INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
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Continuou em vigor uma lei que proíbe o<br />
encobrimento da face. Tais legislações indiretamente<br />
discriminam as mulheres muçulmanas que optam<br />
por livremente usar véus que cubram o rosto. Em<br />
janeiro, o Senado aprovou um projeto de lei que visa<br />
a proibir os funcionários de serviços que cuidam de<br />
crianças de usar vestimentas e símbolos religiosos e<br />
culturais. Continuava em vigor uma circular emitida<br />
em 2011 pelo ex-ministro da Educação, que já<br />
proibia as mulheres que usam essas roupas de<br />
participar de passeios escolares.<br />
Em agosto, uma lei sobre assédio sexual incluiu a<br />
“identidade sexual” como motivo proibitivo em<br />
legislações penais de combate aos crimes de ódio e à<br />
discriminação em locais de trabalho.<br />
No dia 5 de outubro, o Conselho Constitucional<br />
revogou diversas disposições de uma lei de 1969<br />
relativa aos pavees (nômades irlandeses também<br />
conhecidos como Irish Travellers). Eliminou-se a<br />
exigência de três anos de registro em um município<br />
para eles poderem votar e de que pavees sem uma<br />
renda fixa tivessem que portar e renovar<br />
periodicamente um "carnê de circulação". Entretanto,<br />
os pavees que possuem renda fixa continuaram<br />
obrigados a portar um "livreto de circulação"; todo<br />
pavee ainda tinha que se registrar junto às<br />
autoridades municipais; e eles não podiam constituir<br />
mais de 3 por cento da população de uma cidade.<br />
No dia 7 de novembro, o Conselho de Ministros<br />
aprovou um projeto de lei sobre o casamento de<br />
pessoas do mesmo sexo, o qual deveria começar a<br />
ser analisado pela Assembleia Nacional a partir de<br />
janeiro de <strong>2013</strong>.<br />
Remoções forçadas<br />
No decorrer do ano, campos e habitações temporários<br />
ocupados por ciganos continuaram a ser desmontados<br />
em ações de remoção forçada. Segundo estimativas de<br />
ONGs, 9.040 ciganos foram despejados à força em<br />
toda a França nos três primeiros trimestres de 2012.<br />
Em 26 de agosto, o governo emitiu uma circular<br />
interministerial com medidas de antecipação e de<br />
acompanhamento das operações de evacuação de<br />
acampamentos ilícitos, para que as prefeituras<br />
pudessem planejar e executar as remoções, assistindo<br />
as pessoas afetadas com vistas a sua reintegração. No<br />
entanto, salvaguardas internacionais contra remoções<br />
forçadas continuaram sendo desprezadas no âmbito<br />
local ao executar ordens de despejo.<br />
Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />
Refugiados, requerentes de asilo e<br />
migrantes<br />
O procedimento prioritário para requerentes de asilo<br />
permaneceu em vigor, apesar de não proteger<br />
adequadamente seus direitos. Ademais, eles<br />
continuaram sem ter direito a recurso suspensivo<br />
perante o Tribunal Nacional do Direito ao Asilo.<br />
Em 26 de março, o Conselho de Estado anulou<br />
uma decisão da Agência Francesa para a Proteção de<br />
Refugiados e Pessoas Apátridas (OFPRA), de abril de<br />
2011, que acrescentava a Albânia e Kosovo à lista de<br />
países de origem seguros para requerentes de asilo.<br />
No dia 3 de outubro, o Conselho de Estado condenou<br />
o fato de a OFPRA não apreciar individualmente as<br />
revisões dos requerimentos dos solicitantes de asilo<br />
cujas impressões digitais pareciam ter sido<br />
voluntariamente alteradas.<br />
Em 7 de junho, o governo emitiu uma circular<br />
recomendando que as famílias de migrantes irregulares<br />
com crianças fossem colocadas sob rigorosa prisão<br />
domiciliar em vez de centros de detenção.<br />
No dia 11 de julho, o Comitê da ONU contra a<br />
Tortura impediu a expulsão de uma mulher somali<br />
detida em uma "zona de espera" no aeroporto de<br />
Roissy-Charles de Gaulle. Seu pedido de asilo e seu<br />
recurso foram rejeitados na mesma semana, apesar de<br />
o ACNUR, a agência da ONU para os refugiados, ser<br />
contrário à deportação para certas partes da Somália.<br />
Em dezembro, o Parlamento aprovou uma lei que<br />
emendou o Código de Entrada e Permanência de<br />
Estrangeiros e do Direito de Asilo, abolindo o<br />
chamado "delito de solidariedade". Segundo a nova<br />
lei, apoiar a permanência irregular de um estrangeiro<br />
deixa de ser um delito punível com multa ou prisão,<br />
contanto que a pessoa que prestou o auxílio tente<br />
oferecer ao estrangeiro condições de vida justas e<br />
decentes, e desde que não receba qualquer<br />
compensação direta ou indireta.<br />
Mudanças legais, constitucionais ou<br />
institucionais<br />
Em dezembro, a França assinou o Protocolo<br />
Facultativo ao PIDESC.<br />
Visitas/relatórios da AI<br />
v Representantes da Anistia Internacional visitaram a França em<br />
fevereiro, maio, junho, agosto, setembro e novembro.<br />
4 Choice and prejudice: Discrimination against Muslims in Europe (EUR<br />
01/001/2012)<br />
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