Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) MARINHARIA<br />
NOÇÕES GENÉRICAS SOBRE MOTORES<br />
Meios <strong>de</strong> propulsão<br />
• Vélica: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há milhares <strong>de</strong> anos que o homem utiliza o vento como meio <strong>de</strong> propulsão das embarcações. Cada<br />
vez mais sofisticada nos nossos dias.<br />
• Motora: Divi<strong>de</strong>-se em dois tipos básicos: motores fora <strong>de</strong> borda e motores interiores.<br />
Motores fora <strong>de</strong> borda:<br />
• Largamente utiliza<strong>dos</strong> e extremamente práticos, são na sua gran<strong>de</strong> maioria motores a dois tempos, sem válvulas,<br />
que utilizam uma mistura <strong>de</strong> gasolina com óleo. Recentemente esta mistura é feita automaticamente, através <strong>de</strong><br />
reservatórios separa<strong>dos</strong>, caracteriza<strong>dos</strong> por consumo relativamente elevado. Para solucionar o problema do<br />
elevado consumo <strong>dos</strong> motores a dois tempos, aparecem recentemente no mercado motores a quatro tempos, mais<br />
silenciosos e caracteriza<strong>dos</strong> por um menor consumo. As gran<strong>de</strong>s marcas, começaram a introduzir nas suas gamas<br />
este tipo <strong>de</strong> motores.<br />
• Nos finais da década <strong>de</strong> 80, apareceram também no mercado alguns motores fora <strong>de</strong> borda Deixes, também numa<br />
tentativa <strong>de</strong> minimizar o consumo elevado <strong>dos</strong> motores a dois tempos. Os primeiros mo<strong>de</strong>los, são extremamente<br />
rui<strong>dos</strong>os e sujeitos a vibrações que transmitem ao casco. Recentemente aparecem alguns mo<strong>de</strong>los mais<br />
sofistica<strong>dos</strong>, que através <strong>de</strong> tecnologias avançadas são extremamente silenciosos, apresentando consumos muito<br />
baixos. Através <strong>de</strong> um melhor rendimento a baixo regime, permitem que usando potências relativamente baixas se<br />
venham a obter resulta<strong>dos</strong> sensivelmente iguais aos <strong>dos</strong> motores a gasolina com o dobro da potência. Se bem que<br />
compensando pela extrema economia <strong>de</strong> combustível, o seu preço é bastante mais elevado.<br />
Motores interiores:<br />
Diesel ou a gasolina, são normalmente <strong>de</strong>signa<strong>dos</strong> pelo tipo <strong>de</strong> transmissão utilizado:<br />
• Veio e hélice – Através <strong>de</strong> uma caixa redutora/ inversora, linha <strong>de</strong> veios e manga que atravessa o casco<br />
assegurando a estanquicida<strong>de</strong>.<br />
• Coluna – Também chamado <strong>de</strong>ntro / fora <strong>de</strong> borda, é largamente utilizado, com a vantagem <strong>de</strong> através <strong>de</strong> um<br />
sistema hidráulico, ser possível alterar o ângulo do hélice em relação ao casco (“rim”), permitindo um melhor<br />
arranque e aumento <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, para as mesmas rotações do motor.<br />
• Jacto <strong>de</strong> água – Vulgarizado através das motas <strong>de</strong> água, é também utilizado em embarcações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.<br />
Este tipo <strong>de</strong> transmissão apresenta a vantagem <strong>de</strong> não estar sujeito ao enrolamento <strong>de</strong> cabos no hélice, po<strong>de</strong>ndo<br />
ser utilizado em fun<strong>dos</strong> relativamente baixos.<br />
MOTORES FORA DE BORDA A DOIS TEMPOS<br />
• São motores relativamente simples, sem válvulas com a admissão efectuada através <strong>de</strong> janelas da camisa, não<br />
contém óleo no cárter, sendo a mistura feita através da mistura do óleo na gasolina, quer no momento do<br />
