Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) HISTÓRIA E CRONOLOGIA DO MERGULHO<br />
• O seu enorme sucesso foi fundamentalmente <strong>de</strong>vido a uma membrana <strong>de</strong> borracha (diafragma) que, ao ser<br />
submetida à pressão da água, fazia com que o regulador fornecesse, à mesma pressão o ar que era respirado pelo,<br />
mergulhador, saído do reservatório on<strong>de</strong> era armazenado á um pressão bastante mais alta.<br />
• Alguns <strong>dos</strong> seus inconvenientes era ser um escafandro muito pesado, com corri uma membrana <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
dimensões e com pouca autonomia, <strong>de</strong>vido à baixa pressão existente na garrafa (30 Kg/cm 2 ), estando a válvula <strong>de</strong><br />
escape (bico <strong>de</strong> pato) colocada entre o regulador e o bocal.<br />
• Em 1865 Rouquayrol e Denayrouze criam o primeiro escafandro autónomo que, tudo leva a crer, serviu <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />
a Júlio Verne para equipar os homens do “Capitão Nemo”.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1869, Júlio Verne, compreen<strong>de</strong> o que o futuro reservaria à aplicação <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>scoberta, que ele introduz<br />
no seu livro “20.000 Léguas Submarinas”, transposto mais tar<strong>de</strong> para o cinema, no qual o capitão Nemo e os seus<br />
homens caminham no fundo do mar equipa<strong>dos</strong> com o escafandro do engenheiro Rouquayrol e do oficial da<br />
marinha francesa Denayrouze.<br />
• O regulador <strong>de</strong> Rouquayrol-Denayrouze foi ainda aplicado a aparelhos <strong>de</strong> gasogénio para os automóveis.<br />
• No entanto a tecnologia <strong>de</strong>ssa época limitou gran<strong>de</strong>mente a utilização <strong>de</strong>sse aparelho.<br />
• Na realida<strong>de</strong> os trabalhos submarinos obrigavam na sua maioria a tempos <strong>de</strong> permanência muito gran<strong>de</strong>s a<br />
profundida<strong>de</strong>s que atingiam os 30 metros, que a baixa pressão a que se podia carregar o reservatório não permitia<br />
a armazenagem da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar minimamente necessária.<br />
• Por tal facto, durante os 70 anos que se seguiram a esta invenção, os "trabalhadores do mar" continuaram a ser<br />
"pés <strong>de</strong> chumbo", utilizando o escafandro Rouquayrol-Denayrouze alimentado da superfície através dum tubo<br />
ligado a uma bomba.<br />
• No ano <strong>de</strong> 1870, Paul Bert, pai da fisiologia do mergulho, equaciona por volta <strong>de</strong> 1870 os<br />
principais problemas <strong>de</strong>ste ramo da ciência e, em particular, os da <strong>de</strong>scompressão. Estes<br />
estu<strong>dos</strong> que iniciara em 1850, visavam o comportamento do corpo humano em ambientes<br />
hiperbáricos (pressão superior à atmosférica). Paul Bert i<strong>de</strong>ntifica finalmente a bolha<br />
observada por Boyle, cerca <strong>de</strong> duzentos anos antes, como sendo <strong>de</strong> azoto e relacionada<br />
com a libertação <strong>de</strong>ste gás no interior do organismo no regresso à superfície.<br />
• Entre 1876 e 1879, o marinheiro mercante inglês Henry Albert Fleuss, cria o primeiro<br />
aparelho <strong>de</strong> circuito fechado. Este aparelho funcionava com ima garrafa <strong>de</strong> oxigénio <strong>de</strong> 30<br />
Kg/cm 2 <strong>de</strong> pressão, e tinha um cartucho que filtrava o ar expirado para reter o CO2. Com<br />
este equipamento o mergulhador podia estar submergido a 3 horas a profundida<strong>de</strong> inferiores a 8 metros.<br />
• Em 1880, o aparelho passa os testes executa<strong>dos</strong> num túnel pelo mergulhador Alexan<strong>de</strong>r Lambert, sendo o<br />
