Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) TABELAS DE DESCOMPRESSÃO<br />
• No entanto, o método <strong>de</strong> Cross negligencia pelo menos dois pontos: a correcção da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida<br />
(importante) e correcções <strong>de</strong>vido à diferença entre a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água doce e da água salgada (relativamente<br />
pequenas). O método <strong>de</strong> Cross não foi validado cientificamente e diversos estu<strong>dos</strong> mostraram que embora ele<br />
muitas vezes proporcione limites <strong>de</strong> não <strong>de</strong>scompressão a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong>, é provável que suas correcções aumentem<br />
significativamente o risco <strong>de</strong> doença <strong>de</strong>scompressiva comparativamente ao risco associado às tabelas da marinha<br />
americana utilizadas ao nível do mar. Estas observações são ainda mais importantes no caso <strong>de</strong> mergulhos em<br />
condições mais difíceis, como as que ocorrem em mergulhos fun<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>scompressivos ou em águas muito frias.<br />
Outros Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Ajuste<br />
• Outro método <strong>de</strong> ajuste empírico adopta factores <strong>de</strong> correcção fixos para 4 faixas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Basta <strong>de</strong>terminar o<br />
factor a<strong>de</strong>quado para a altitu<strong>de</strong> e multiplica-lo pela profundida<strong>de</strong> real do mergulho para obter a profundida<strong>de</strong> fictícia<br />
a ser usada nas tabelas. Este método é baseado no mesmo princípio que o método <strong>de</strong> Cross mas é mais simples<br />
para aplicação em campo e mais conservador.<br />
• A tabela abaixo apresenta os factores <strong>de</strong> correcção para cada faixa <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Altitu<strong>de</strong> (m) Factor <strong>de</strong> Correcção<br />
0 a 100 1.00<br />
100 a 300 1.25<br />
300 a 2.000 1.33<br />
2.000 a 3.000 1.50<br />
• Muitas das tabelas mais recentes apresentam seus próprios méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> correcção. A maior vantagem <strong>de</strong>stas<br />
tabelas com relação ao método <strong>de</strong> Cross é que as compensações para altitu<strong>de</strong> foram estudadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
como parte integrante das tabelas, o que faz com que, mesmo que não testadas <strong>de</strong> forma abrangente, estas<br />
correcções sejam compatíveis com os mo<strong>de</strong>los matemáticos ou estatísticos utiliza<strong>dos</strong> na elaboração das tabelas.<br />
Um exemplo são as tabelas DCIEM (Defence and Civil Institute of Environmental Medicine - Canadá), que<br />
incorporam em sua tabela D factores <strong>de</strong> correcção <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> para 8 faixas <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />
• Recorda-se também que ao subir para uma altitu<strong>de</strong> mais elevada, o mergulhador, mesmo em terra, estará<br />
passando por um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão idêntico àquele que acontece no retorno à superfície após um<br />
mergulho. Isto acontece porque o organismo do mergulhador está saturado <strong>de</strong> nitrogénio na altitu<strong>de</strong> menor e, com<br />
a redução da pressão atmosférica, este nitrogénio <strong>de</strong>ve ser eliminado. Qualquer mergulho realizado antes <strong>de</strong> 24<br />
horas após a subida para uma altitu<strong>de</strong> maior <strong>de</strong>ve ser tratado como um mergulho repetitivo, visto que o nitrogénio<br />
ainda não eliminado <strong>de</strong>ve ser levado em conta no cálculo do mergulho.<br />
• No caso <strong>de</strong> mergulhos mais profun<strong>dos</strong>, mais longos ou utilizando misturas respiratórias, em geral são utiliza<strong>dos</strong><br />
programas <strong>de</strong> computador especiais para geração <strong>de</strong> tabelas específicas para cada mergulho. A maioria <strong>de</strong>stes<br />
programas permite o ajuste da altitu<strong>de</strong> do mergulho, alterando <strong>de</strong> forma correspon<strong>de</strong>nte seus cálculos.<br />
.<br />
Computadores e Altitu<strong>de</strong><br />
• Muitos computadores<br />
possuem maneiras<br />
empíricas ou científicas <strong>de</strong><br />
ajustarem seus algoritmos<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão para<br />
mergulhos em altitu<strong>de</strong>. A<br />
título <strong>de</strong> exemplo, vamos<br />
analisar o comportamento<br />
<strong>de</strong> dois mo<strong>de</strong>los comuns<br />
no mercado brasileiro: o<br />
Aladim Pro e o Suunto<br />
Solution. O Aladim Pro<br />
po<strong>de</strong> ser utilizado para<br />
mergulhos a até 4.000 m<br />
<strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, incorporando<br />
quatro "zonas" <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>:<br />
zona 0 (0 a 1.000 m),<br />
zona 1 (600 a 1.900 m), zona 2 (1.400 a 2.800 m) e zona 3 (2.300 a 4.000 m). Um sensor <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>termina<br />
quando o mergulhador passou <strong>de</strong> uma zona para outra e o computador passa então a indicar um período <strong>de</strong><br />
adaptação. O algoritmo para cálculo da <strong>de</strong>scompressão é ajustado automaticamente para a nova pressão ambiente<br />
e mergulhos realiza<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do período <strong>de</strong> adaptação são trata<strong>dos</strong> como um mergulhos repetitivos (já que o<br />
organismo ainda está em um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssaturação após a mudança <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>).<br />
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