abastecimento, quer feita automaticamente nos motores mais mo<strong>de</strong>rnos. É certo que os motores mo<strong>de</strong>rnos têm na<br />
base da sua concepção tecnologias avançadas, que lhe conferem uma viabilida<strong>de</strong> cada vez maior. Tal acontece<br />
também com os fora <strong>de</strong> borda e as avarias que po<strong>de</strong>m ter solução a bordo, são <strong>de</strong> modo geral bastante simples,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da actuação que possamos ter, conforme os meios à nossa disposição na altura.<br />
• Convém não esquecer que hoje em dia, os motores fora <strong>de</strong> borda estão equipa<strong>dos</strong> com uma bomba <strong>de</strong><br />
alimentação por meio <strong>de</strong> diafragma. Tal significa que esta bomba mantém a alimentação da gasolina através da<br />
vibração pulsatória <strong>de</strong> uma membrana por sua vez operada pela diferença <strong>de</strong> pressão no cárter, originadas pelo<br />
próprio funcionamento do motor. Este sistema somente funciona com o motor em funcionamento, e é por<br />
conseguinte necessário “ferrar” o combustível através <strong>de</strong> vários apertos na bomba em forma <strong>de</strong> pêra, existente no<br />
tubo <strong>de</strong> combustível, até que se sinta que esta fica dura, por já estar o motor ferrado.<br />
• Falta <strong>de</strong> combustível – Por estranho que pareça, é bastante frequente. O dia está bonito, fica-se mais tempo, e<br />
vai-se mais longe, ou anda-se um pouco mais do que o programado, e a gasolina falta. Também um agravamento<br />
do tempo e estado mar, po<strong>de</strong> causar um maior consumo. Acção a tomar: Antes <strong>de</strong> mais prevenir que tal aconteça,<br />
levando gasolina suficiente, ou melhor ainda, mais que suficiente. Levar sempre um <strong>de</strong>pósito a bordo (a falta <strong>de</strong><br />
gasolina po<strong>de</strong> também acontecer por problema no <strong>de</strong>pósito, rotura <strong>de</strong>ste ou <strong>dos</strong> tubos <strong>de</strong> ligação, por exemplo).<br />
Troque <strong>de</strong> tanque ou transvaze a gasolina do <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> reserva (ter em atenção que <strong>de</strong>vemos evitar o <strong>de</strong>rrame<br />
da gasolina). Esta acção não é só por si a solução. É necessário assegurar que o carburador tenha <strong>de</strong> novo<br />
gasolina, e para tal, basta utilizar a bomba, em forma <strong>de</strong> pêra, para <strong>de</strong> novo ferrar o sistema <strong>de</strong> abastecimento do<br />
combustível. Não esquecer que o motor está ainda quente, e que por conseguinte não <strong>de</strong>vemos utilizar o controle<br />
<strong>de</strong> arranque a frio.<br />
• Bateria esgotada ou cabo <strong>de</strong> arranque partido – é infelizmente uma ocorrência frequente. A solução estará na<br />
existência a bordo <strong>de</strong> um cabo que possa ser enrolado na pulia existente no volante do motor, se for o caso, e dar o<br />
arranque com ele. Acção a tomar: Retirar a protecção do volante. Este tem uma ranhura on<strong>de</strong> o cabo encaixa com<br />
uma reentrância para um nó que se dá na ponta, servindo <strong>de</strong> fixe ao cabo. Enrolar o cabo na pulia com duas ou<br />
três voltas, e accionar o cabo como se tratasse <strong>de</strong> um motor com arranque manual. É necessário ter em atenção<br />
que esta situação (bateria <strong>de</strong>scarregada) po<strong>de</strong> ter como causa o problema <strong>de</strong> afogamento atrás referido. É neste<br />
caso necessário que este seja solucionado para po<strong>de</strong>r proce<strong>de</strong>r ao arranque do motor.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
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