mas o<br />

grupo negou ter sido o responsável.<br />

n Em outubro, dois civis foram mortos quando seu<br />

automóvel atingiu uma mina terrestre próximo à<br />

estação policial de Aşağı Torunoba, na província de<br />

Tunceli / Dersim.<br />

n Em agosto, o PKK sequestrou Hüseyin Aygün, um<br />

deputado pela província de Tunceli /Dersim. Ele foi<br />

libertado ileso depois de 48 horas.<br />

Objetores de consciência<br />

Não foram introduzidas reformas para reconhecer o<br />

direito dos objetores de consciência ou para impedir<br />

que sofram repetidas ações penais por recusarem-se<br />

a prestar o serviço militar. Pessoas que apoiavam<br />

publicamente o direito à objeção de consciência<br />

foram processadas criminalmente.<br />

n Em outubro, İnan Süver foi posto em liberdade<br />

porque o tempo que ele passou detido provisoriamente<br />

foi descontado de sua pena. No fim do ano, ele<br />

aguardava a execução de uma nova sentença por se<br />

recusar a prestar o serviço militar.<br />

n O Tribunal Europeu de Direitos Humanos proferiu<br />

uma série de sentenças contra a Turquia porque o país<br />

não reconhecia o direito à objeção de consciência.<br />

Autoridades do governo deram declarações<br />

contraditórias sobre a possibilidade de tal<br />

reconhecimento.<br />

n Em março, o Comitê de Direitos Humanos da ONU<br />

concluiu que o fato de a Turquia não ter reconhecido o<br />

direito à objeção de consciência nos casos de Cenk<br />

Atasoy e Arda Sarkut violava o artigo 18 do PIDCP.<br />

Refugiados e requerentes de asilo<br />

Dezenas de milhares de pessoas que escapavam da<br />

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