Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
Inglaterra. Este capacete era um casco em cobre com vigias <strong>de</strong> vidro, aberto por baixo e alimentado da superfície<br />
por um compressor. Tinha várias limitações:<br />
— a autonomia <strong>de</strong> movimentos era pequena, e os mergulhadores corriam algum perigo pois ao inclinarem-se<br />
po<strong>de</strong>riam per<strong>de</strong>r ar e inundar o capacete, com risco <strong>de</strong> afogamento.<br />
— havia também sempre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaria do compressor, comprometendo do mesmo modo a vida do<br />
mergulhador.<br />
• Por volta ainda <strong>de</strong> 1819, os irmãos Jonh Deane e Charles Deane trabalham num fato (mais tar<strong>de</strong> adoptado<br />
também pelos bombeiros) <strong>de</strong>signado por "Smoke Apparatus".<br />
• Os franceses acusam o inglês Smeaton <strong>de</strong> se ter servido das i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Dennis Papin<br />
para construir um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sino <strong>de</strong> mergulho alimentado da superfície mas casos<br />
<strong>de</strong>stes iremos encontrá-los ao longo da Historia.<br />
• Por volta <strong>de</strong> 1820 o inglês John Deane inventa o capacete <strong>de</strong> mergulhador e o seu<br />
compatriota Augustus Siebe, dando origem a uma empresa construtora <strong>de</strong> material<br />
<strong>de</strong> mergulho que ainda hoje se mantém - a Siebe & Gorman,Ltd - criou o primeiro<br />
escafandro não autónomo, hoje mais conhecido por "pé <strong>de</strong> chumbo", baseando-se<br />
no aligeiramento do sino <strong>de</strong> mergulho.<br />
• Em 1823, o "Smoke Apparatus", sendo patenteado com a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> "Deane's<br />
Patent Diving Dress", era constituído por um fato e um capacete autónomo.<br />
• Em 1825, o inglês Willian H. James, cria um equipamento <strong>de</strong> circuito fechado<br />
contendo um reservatório incorporado com uma pressão <strong>de</strong> 30Kg/cm 2 (30 atmosferas), mas a sua utilização em<br />
profundida<strong>de</strong> era muito limitada.<br />
• Como aperfeiçoamento das válvulas foi possível em 1839 adaptar a este escafandro um fato estanque, levando o<br />
mergulhador uns sapatos com grossas solas <strong>de</strong> chumbo para compensar a sua flutuabilida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>rivava do ar<br />
contido <strong>de</strong>ntro do fato. O mergulhador podia manusear a válvula regulando assim a entrada <strong>de</strong> ar para o fato e a<br />
sua flutuabilida<strong>de</strong>. Este escafandro conhecido como o “pé <strong>de</strong> chumbo“ foi a terceira geração do sino <strong>de</strong> mergulho, e<br />
representava um gran<strong>de</strong> avanço tecnológico com gran<strong>de</strong>s vantagens. O “pé <strong>de</strong> chumbo“, ainda hoje é utilizado por<br />
muitos profissionais no <strong>de</strong>sempenho das suas tarefas sendo consi<strong>de</strong>rado muito capaz <strong>de</strong> cumprir a sua missão.<br />
Este escafandro apresentava alguns perigos habitualmente causa<strong>dos</strong> pelo funcionamento das válvulas:<br />
— primeiro era a possibilida<strong>de</strong> da subida em balão com <strong>de</strong>sastrosas consequências para o mergulhador;<br />
— segunda em caso <strong>de</strong> paragem do fornecimento <strong>de</strong> ar era a possibilida<strong>de</strong> do mergulhador ser autenticamente<br />
aspirado pelo tubo <strong>de</strong> alimentação dada a pressas a que este estava sujeito.<br />
• Até aqui foi a época <strong>dos</strong> escafandros nas autónomos pois os mergulhadores, liga<strong>dos</strong> à superfície por um cabo e a<br />
