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INFORME 2013 - ANISTIA INTERNACIONAL O ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO

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uma destruição de propriedades em grande escala<br />

ocorreu na província de Free State. Quase 700<br />

refugiados e requerentes de asilo, na maioria etíopes,<br />

ficaram desalojados após o saque de suas lojas. A<br />

resposta da polícia, nesse e em muitos outros<br />

incidentes, foi lenta. Em alguns casos, testemunhas<br />

relataram que a polícia foi cúmplice da violência.<br />

Na província de Limpopo, a polícia fechou à força<br />

pelo menos 600 pequenos negócios administrados<br />

por requerentes de asilo e por refugiados como parte<br />

da operação "Hard Stick". As incursões policiais<br />

aconteceram sem aviso prévio, de modo<br />

indiscriminado e envolveram o confisco de estoques<br />

de produtos. Alguns requerentes de asilo e refugiados<br />

foram submetidos a agressões verbais xenófobas, à<br />

detenção e a multas e processos relativos à<br />

administração de seus negócios. A perda de suas<br />

casas e fontes de subsistência deixou-os ainda mais<br />

vulneráveis a abusos. Em setembro, 30 pessoas de<br />

origem etíope foram obrigadas a abandonar a casa<br />

em que se abrigavam depois de um ataque com<br />

bomba artesanal de gasolina.<br />

Detenções ilegais e prolongadas de migrantes sem<br />

documentos, bem como de pessoas que<br />

necessitavam proteção internacional, continuaram<br />

causando preocupação. Em novembro, um<br />

requerimento judicial interposto pela Comissão de<br />

Direitos Humanos da África do Sul e pela ONG<br />

People Against Suffering, Suppression, Oppression<br />

and Poverty levou as autoridades a libertarem 37<br />

migrantes que ficaram detidos, em média, por 233<br />

dias, sem mandado judicial.<br />

Direitos de lésbicas, gays, bissexuais,<br />

transexuais e intersexuais<br />

A violência por motivos de ódio, principalmente<br />

contra mulheres homossexuais, continuou a causar<br />

medo e apreensão. Entre junho e novembro, pelo<br />

menos sete pessoas, entre as quais cinco lésbicas,<br />

foram assassinadas em ataques que pareceram ser<br />

motivados pela orientação sexual ou pela identidade<br />

de gênero das vítimas.<br />

Uma ‘força tarefa’ do governo e da sociedade civil,<br />

criada em 2011 para impedir novos incidentes, fez<br />

poucos progressos. Em setembro, a situação dos<br />

direitos humanos na África do Sul foi avaliada de<br />

acordo com a Revisão Periódica Universal da ONU. O<br />

governo confirmou que um conjunto de "políticas de<br />

combate aos crimes de ódio, aos discursos de ódio e<br />

Informe <strong>2013</strong> - Anistia Internacional<br />

à discriminação injusta" estava em "estágio avançado<br />

de finalização".<br />

Em dezembro, funcionários do Ministério da<br />

Justiça condenaram publicamente os crimes de ódio<br />

e a violência baseada em gênero como uma violação<br />

do direito à vida e à dignidade humana,<br />

reconhecendo a "necessidade urgente" de uma<br />

conscientização pública para combater o preconceito<br />

baseado na identidade sexual ou de gênero.<br />

Violência contra mulheres e crianças<br />

Persistiu uma alta incidência de violência contra<br />

mulheres − de abril de 2011 a março de 2012, a polícia<br />

registrou 48.003 casos de estupro. No mesmo período,<br />

dos 64.514 casos registrados de delitos sexuais,<br />

inclusive estupro, mulheres foram as vítimas em 40,1<br />

por cento dos casos e crianças em 48,5 por cento dos<br />

casos. Houve diversos pedidos para que fossem<br />

restabelecidos tribunais especiais para delitos sexuais<br />

a fim de enfrentar a impunidade para esses crimes.<br />

Direitos das mulheres, HIV e saúde<br />

materna<br />

O acesso a medicamentos antirretrovirais para<br />

pessoas vivendo com HIV continuou a ser ampliado.<br />

Em outubro, dois milhões de pessoas estavam<br />

recebendo tratamento. O alto índice de infecção por<br />

HIV entre mulheres grávidas continuou preocupante,<br />

sendo que a província de KwaZulu-Natal registrou<br />

uma taxa de infecção de 37,4 por cento entre as<br />

mulheres que frequentam centros de saúde prénatal.<br />

Em agosto, um relatório sobre tendências da<br />

mortalidade materna, com apoio do Ministério da<br />

Saúde, observou que 40,5 por cento das 4.867<br />

mulheres que morreram durante a gestação ou em<br />

até 42 dias após o parto, entre 2008 e 2010, tiveram<br />

como causa infecções não relacionadas à gravidez,<br />

mas principalmente ao HIV. Entre os fatores que<br />

contribuíram com as mortes estavam os atrasos no<br />

recebimento de atenção pré-natal e de tratamento<br />

antirretroviral.<br />

Defensoras e defensores dos direitos<br />

humanos<br />

Prosseguiram as hostilidades contra defensores dos<br />

direitos humanos e as pressões indevidas sobre<br />

instituições, como a Defensoria Pública, e sobre<br />

promotores.<br />

39<br />

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