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Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores

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Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />

NOTAS:<br />

<strong>Mergulho</strong> em Água Doce<br />

• Normalmente o mergulho é associado ao mar. Mas o mergulhador que só mergulha em água salgada está<br />

certamente per<strong>de</strong>ndo diversas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mergulhar, algumas vezes em pontos que são frequentemente<br />

cita<strong>dos</strong> entre os melhores mergulhos do mundo. O mergulho em águas doces é bastante popular nos EUA e em<br />

alguns países da Europa.<br />

• Locais como rios, lagos, represas e pedreiras po<strong>de</strong>m se mostrar excelentes pontos <strong>de</strong> mergulho. Muitas vezes são<br />

mais próximos <strong>dos</strong> gran<strong>de</strong>s centros populacionais (evitando longas viagens para se chegar ao mar) ou possuem<br />

atractivos especiais, como visibilida<strong>de</strong>s surpreen<strong>de</strong>ntes ou naufrágios em perfeito estado (já que a água doce<br />

permite uma melhor conservação <strong>dos</strong> objectos). Na pior das hipóteses, lagos próximos <strong>de</strong> casa po<strong>de</strong>m ser<br />

excelentes locais para treino.<br />

• Geralmente iniciado a partir <strong>de</strong> terra (dispensando o uso <strong>de</strong> um barco), o mergulho em águas doces normalmente<br />

oferece menos dificulda<strong>de</strong>s que o mergulho no mar. No entanto cuida<strong>dos</strong> especiais são necessários com relação a<br />

altitu<strong>de</strong>, visibilida<strong>de</strong>, correntes, temperatura e poluição, já que estes factores apresentam faixas <strong>de</strong> variação muito<br />

maiores que as encontradas no mar.<br />

• Nos EUA os Gran<strong>de</strong>s Lagos (junto à fronteira com o Canadá) estão entre os locais favoritos para mergulho em<br />

naufrágios, já que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século passado são uma das mais importantes vias <strong>de</strong> navegação daquele país e estão<br />

localiza<strong>dos</strong> numa região cujo clima favorece aci<strong>de</strong>ntes com embarcações (são centenas <strong>de</strong> naufrágios cataloga<strong>dos</strong><br />

e ainda muitos por serem <strong>de</strong>scobertos). A região central da Florida é um verda<strong>de</strong>iro oásis para os mergulhadores<br />

especializa<strong>dos</strong> na exploração <strong>de</strong> cavernas. No centro <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> encontra-se um <strong>dos</strong> mais sofistica<strong>dos</strong><br />

resorts <strong>de</strong>dica<strong>dos</strong> ao mergulho: a mina <strong>de</strong> Bonne Terre. Países como a Suiça formam a maioria <strong>de</strong> seus<br />

mergulhadores em águas doces. Antiga União Soviética explora turisticamente o mergulho em água doces, já que<br />

em seu território encontra-se o lago Baikal (o maior do mundo, com mais <strong>de</strong> 600 km <strong>de</strong> extensão) que abriga mais<br />

<strong>de</strong> 2.500 espécies biológicas diferentes, das quais 1.500 são endémicas (só po<strong>de</strong>m ser encontradas naquele local).<br />

No Brasil, o principal ponto <strong>de</strong> mergulho em águas doces é a região <strong>de</strong> Bonito, no Mato Grosso do Sul. O mergulho<br />

em furnas e pedreiras (e algumas vezes em cavernas) é relativamente comum nos esta<strong>dos</strong> centrais, como Goiás e<br />

Minas Gerais e algumas represas possuem até mesmo restos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s submersas.<br />

Visibilida<strong>de</strong><br />

• Outro passo é conhecer mais sobre mergulho em águas com pouca visibilida<strong>de</strong>. Os rios da região <strong>de</strong> Crystal River<br />

(EUA) possuem em algumas épocas do ano uma visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100 m e na região <strong>de</strong> Bonito é comum<br />

encontrar águas com mais <strong>de</strong> 40 m <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>. No entanto, muitas vezes a visibilida<strong>de</strong> em lagos, represas ou<br />

rios com muito sedimento po<strong>de</strong> variar entre 5 m e absolutamente zero.<br />