mangueira <strong>de</strong> alimentação estavam <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e limita<strong>dos</strong>. O homem sonhava nessa altura com um aparelho<br />
mais autónomo. Para isso seria necessário que os mergulhadores pu<strong>de</strong>ssem levar consigo a própria reserva <strong>de</strong> ar<br />
para po<strong>de</strong>rem respirar libertos <strong>de</strong> qualquer engenho da superfície.<br />
• Em 1828, Lernaire d'Augervile consegue o precursor do escafandro autónomo. Construiu um reservatório<br />
suficientemente leve para ser transportado pelo mergulhador e que continha ar à pressão <strong>de</strong> 12 Kg/cm 2 . Este<br />
reservatório fornecia ar a um saco<strong>de</strong> pele flexível colocado no peito do mergulhador. Isto era possível porque o<br />
saco se encontrava à mesma pressas ambiente do mergulhador permitindo assim a respiração.<br />
• Em 1831, o norte-americano Con<strong>de</strong>rt incorpora uma garrafa <strong>de</strong> ar comprimido.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1839, é lhe acrescentado um fato estanque completo com sapatos <strong>de</strong> chumbo (daí o chamar-se<br />
escafandro pé <strong>de</strong> chumbo), no qual o mergulhador ro<strong>de</strong>ado totalmente <strong>de</strong> ar, conservava uma gran<strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
movimentos. Não po<strong>de</strong>remos esquecer que até esta data o ar escapava-se pelas costuras do fato, <strong>de</strong>vido este ser<br />
constituído por duas peças. Isto era conseguido mantendo o fato a um volume constante que era regulado pelo<br />
próprio mergulhador, po<strong>de</strong>ndo, caso ele o <strong>de</strong>sejasse, aumentar ou diminuir, permitindo assim uma regularão i<strong>de</strong>al<br />
da sua flutuabilida<strong>de</strong>. Este escafandro <strong>de</strong> múltiplas vantagens foi adoptado no mundo<br />
inteiro sendo utilizado com as melhores prestações ainda nos nossos dias.<br />
• Ainda em 1839, o equipamento <strong>de</strong> Siebe foi testado com sucesso aquando do salvamento<br />
do navio Royal George afundado em 1782 e que se encontrava a uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
19,8 metros.<br />
• Com a <strong>de</strong>scoberta da possibilida<strong>de</strong> do homem permanecer em imersão, o que passou a<br />
fazer por perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> menor ou maior duração, começaram a surgir diversas doenças a<br />
que chamaram doenças <strong>dos</strong> mergulhadores ou doença <strong>dos</strong> caixões (caixões <strong>de</strong><br />
mergulho).<br />
• Em 1839, Theodore Guillaumet, patenteou o primeiro equipamento autónomo <strong>de</strong><br />
mergulho com ar, e regulador com válvula a pedido.<br />
• Ainda em 1839, o engenheiro George Edwards, aperfeiçoou o <strong>de</strong>senho, criando o fato<br />
integral (seco), patenteado antes por Siebe.<br />
• O ar no capacete tendia a puxar o mergulhador para a superfície, acção esta contrariada<br />
por altura <strong>de</strong> 1850 quando Joseph Gabirol criou o escafandro "pé <strong>de</strong> chumbo".<br />
• Louis Boutan cria um aparelho <strong>de</strong> circuito fechado e é consi<strong>de</strong>rado o primeiro fotografo<br />
submarino.<br />
• Em 1850 o Dr. Paul Bert interessado em conseguir uma solução para evitar as doenças<br />
que afectavam os mergulhadores iniciou o estudo do comportamento do corpo humano sujeito à pressão do meio<br />
em que se encontrava mergulhado e também respirando ar à mesma pressão.<br />
• O Dr. Paul Bert, aproveitando as informações das diversas situações vividas pelos mergulhadores, relacionou-as<br />
com os princípios da física, tais corno os estabeleci<strong>dos</strong> nas leis <strong>de</strong> Boyle-Mariotte, Henry e Dalton.<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
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