aparelho <strong>de</strong>signado por "Fleuss - closed circuit oxigen-rebreather SCUBA".<br />
• Em 1882, os irmãos franceses Carmagnolle, criam um escafandro rígido articulado, mas não era estanque<br />
suficiente, pesava cerca <strong>de</strong> 560Kg e sua utilização foi um <strong>de</strong>sastre. O capacete tinha <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pequenas<br />
escotilhas para facilitar a visão ao mergulhador.<br />
• Em 1893, Louis Boutan, realiza as primeiras fotografias subaquáticas.<br />
• Em 1896, os australianos Alexan<strong>de</strong>r Gordon e John Buchanan, criaram um aparelho, estanque e<br />
reforçado por <strong>de</strong>ntro por espiral <strong>de</strong> ferro, para gran<strong>de</strong>s profundida<strong>de</strong>s.<br />
• Já no nosso século, em 1911, Robert Davis, e a firma inglesa Siebe-Gorman produziu um<br />
aparelho <strong>de</strong> respiração a oxigénio (tipo Davis) <strong>de</strong>stinado fundamentalmente ao salvamento das<br />
equipagens <strong>dos</strong> submarinos (câmara, avental, óculos, etc.).<br />
• Este dispositivo já havia sido sugerido pelo francês Sandala em 1842, <strong>de</strong>vendo-se no entanto a<br />
sua realização a Henry Fleuss que trabalhava na a firma inglesa Siebe-Gorman, que lançou o<br />
equipamento Davis em 1911, o seu célebre escafandro <strong>de</strong> circuito fechado. Trabalhando com<br />
oxigénio puro ainda hoje, sem gran<strong>de</strong>s variações, é utilizado pelas marinhas <strong>de</strong> todo o mundo.<br />
Foram segui<strong>dos</strong> por outros fabricantes, nomeadamente:<br />
— na Alemanha - Dräger<br />
— na Itália - Pirelli<br />
— na França - Oxygers<br />
• Durante a Segunda Guerra Mundial, foi construído pela Siebe na Inglaterra, pela<br />
Dräeger na Alemanha e pela Pirelli na Itália. Concebe o escafandro <strong>de</strong> circuito fechado<br />
alimentado com Oxigénio puro e uma substância absorvendo o CO2. Este escafandro<br />
tem duas particularida<strong>de</strong>s muito interessantes:<br />
— A primeira era o facto <strong>de</strong> ser alimentado por oxigénio em vez <strong>de</strong> ar comprimido, o<br />
que a partida põe algumas restrições ao seu uso por ser mais susceptível e aos<br />
erros <strong>de</strong> manuseamento e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r provocar intoxicações, limitando a sua<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />
— A segunda consiste no facto <strong>de</strong>ste escafandro ser <strong>de</strong> circuito fechado, isto e, nas<br />
há libertação da mistura respirável para o exterior sendo esta repetidamente<br />
reciclada. Isto permite que o mergulhador não seja <strong>de</strong>tectado da supercilie, pelo<br />
que logo foi adaptado pelas marinhas <strong>de</strong> guerra.<br />
• Em Portugal e na gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> países este tipo <strong>de</strong> escafandro <strong>de</strong> circuito<br />
fechado está reservado para fins militares, sendo interdito o seu uso aos amadores. É<br />
constituído por um saco <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong>formáveis que o mergulhador usa ao peito. A pressão hidrostática exerce-se<br />
nas pare<strong>de</strong>s do saco, transmitindo-se ao seu interior uniformizando as pressões, permitindo assim a respiração. Do<br />
saco saem duas traqueias que se unem num bocal, sendo uma <strong>de</strong> admissão, e outra <strong>de</strong> escape. Dentro do saco,<br />
junto á traqueia <strong>de</strong> escape, existe um filtro <strong>de</strong>caí sodada para fixar e reter o anidrido carbónico resultante da<br />
Proprieda<strong>de</strong> da NASAL<br />
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