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86<<strong>br</strong> />
Revista de Estudos so<strong>br</strong>e Teatro de Formas Animadas<<strong>br</strong> />
MÓIN-MÓIN<<strong>br</strong> />
Outro dia, eu vi um paciente de poliomielite tentando<<strong>br</strong> />
pegar uma coisa. Entretanto, as suas mãos não se dirigiam<<strong>br</strong> />
diretamente ao objeto. Após algumas tentativas e erros,<<strong>br</strong> />
ele moveu as mãos para o lado oposto, fez uma longa<<strong>br</strong> />
volta e no jeito <strong>com</strong> que finalmente apanhou o objeto,<<strong>br</strong> />
eu desco<strong>br</strong>i que eram os mesmos movimentos essenciais<<strong>br</strong> />
das mãos, que eu correntemente ensinava às pessoas.<<strong>br</strong> />
Então, me encorajei. (TATSUMI, H. apud USANO,<<strong>br</strong> />
D.: 2006, p. 326).<<strong>br</strong> />
No butô Hosôtan, Hijikata inseriu o guidayu-bushi, que seu pai<<strong>br</strong> />
costumava praticar, pois a partir de então, todas as outras canções<<strong>br</strong> />
lhe pareceram tênues e amorfas. No bunraku A Escola da Vila (Terakoya),<<strong>br</strong> />
vemos a cabeça de otarô, filho do samurai Matsuômaru,<<strong>br</strong> />
ser decapitada em substituição ao filho do seu amo, <strong>com</strong>o prova de<<strong>br</strong> />
lealdade ao senhor que fora capturado pelo inimigo. Hijikata fez a<<strong>br</strong> />
narrativa intensa deste bunraku ser a<strong>com</strong>panhada por movimentos<<strong>br</strong> />
extremamente tensos das dançarinas de butô.<<strong>br</strong> />
Já azuo Ohno, em dois depoimentos, toma o bunraku <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
referência para a criação do seu butô. “Uma força me move quando<<strong>br</strong> />
danço. Eu sou movido. No bunraku, o boneco dança, o manipulador<<strong>br</strong> />
o observa.” (OHNO apud SLATER: 1986, p. 10).<<strong>br</strong> />
E Odette Aslan assevera:<<strong>br</strong> />
Como leist, fascinado pela marionete de fios mais leve<<strong>br</strong> />
que um dançarino so<strong>br</strong>e seus dois pés, Ohno é fascinado<<strong>br</strong> />
pelo grande boneco do bunraku, liberado do peso e<<strong>br</strong> />
do movimento voluntário, corpo morto que o instrui<<strong>br</strong> />
tanto quanto a vida. Aguardando ser sacudido antes de<<strong>br</strong> />
se deslocar, ele aspira a uma dança da alma. (ASLAN:<<strong>br</strong> />
2004, p. 82)<<strong>br</strong> />
No seu livro O Palácio Voa ao Céu. Kazuo Ohno, Palavras so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
o Butô (1989), Ohno diz:<<strong>br</strong> />
Não dá para se expressar claramente em palavras, mas se<<strong>br</strong> />
os pés transportam a vida, as mãos falam demais. Não,<<strong>br</strong> />
mesmo os pés, sem se aperceber talvez tenham ficado