• Visibilida<strong>de</strong> boa não é problema para ninguém, mas em Portugal é muito comum o mergulho em águas com pouca<br />

visibilida<strong>de</strong> e é importante estar preparado para isto. A principal causa <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> é a existência<br />

<strong>de</strong> sedimento em suspensão na água. Isto po<strong>de</strong> acontecer em rios (principalmente nos <strong>de</strong> maior volume) ou em<br />

represas, on<strong>de</strong> o lodo do fundo é facilmente levantado por mergulhadores menos experientes.<br />

• No caso <strong>dos</strong> rios com correntes não há muito o que fazer, mas em águas paradas o principal cuidado é ao nadar,<br />

evitando-se que o movimento das barbatanas levante o lodo do fundo. Para isto, valem as técnicas do mergulho em<br />

cavernas: manter sempre as pernas acima do tronco (inclinando-se ou dobrando os joelhos) ou nadar utilizando<br />

movimentos laterais das pernas ao invés do movimento tradicional.<br />

• Em águas com muita suspensão, lanternas são praticamente inúteis, já que acabam ofuscando o mergulhador com<br />

a luz reflectida nas partículas em suspensão.<br />

Correntes<br />

• O mergulho em rios com correnteza exige cuida<strong>dos</strong> adicionais, já que a corrente po<strong>de</strong> jogar o mergulhador contra<br />

obstáculos submersos ou leva-lo para uma posição on<strong>de</strong> a saída da água seja difícil ou até mesmo impossível.<br />

• Antes <strong>de</strong> iniciar o mergulho, avalie a intensida<strong>de</strong> da corrente; muitas vezes não é possível conduzir o mergulho<br />

contra a correnteza e é preciso planejar um local <strong>de</strong> saída diferente do <strong>de</strong> entrada.<br />

• Em geral, as correntes são mais fortes na superfície e no centro <strong>dos</strong> rios, sendo mais fracas no fundo e junto às<br />

margens. Caso o mergulhador seja apanhado em uma corrente, o importante é não per<strong>de</strong>r a calma e nadar em<br />

direcção à margem buscando um ponto <strong>de</strong> saída, já que normalmente é impossível nadar contra a corrente.<br />

Poluição<br />

• A poluição em rios, lagos e represas é muito mais comum que a poluição do mar, principalmente <strong>de</strong>vido ao menor<br />

volume <strong>de</strong> água. Infelizmente, diversas indústrias ainda <strong>de</strong>spejam produtos químicos em nossos rios e um<br />

mergulho em águas contaminadas po<strong>de</strong> ser bastante perigoso ou até mesmo fatal sem o equipamento a<strong>de</strong>quado.<br />

• Antes <strong>de</strong> iniciar um mergulho em um local <strong>de</strong>sconhecido, verifique com as autorida<strong>de</strong>s locais o estado da água e se<br />

existem na região (ou rio acima) indústrias químicas ou estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos que possam contaminar<br />

quimica ou biologicamente a água. Na dúvida, não mergulhe!<br />

Relevo<br />

• Em lagos e represas, antes <strong>de</strong> entrar na água observe o relevo da superfície, muitas vezes ele é uma boa indicação<br />

do tipo <strong>de</strong> fundo que se irá encontrar. Encostas íngremes geralmente significam lagos com laterais íngremes; vales<br />

po<strong>de</strong>m dar uma i<strong>de</strong>ia da profundida<strong>de</strong> máxima do local. Mais que no mar, <strong>de</strong>ve-se tomar cuidado com o tráfego <strong>de</strong><br />

barcos, em especial <strong>de</strong> lanchas rápidas e jet-skis (comuns em represas). Bóias <strong>de</strong> sinalização po<strong>de</strong>m ajudar, mas<br />

seu significado normalmente não é conhecido, assim sendo é importante que não esteja presa ao mergulhador.<br />

Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />

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