14.06.2013 Views

Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores

Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores

Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />

conduzidas por um oficial já que não existem procedimentos aprova<strong>dos</strong> pela marinha para mergulho em altitu<strong>de</strong>. No<br />

entanto, existem diversos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> a corrigir ou criar tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão para uso em altitu<strong>de</strong>.<br />

Voar após o <strong>Mergulho</strong><br />

• O voo em aviões após mergulhos é um caso semelhante ao do mergulho em altitu<strong>de</strong> e bastante polémico.<br />

• A título <strong>de</strong> referência, as actuais recomendações da DAN (Divers Alert Network) para viagens <strong>de</strong> avião após<br />

mergulho são, <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong> Maio/Junho <strong>de</strong> 1994 da Alert Diver, publicação oficial da DAN:<br />

- Mergulhadores que realizaram um único mergulho por dia <strong>de</strong>vem fazer um intervalo <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong> no mínimo<br />

12 horas antes <strong>de</strong> voar ou subir para altitu<strong>de</strong> mais elevadas (<strong>de</strong> carro, por exemplo).<br />

- Mergulhadores que fizeram diversos mergulhos por dia por vários dias ou mergulhos com paragens <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scompressão obrigatórias <strong>de</strong>vem tomar precauções adicionais, aguardando por mais <strong>de</strong> 12 horas na<br />

superfície. O intervalo <strong>de</strong> superfície mais prolongado permite uma maior redução do nível <strong>de</strong> nitrogénio nos<br />

teci<strong>dos</strong> e po<strong>de</strong> diminuir a probabilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sintomas da doença <strong>de</strong>scompressiva. Aqueles<br />

que mergulham mais durante uma viagem <strong>de</strong> férias po<strong>de</strong>m não mergulhar por um dia no meio <strong>de</strong> cada semana<br />

ou reservar o último dia para compras ou turismo na superfície.<br />

• Nunca vai existir uma regra que garanta a prevenção da doença <strong>de</strong>scompressiva, não interessando quão gran<strong>de</strong><br />

seja o intervalo <strong>de</strong> superfície. Na verda<strong>de</strong>, as pesquisas geraram recomendações que representam a melhor<br />

estimativa <strong>de</strong> um intervalo <strong>de</strong> superfície conservador antes <strong>de</strong> voos para a maioria <strong>dos</strong> mergulhadores. Sempre<br />

existirão casos em que a constituição física <strong>de</strong> um mergulhador ou condições especiais <strong>de</strong> mergulho resultarão em<br />

doença <strong>de</strong>scompressiva.<br />

• Saiba reconhecer o momento em que você <strong>de</strong>ve dizer quando está pronto para voar.<br />

O Método <strong>de</strong> Cross<br />

• O método mais utilizado para correcção das tabelas para mergulhos em altitu<strong>de</strong> é o chamado método <strong>de</strong> Cross.<br />

Publicado nos EUA em 1967 e utilizado por vários anos na Europa, este método empírico sugere a correcção das<br />

profundida<strong>de</strong>s reais do mergulho por um factor baseado na variação da pressão atmosférica entre o nível do mar e<br />

o local <strong>de</strong> mergulho. Pf é a profundida<strong>de</strong> fictícia em metros, a ser utilizada nos cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão em<br />

tabelas, Pr é a profundida<strong>de</strong> real do mergulho em metros e PBalt é a pressão barométrica em mm Hg na superfície<br />

no local <strong>de</strong> mergulho. A<br />

• cima do nível do mar a profundida<strong>de</strong> fictícia é sempre maior que aquela realmente atingida durante o mergulho, o<br />

que leva a limites para não <strong>de</strong>scompressão menores e tempos <strong>de</strong> parada maiores, compensando a redução da<br />

pressão atmosférica.<br />

• Embora a pressão barométrica não se comporte <strong>de</strong> forma linear com a altitu<strong>de</strong> e varie, para um mesmo local em<br />

função das condições climáticas, <strong>de</strong> modo a simplificar os cálculos po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que, pelo menos até 3.000<br />

m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, a pressão barométrica diminui cerca <strong>de</strong> 8,3 mm Hg a cada 100 m <strong>de</strong> elevação. Alt é a altitu<strong>de</strong><br />

(elevação) em metros da superfície do local <strong>de</strong> mergulho.<br />

Exemplo: vamos calcular o limite não <strong>de</strong>scompressivo para um mergulho a 23 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> (PR) em um lago a<br />

3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> (Alt):<br />

Resposta: Entraríamos na tabela com uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 34,2 m para encontrarmos o limite para não<br />

<strong>de</strong>scompressão. No caso da tabela da marinha americana, encontraríamos 15 minutos como o limite para não<br />

<strong>de</strong>scompressão a 36 m (primeira profundida<strong>de</strong> maior que 34,2 m). Em contrapartida, o limite para 24 m (primeira<br />

profundida<strong>de</strong> maior que 23 m) é <strong>de</strong> 40 minutos, ou seja, quase três vezes maior.<br />

• Recapitulando: para um mergulho em um lago a 3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> a uma profundida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> 24 m, um<br />

mergulhador po<strong>de</strong>ria permanecer até 15 minutos no fundo sem ter que realizar paragens <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão.<br />

• Gráficos mostram como os limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão para diversas profundida<strong>de</strong>s são reduzi<strong>dos</strong> em função da<br />

altitu<strong>de</strong> (no caso, ao nível do mar e a 1.000, 2.000 e 3.000 m).<br />

• No caso <strong>de</strong> mergulhos com paragens obrigatórias (patamares <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão), o método <strong>de</strong> Cross prevê a<br />

correcção da profundida<strong>de</strong> das paragens através da fórmula, on<strong>de</strong> PPR é a profundida<strong>de</strong> na qual será realizada a<br />

parada <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão durante o mergulho e PPT é a profundida<strong>de</strong> indicada para a parada na tabela. Assim, se<br />

a tabela indicar uma parada a 3 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em um lago a 3.000 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, o mergulhador <strong>de</strong>verá parar<br />

pelo tempo indicado na tabela a uma profundida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> 2 m:<br />

• No entanto, o método <strong>de</strong> Cross negligencia pelo menos dois pontos: a correcção da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida<br />

(importante) e correcções <strong>de</strong>vido à diferença entre a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água doce e da água salgada (relativamente<br />

pequenas). O método <strong>de</strong> Cross não foi validado cientificamente e diversos estu<strong>dos</strong> mostraram que embora ele<br />

muitas vezes proporcione limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong>, é provável que suas correcções aumentem<br />

significativamente o risco <strong>de</strong> doença <strong>de</strong>scompressiva comparativamente ao risco associado às tabelas da USNavy<br />

utilizadas ao nível do mar. Estas observações são ainda mais importantes no caso <strong>de</strong> mergulhos em condições<br />

mais difíceis, como as que ocorrem em mergulhos fun<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>scompressivos ou em águas muito frias.<br />

Outros Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Ajuste<br />

• Outro método <strong>de</strong> ajuste empírico adopta factores <strong>de</strong> correcção fixos para 4 faixas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />

• Basta <strong>de</strong>terminar o factor a<strong>de</strong>quado para a altitu<strong>de</strong> e multiplica-lo pela profundida<strong>de</strong> real do mergulho para obter a<br />

profundida<strong>de</strong> fictícia a ser usada nas tabelas. Este método é baseado no mesmo princípio que o método <strong>de</strong> Cross<br />

mas é mais simples para aplicação em campo e mais conservador.<br />

Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />

118

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!