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212<<strong>br</strong> />
Revista de Estudos so<strong>br</strong>e Teatro de Formas Animadas<<strong>br</strong> />
MÓIN-MÓIN<<strong>br</strong> />
mas o teatro visual de Madzik não é para ser visto, mas, sim, para ser<<strong>br</strong> />
vivenciado, pois existe nele uma atmosfera emocional muito grande<<strong>br</strong> />
que nos envolve e do qual se sai transformado. Como num ritual de<<strong>br</strong> />
passagem, em silêncio, de um em um, penetra-se numa sala, ou supostamente<<strong>br</strong> />
tal, pois Madzik mergulha o seu público numa escuridão<<strong>br</strong> />
tal que mal se percebe o espaço à sua volta.<<strong>br</strong> />
Por longos minutos se fica em suspense, sendo pouco o que<<strong>br</strong> />
se vê, pouca a luminosidade, enquanto a distância, aqui e ali, o<<strong>br</strong> />
olhar se fixa so<strong>br</strong>e som<strong>br</strong>as de objetos não identificáveis, imagens<<strong>br</strong> />
rígidas, imóveis, humanas? Materiais? Que de repente desaparecem<<strong>br</strong> />
ou imperceptivelmente mudam de expressão, sob acordes sutis que<<strong>br</strong> />
se misturam aos murmúrios e sons abafados de pessoas ainda entrando<<strong>br</strong> />
e a<strong>com</strong>odando-se, formando um aglomerado de experiências<<strong>br</strong> />
indefinidas. Assim, o espetáculo transcorre sem que se perceba seu<<strong>br</strong> />
início e dura numa outra dimensão de tempo.<<strong>br</strong> />
Scena Plastyczna não utiliza palavras, mas seu silêncio é muito<<strong>br</strong> />
eloqüente. Para Leszek Madzik é uma forma de <strong>com</strong>unicação <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
Deus. Scena Plastyczna não conta nenhuma história, mas o público<<strong>br</strong> />
recebe uma carga estética inesquecível. Por exemplo, o espetáculo<<strong>br</strong> />
Wrota é apresentado em três planos: <strong>com</strong>eça no teto, passa em seguida<<strong>br</strong> />
para o plano do palco (separado do público por arames e fios)<<strong>br</strong> />
e termina no chão. O público é de tal forma circundado que chega<<strong>br</strong> />
a perder as suas referências espaciais. A estranheza da perspectiva<<strong>br</strong> />
criada em cena provoca uma sensação de perda de equilí<strong>br</strong>io, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
se o espaço, de repente, deixasse de ser físico.<<strong>br</strong> />
No fim, os espectadores ao se levantarem de seus lugares percebem<<strong>br</strong> />
que sob seus pés, por baixo de um espesso vidro, figuras se movem – e<<strong>br</strong> />
não são bonecos, nem objetos, mas pessoas, ou partes delas. Mas essas<<strong>br</strong> />
imagens, por mais impressionantes que sejam, não inspiram temor,<<strong>br</strong> />
ao contrário, são suaves e têm um efeito calmante. Existe nelas um<<strong>br</strong> />
drama cheio de espiritualidade. Som, luz, cores, objetos e atores são<<strong>br</strong> />
tratados, todos, num só nível. O ator é tratado <strong>com</strong>o um objeto – tal<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o hoje o homem é visto, um corpo virtual.<<strong>br</strong> />
O ator não atua individualmente, pertence a uma <strong>com</strong>posição,