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Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores

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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />

• Qualquer motor diesel ou a gasolina, não funciona sem combustível, até que sejam tomadas as medidas<br />

necessárias para restabelecer o seu bom funcionamento. Só assim será possível arrancar o motor <strong>de</strong> novo. Vamos<br />

pois distinguir entre as possíveis situações <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> combustível:<br />

CAUSA A – Por ter realmente acabado o combustível no tanque.<br />

Solução: Obviamente, verificar se o tanque tem combustível. Se não tiver, meter algum no tanque. Em seguida, é<br />

necessário abastecer <strong>de</strong> novo o motor, quer para encher o carburador, no caso <strong>dos</strong> motores a gasolina, quer para<br />

encher a bomba <strong>de</strong> injecção no caso <strong>dos</strong> motores diesel. A maioria <strong>dos</strong> motores a gasolina ou a diesel, dispõem <strong>de</strong> uma<br />

patilha na bomba <strong>de</strong> combustível, cujo accionamento permite ferrar o sistema <strong>de</strong> combustível até ao carburador, no<br />

caso <strong>dos</strong> motores a gasolina, ou até à bomba <strong>de</strong> injecção, no caso <strong>dos</strong> motores diesel.<br />

(Ter em atenção que alguns motores a gasolina mais mo<strong>de</strong>rnos são <strong>de</strong> injecção electrónica, não tendo carburador, e<br />

esta operação é efectuada automaticamente por uma bomba eléctrica <strong>de</strong> alta pressão).<br />

No caso <strong>dos</strong> motores a gasóleo, o problema é mais complexo, pois além <strong>de</strong> encher <strong>de</strong> gasóleo o sistema <strong>de</strong><br />

arrefecimento, é necessário sangrar todo o sistema <strong>de</strong> abastecimento e injecção <strong>de</strong> combustível, incluindo e<br />

principalmente <strong>de</strong>ntro da própria bomba <strong>de</strong> injecção aos injectores. É pois necessário sangrar a totalida<strong>de</strong> do sistema.<br />

Po<strong>de</strong> parecer uma operação difícil, mas se for efectuada metodicamente, e com calma, não carece <strong>de</strong> muito tempo. (ver<br />

mais adiante). Se o tanque tiver gasóleo, po<strong>de</strong> haver entupimento no tubo <strong>de</strong> alimentação. Verificar, limpar e proce<strong>de</strong>r<br />

ao sangramento.<br />

CAUSA B – Por lapso, ficou fechada a torneira do gasóleo.<br />

Solução: Abrir a torneira, em seguida “sangrar” e colocar o motor em funcionamento.<br />

CAUSA C – Falta <strong>de</strong> combustível <strong>de</strong>vido a bloqueio <strong>de</strong> filtro <strong>de</strong> gasóleo, <strong>de</strong>vido a sujida<strong>de</strong>.<br />

Solução: Substituir o filtro ou pelo menos limpá-lo, em seguida sangrar e arrancar o motor.<br />

CAUSA D – Falta <strong>de</strong> combustível causada pela rotura <strong>de</strong> um <strong>dos</strong> tubos <strong>de</strong> alimentação, causando uma “entrada <strong>de</strong> ar<br />

adicional”, que impossibilita a chegada <strong>de</strong> gasóleo até ao filtro <strong>de</strong> combustível. Neste caso a bomba recebe ar em vez<br />

ou com o gasóleo, <strong>de</strong>sferrando a bomba.<br />

Solução: Se não for possível substituir o tubo, reparar a rotura. Caso esta for perto <strong>de</strong> uma das pontas, é normalmente<br />

possível eliminar a parte danificada e ligar <strong>de</strong> novo. Se for no meio do tubo, reparar utilizando um tubo intermédio (o<br />

corpo <strong>de</strong> uma esferográfica, por exemplo) para unir <strong>de</strong> novo. Não é <strong>de</strong> aconselhar a cobertura da zona danificada com<br />

fita isoladora, pois o gasóleo vai impedir a a<strong>de</strong>rência e logo, uma boa a<strong>de</strong>são. Em seguida sangrar e pôr o motor em<br />

funcionamento.<br />

CAUSA E – Água no tanque. Não é necessariamente causada por um <strong>de</strong>scuido ou engano durante o abastecimento,<br />

por confusão entre os tampões <strong>de</strong> gasóleo e água (que <strong>de</strong> qualquer modo parece acontecer com mais frequência do<br />

