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A teatralidade de Lepage funciona na associação entre imagens<<strong>br</strong> />
gravadas e ao vivo. Trata-se de uma <strong>com</strong>unicação entre atores e toda<<strong>br</strong> />
a tecnologia trazida ao espaço, onde, segundo Johannes Barringer,<<strong>br</strong> />
“percepções espaciais são feitas através do que é inserido fisicamente<<strong>br</strong> />
no espaço” 5 . A tecnologia também está, conforme observa<<strong>br</strong> />
Alison Oddey, contribuindo <strong>com</strong> o processo de criação coletiva e<<strong>br</strong> />
influenciando o desenvolvimento da performance em sua evolução 6 .<<strong>br</strong> />
Lepage gosta de se relacionar <strong>com</strong> tecnologia no mesmo nível que<<strong>br</strong> />
o faz <strong>com</strong> o texto escrito (quando há um), e a criatividade dos performers.<<strong>br</strong> />
Poderíamos considerar esta colagem de material “ao vivo” e<<strong>br</strong> />
gravado <strong>com</strong>o tecno-cena 7 , ou uma tecnologia que está em simbiose<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> a ação do performer no espaço. Na verdade, a tecno-cena de<<strong>br</strong> />
Lepage é uma teatralidade hí<strong>br</strong>ida que mescla atuação ao vivo <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
imagens cinemáticas, vídeo, projeções de slides e colaborações <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
tecnologias digitais e artistas de várias áreas.<<strong>br</strong> />
Historicamente, a teatralidade de Lepage segue a tradição do “teatro<<strong>br</strong> />
total” de Adolphe Appia. Na virada do século 20, Appia elaborou<<strong>br</strong> />
a idéia de “teatro total” e, prenunciando o teatro multidisciplinar, reivindicou<<strong>br</strong> />
que o teatro seria a única forma de arte que pode unir outras<<strong>br</strong> />
formas de arte: texto (música ou fala), cenário (escultura ou pintura)<<strong>br</strong> />
e teatro (arquitetura). De forma semelhante a Appia, a idéia de teatro<<strong>br</strong> />
total de Edward Gordon Craig se refere ao uso independente e igual<<strong>br</strong> />
de todos os elementos teatrais que têm de ser precisamente utilizados<<strong>br</strong> />
no palco. É necessária a existência de um artista “mestre” de fora da<<strong>br</strong> />
cena para editar estes elementos Uma vez que o performer não pode<<strong>br</strong> />
ser separado das suas imperfeições pessoais, a precisão artística exigida<<strong>br</strong> />
por Craig só é possível se o “corpo” permanecer <strong>com</strong>o um aspecto interno<<strong>br</strong> />
da atuação enquanto é controlado do exterior pelo diretor <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
5 Birringer, Theatre, Theory, Postmodernism , 31.<<strong>br</strong> />
6 Oddey, Devising Theatre.<<strong>br</strong> />
7 N. do T.: O termo original techno-en-scène certamente é uma referência ao termo<<strong>br</strong> />
francês mise-en-scène, que pode significar encenação ou concepção da cena. Neste caso,<<strong>br</strong> />
pode-se pensar em uma concepção tecnológica, ou a tecnologia <strong>com</strong>o base da criação<<strong>br</strong> />
cênica ou ainda “cena tecnológica”.<<strong>br</strong> />
MÓIN-MÓIN<<strong>br</strong> />
163<<strong>br</strong> />
Revista de Estudos so<strong>br</strong>e Teatro de Formas Animadas