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desenhos animados, lançado em 1893 (dois anos antes da cele<strong>br</strong>ada<<strong>br</strong> />
sessão dos irmãos Lumiére em 1895, portanto considerado pelos<<strong>br</strong> />
animadores <strong>com</strong>o a verdadeira projeção inaugural do Cinema),<<strong>br</strong> />
era um show de performance conjugado à projeção, pois o próprio<<strong>br</strong> />
Reynaud <strong>com</strong>andava o sistema de projeção, fazendo narrações e<<strong>br</strong> />
vozes, acelerando, ralentando ou repetindo as animações conforme<<strong>br</strong> />
a reação da platéia. E no cinema mudo, a intervenção de atores e<<strong>br</strong> />
músicos (<strong>com</strong>o o clássico pianista de cinema) <strong>com</strong>plementava a<<strong>br</strong> />
exibição de desenhos animados. Winsor Mcay, o pioneiro criador<<strong>br</strong> />
da primeira personagem animada de sucesso das telas, a dinossaura<<strong>br</strong> />
Gertie, costumava contracenar <strong>com</strong> a projeção de sua criatura.<<strong>br</strong> />
Mas, pouco a pouco, estas intervenções performáticas foram<<strong>br</strong> />
ficando raras e quase impossíveis devido à natureza industrial e<<strong>br</strong> />
mecânica que o suporte cinematográfico logo estabeleceu.<<strong>br</strong> />
Portanto, uma projeção de cinema de animação, tal <strong>com</strong>o o<<strong>br</strong> />
conhecemos há mais de um século, não contém à priori nenhuma<<strong>br</strong> />
intervenção imprevista, nenhuma influência do acaso ou da emoção<<strong>br</strong> />
do momento. Será sempre uma repetição mecânica da mesma ação<<strong>br</strong> />
construída por um animador, por mais que este, no momento da<<strong>br</strong> />
criação, tenha logrado incutir em sua representação o frescor de<<strong>br</strong> />
uma performance improvisada.<<strong>br</strong> />
A entrada em cena, no final do século passado, das tecnologias<<strong>br</strong> />
digitais de produção e exibição poderá contribuir para que se criem<<strong>br</strong> />
espetáculos nos quais seja possível maior interação e imprevisto.<<strong>br</strong> />
Mas isto não se demonstrou ainda algo mais que uma possibilidade,<<strong>br</strong> />
ou talvez de outra situação ilusória: os videogames animados, por<<strong>br</strong> />
exemplo, pressupõem a atuação do espectador, a interatividade,<<strong>br</strong> />
mas o universo de intervenções possíveis também está previamente<<strong>br</strong> />
calculado na programação do jogo, portanto toda interferência<<strong>br</strong> />
do acaso está planejada e circunscrita a um número finito de possibilidades.<<strong>br</strong> />
A animação feita por <strong>com</strong>putador também pode tender a cristalizar<<strong>br</strong> />
ainda mais todo um vocabulário de gestos e expressões predeterminadas,<<strong>br</strong> />
criadas por softwares ou por animadores tradicionais<<strong>br</strong> />
MÓIN-MÓIN<<strong>br</strong> />
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Revista de Estudos so<strong>br</strong>e Teatro de Formas Animadas