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olhar do espectador que está em questão. Pode-se dizer que, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

a iluminação, podemos fazer <strong>com</strong> que o espectador veja somente<<strong>br</strong> />

o que interessa ao encenador: podemos aproximá-lo ou afastá-lo<<strong>br</strong> />

de um determinado objeto ou provocar uma concentração de sua<<strong>br</strong> />

atenção num texto dito por um personagem específico. Hoje em<<strong>br</strong> />

dia, <strong>com</strong> o desenvolvimento dos aparatos óticos e da potência dos<<strong>br</strong> />

refletores é ainda muito mais fácil conseguir este tipo de ação, bem<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o ampliar muito as possibilidades de efeitos obtidos <strong>com</strong> a luz,<<strong>br</strong> />

sendo possível até imaginar uma cenografia toda construída pela<<strong>br</strong> />

luz, sem nenhum objeto concreto. Assim, quando o iluminador<<strong>br</strong> />

de um espetáculo fecha um pequeno foco 1 em uma carranca de<<strong>br</strong> />

boi, que faz parte do espaço de representação, e apaga o em torno<<strong>br</strong> />

da mesma, ele está dizendo ao espectador que preste atenção nesta<<strong>br</strong> />

carranca e aproximando essa imagem dele.<<strong>br</strong> />

O fato do espaço de representação teatral ser, na maior parte<<strong>br</strong> />

das vezes, condicionado a uma estrutura espacial fixa, força o<<strong>br</strong> />

espectador, sentado sempre na mesma posição em relação a ele, a<<strong>br</strong> />

observar a cena sempre sob o mesmo ponto de vista. A possibilidade<<strong>br</strong> />

de multiplicação dos pontos de vista na cena está intrinsecamente<<strong>br</strong> />

ligado à possibilidade de dirigir o olhar do espectador, proporcionada<<strong>br</strong> />

pela luz. A pintura já teve que lidar <strong>com</strong> isso no final do<<strong>br</strong> />

século XIX, quando o cubismo, liderado por Pablo Picasso, trata de<<strong>br</strong> />

colocar uma imensa variedade de pontos de vista dentro do espaço<<strong>br</strong> />

de representação bi-dimensional da tela. Daí decorre uma primeira<<strong>br</strong> />

aproximação entre as funções da iluminação cênica no teatro e alguns<<strong>br</strong> />

mecanismos de construção do aparato cinematográfico, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

ressalta o conceituado iluminador teatral Aurélio de Simoni:<<strong>br</strong> />

É uma coisa tão inerente, é tão intrínseca no nosso trabalho:<<strong>br</strong> />

o ponto de vista. É ele que orienta a gente.(...) É<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o se você mudasse, numa linguagem cinematográfica,<<strong>br</strong> />

a posição de câmera. Você tem um plano e você vai para<<strong>br</strong> />

outro plano, para um outro ponto de vista. Acho que<<strong>br</strong> />

talvez uma das diferenças entre a luz para cinema e a luz<<strong>br</strong> />

1 Chama-se foco a luz concentrada em uma área específica do palco.<<strong>br</strong> />

MÓIN-MÓIN<<strong>br</strong> />

195<<strong>br</strong> />

Revista de Estudos so<strong>br</strong>e Teatro de Formas Animadas

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