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Os Antigos Calendários do Grande Impressor (1715), <strong>com</strong> o título<<strong>br</strong> />

de A Estória de Chikamatsu. Mas no Ocidente a película tornou-se<<strong>br</strong> />

conhecida <strong>com</strong>o Os Amantes Crucificados, um roteiro denso so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

jovem e bela Osan, esposa de Ishun, o grande impressor, e Mohei,<<strong>br</strong> />

empregado do seu marido, acusados falsamente de adultério. Surpresos,<<strong>br</strong> />

ambos fogem para as margens do lago Biwa, onde se tornam<<strong>br</strong> />

amantes. Mas são presos. Julgados em 9 de agosto de 1683, em 22<<strong>br</strong> />

de setem<strong>br</strong>o do mesmo ano, os amantes e a criada Otama, que se<<strong>br</strong> />

envolvera no caso, foram expostos nas ruas de yoto e executados<<strong>br</strong> />

publicamente: o casal por crucificação, punição feudal ao adultério,<<strong>br</strong> />

e a criada por decapitação. Em Chikamatsu, justamente antes da<<strong>br</strong> />

pena de morte, eles são salvos pelo monge budista Tôgan. Mas no<<strong>br</strong> />

filme de Mizoguchi, o casal é amarrado e levado so<strong>br</strong>e um cavalo.<<strong>br</strong> />

Uma mulher na multidão dá voz ao consenso geral: “A senhora<<strong>br</strong> />

nunca pareceu tão feliz, nem Mohei tão calmo e sereno”.<<strong>br</strong> />

Inventor do famoso método “uma cena/um plano”, Mizoguchi<<strong>br</strong> />

adota o distanciamento da câmera para filmar o plano longo.<<strong>br</strong> />

Como um observador mais ou menos impassível da tragédia, exclui<<strong>br</strong> />

ao máximo o close-up e sujeita o corte à duração da seqüência. No<<strong>br</strong> />

início a sua técnica foi criticada no seu país, por estar esteticamente<<strong>br</strong> />

voltada ao bunraku e ao kabuki. Mas <strong>com</strong> os sucessivos prêmios no<<strong>br</strong> />

Festival de Veneza: Leão de Prata por A Vida de Oharu (1952); Leão<<strong>br</strong> />

de Ouro por Contos da Lua Vaga (1953) e Leão de Prata, por O<<strong>br</strong> />

Intendente Sansho (1954), o seu estilo original vai causar um grande<<strong>br</strong> />

impacto no Ocidente. Conhecido na década de 1960 <strong>com</strong>o “plano<<strong>br</strong> />

seqüência”, vai influenciar so<strong>br</strong>etudo a nouvelle vague francesa, a<<strong>br</strong> />

exemplo de Viver a Vida (1962) de Godard.<<strong>br</strong> />

Em Correntes no Cinema Japonês (SATO: 1987, p. 181), o<<strong>br</strong> />

crítico Tadao Sato <strong>com</strong>para a técnica “uma cena/um plano” <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

o a<strong>com</strong>panhamento musical na dança tradicional, no bunraku, no<<strong>br</strong> />

nô e no naniwa bushi, narração popular <strong>com</strong> a<strong>com</strong>panhamento de<<strong>br</strong> />

shamisen. Enquanto a dança européia e o balé enfatizam os movimentos<<strong>br</strong> />

rítmicos e dinâmicos, a dança japonesa realça a beleza da<<strong>br</strong> />

forma, o dançarino mantém momentaneamente uma pose, moven-<<strong>br</strong> />

MÓIN-MÓIN<<strong>br</strong> />

77<<strong>br</strong> />

Revista de Estudos so<strong>br</strong>e Teatro de Formas Animadas

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