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60<<strong>br</strong> />
Revista de Estudos so<strong>br</strong>e Teatro de Formas Animadas<<strong>br</strong> />
MÓIN-MÓIN<<strong>br</strong> />
diz respeito à vestimenta, jóias, tatuagens, piercings, etc. No entanto,<<strong>br</strong> />
as transformações do corpo através de cirurgias médicas e plásticas,<<strong>br</strong> />
implantes, tinturas, etc., jamais foram tão acessíveis. É evidente que<<strong>br</strong> />
o corpo humano tem sido visto <strong>com</strong>o um recurso para negociações<<strong>br</strong> />
e conflitos culturais experimentais. O corpo do boneco é então<<strong>br</strong> />
usado para testar entendimentos culturais do corpo humano e, ao<<strong>br</strong> />
misturar areia, lama, argila, etc., <strong>com</strong> plástico ou pedaços sintéticos<<strong>br</strong> />
de corpo e corpos humanos vivos, a ligação entre o corpo vivo e<<strong>br</strong> />
aquele construído se torna extremamente mais visível.<<strong>br</strong> />
Esta reconceitualização do corpo do boneco é visível na o<strong>br</strong>a de artistas<<strong>br</strong> />
contemporâneos <strong>com</strong>o Joan Baixas, Robert Wilson, Rachel Field<<strong>br</strong> />
e Nenagh Watson, da <strong>com</strong>panhia doo-cot, recentemente dissolvida.<<strong>br</strong> />
Na maior parte do trabalho destes artistas, o boneco é desconstruído<<strong>br</strong> />
através do exame de suas partes separadas e fragmentadas; a ilusão do<<strong>br</strong> />
corpo é perdida. O corpo do boneco pode ser visto <strong>com</strong>o emblemático<<strong>br</strong> />
da mortalidade, vulnerável e destrutível, mas intrinsecamente ligado ao<<strong>br</strong> />
universo da matéria e das memórias duradouras que restam nas coisas.<<strong>br</strong> />
Neste tipo de teatro, o boneco perdeu todos os vestígios de si mesmo<<strong>br</strong> />
enquanto personagem ou <strong>com</strong>o algo <strong>com</strong>pleto. O corpo do boneco<<strong>br</strong> />
transformou-se em identificação.<<strong>br</strong> />
É esta idéia de corpo <strong>com</strong>o algo construído para representar<<strong>br</strong> />
questões ligadas à identidade que permeia boa parte do trabalho<<strong>br</strong> />
contemporâneo. Faulty Optic desenvolveu o gênero para incluir<<strong>br</strong> />
manipulação de água, usando bonecos submersos e bonecos feitos<<strong>br</strong> />
de parte-corpo parte-objeto, <strong>com</strong>o em Snuffhouse Dustlous, onde<<strong>br</strong> />
a personagem principal tem um saco de pernas e está sempre à<<strong>br</strong> />
procura de seus pais, que ela finalmente encontra “em um pote de<<strong>br</strong> />
conserva” na sua própria cozinha. O performer Marcel.li Antúñez,<<strong>br</strong> />
apesar de não ser bonequeiro, criou um espetáculo no qual o seu<<strong>br</strong> />
próprio corpo é usado em parte <strong>com</strong> a forma humana e em parte<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o uma figura construída para levantar questões identitárias<<strong>br</strong> />
e sócio-políticas da atualidade, usando seu corpo <strong>com</strong>o uma tela<<strong>br</strong> />
de experimentação. Um dos espetáculos no Festival de Bonecos<<strong>br</strong> />
de Bialystok, Transitions, da <strong>com</strong>panhia Yalla, incluía cenas nas