que po<strong>de</strong> parecer) mas sim <strong>de</strong>vido à con<strong>de</strong>nsação nos tanques, quer no barco, quer até da gasolineira on<strong>de</strong> adquirimos<br />

o gasóleo. Esta é, infelizmente a mais frequente.<br />

Solução: Proce<strong>de</strong>r à imediata remoção da água existente no tanque. Este está normalmente equipado com uma purga<br />

na base, o que permite eliminar maior parte da água. Também o pré-filtro (caso exista) e filtro <strong>de</strong> gasóleo <strong>de</strong>vem ser<br />

purga<strong>dos</strong> na base (caso tenham essa possibilida<strong>de</strong>). Caso tal não seja possível, <strong>de</strong>vem ser limpos e esvazia<strong>dos</strong>, ou<br />

substituí<strong>dos</strong> caso possível. Em seguida esvaziar a bomba <strong>de</strong> injecção, que tem normalmente um parafuso na base, para<br />

este efeito. Eliminando <strong>de</strong>ste modo a água – que po<strong>de</strong> danificar a bomba <strong>de</strong> injecção caso não seja retirada <strong>de</strong> imediato<br />

– <strong>de</strong>vem-se sangrar os sistemas <strong>de</strong> alimentação <strong>de</strong> gasóleo, não esquecendo a bomba <strong>de</strong> injecção. Colocar em<br />

seguida o motor em funcionamento. “Sangrar” o motor, é a operação que permite tirar <strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> alimentação e<br />

injecção todo o ar que neles possa existir. Não é uma operação simples, pois obriga-nos a conhecer a localização e<br />

sequência <strong>dos</strong> sangradores, normalmente situa<strong>dos</strong> no topo <strong>dos</strong> filtros e bomba <strong>de</strong> injecção. Actuando manualmente a<br />

bomba <strong>de</strong> alimentação, abrir as purgas ao longo do sistema em sequência e uma a uma, até que <strong>de</strong>las saia<br />

simplesmente gasóleo e não ar. Não fechar quando obtemos uma espuma <strong>de</strong> ar com gasóleo, mas somente e<br />

unicamente gasóleo. Em seguida <strong>de</strong>sapertar ligeiramente as porcas <strong>de</strong> aperto <strong>dos</strong> injectores, rodando o motor com o<br />

motor <strong>de</strong> arranque, até obter também uma saída <strong>de</strong> gasóleo. Reapertar as porcas e arrancar com o motor. Uma vez que<br />

o motor esteja em funcionamento, <strong>de</strong>ixá-lo funcionar por algum tempo, para que só por si elimine algum ar que possa<br />

ainda existir no sistema. Alguns motores mais mo<strong>de</strong>rnos, fazem automaticamente esta operação, mas é necessário<br />

operar prolongadamente o motor <strong>de</strong> arranque, o que po<strong>de</strong> ocasionar <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> bateria, tal <strong>de</strong>ve ser evitado, pelo que<br />

se recomenda “sangrar” pelo menos o sistema <strong>de</strong> alimentação manualmente, conforme <strong>de</strong>scrito. O risco <strong>de</strong> ficar com o<br />

motor parado e a bateria <strong>de</strong>scarregada, não tem fácil solução no meio do mar.<br />

2 – Problemas com o sistema <strong>de</strong> arrefecimento.<br />

• Os problemas <strong>de</strong> arrefecimento são <strong>de</strong> modo geral preocupantes pois um motor que não esteja bem arrefecido<br />

acaba – invariavelmente – por gripar, caso se insista em operá-lo em más condições.<br />

• O arrefecimento <strong>de</strong> um motor, po<strong>de</strong> ser directo ou indirecto:<br />

• Directo, usando somente água do mar, que como fonte fria do sistema, a qual entra e sai directamente no motor.<br />

• Indirecto, quando a água ou líquido <strong>de</strong> arrefecimento do motor vai ser arrefecida pela circulação <strong>de</strong> água do mar<br />

num permutador <strong>de</strong> calor (algo semelhante a um radiador arrefecido com água salgada), e posteriormente sai por<br />

um misturador <strong>de</strong> escape, arrefecendo os gases. Normalmente, os motores marítimos actuais estão equipa<strong>dos</strong> com<br />

alarme <strong>de</strong> sobreaquecimento visual e acústico, estando também em alguns casos um termómetro indicador da<br />

temperatura da água <strong>de</strong> arrefecimento.<br />

Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />

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