Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
Manual de Mergulho - nasal - Universidade dos Açores
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Curso <strong>de</strong> <strong>Mergulho</strong> Nacional (IDP) FÍSICA APLICADA AO MERGULHO<br />
Flutuabilida<strong>de</strong> das roupas<br />
• Em gran<strong>de</strong>s altitu<strong>de</strong>s as bolhas <strong>de</strong> gás no neopréne das roupas húmidas po<strong>de</strong>m expandir, aumentando a<br />
flutuabilida<strong>de</strong> da roupa. Nalguns casos, po<strong>de</strong>m ser necessários até 3 kg <strong>de</strong> lastro adicionais!<br />
Hipoxia na superfície<br />
• Em altitu<strong>de</strong>s superiores a 2.000 m, a menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio disponível no ar atmosférico po<strong>de</strong> causar<br />
sintomas como dispneia (falta <strong>de</strong> ar), aumento da frequência cardíaca e dores <strong>de</strong> cabeça. A principal consequência<br />
é a redução da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar esforços, o que dificulta o transporte <strong>de</strong> equipamentos, a natação na<br />
superfície e até caminhadas para acesso ao local <strong>de</strong> mergulho. Uma vez submerso, o problema <strong>de</strong>saparece, já que<br />
a pressão parcial do oxigénio aumenta significativamente, retornando assim que o mergulhador atinge a superfície.<br />
Densida<strong>de</strong> e altitu<strong>de</strong><br />
• Outra peculiarida<strong>de</strong> do mergulho em altitu<strong>de</strong> que normalmente passa <strong>de</strong>sapercebida pelos inicia<strong>dos</strong> é que lagos e<br />
rios <strong>de</strong> montanha são <strong>de</strong> água doce. A água doce possui uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> ligeiramente menor que a água salgada<br />
do mar (1.000 contra 1.025 kg/l), o que também gera diferenças na leitura <strong>de</strong> profundímetros e na flutuabilida<strong>de</strong>. Os<br />
profundímetros (em geral calibra<strong>dos</strong> para água salgada) indicarão profundida<strong>de</strong>s 2.5% menores que as reais.<br />
• A menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da água faz com que o mergulhador necessite <strong>de</strong> menos lastro (cerca <strong>de</strong> 2,5% do peso do<br />
mergulhador) do que quando mergulhando no mar.<br />
Exemplo <strong>de</strong> mergulho: Suponha que você quer realizar um mergulho <strong>de</strong> 40 minutos a 20 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> em um<br />
lago a 2.400 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Para simplificar, adoptaremos as tabelas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão da USNavy como referência.<br />
Resposta: Se o mergulho fosse no mar, após 40 minutos você po<strong>de</strong>ria retornar à superfície sem paragens <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão e ainda teria 10 minutos <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> fundo antes <strong>de</strong> ter que realizar paragens para <strong>de</strong>scompressão.<br />
No entanto, o mergulho é em altitu<strong>de</strong> e to<strong>dos</strong> os cálculos tem que ser corrigi<strong>dos</strong>. A 2400 m , a pressão atmosférica é <strong>de</strong><br />
apenas 563 mm Hg. Consultando a tabela <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s corrigidas na linha <strong>de</strong> 2.400 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, vemos que o<br />
factor <strong>de</strong> correcção neste caso é <strong>de</strong> 1.350.<br />
O planeamento do mergulho <strong>de</strong>ve ser feito utilizando-se uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 28 m (valor encontrado na intersecção da<br />
linha <strong>de</strong> 2.400 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> com 21 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>), o que implica em uma parada <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong> 15<br />
minutos a 3 m. Ou melhor: 15 minutos a 2.2 m, já que a profundida<strong>de</strong> da parada <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão também precisa ser<br />
corrigida, assim como a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subida (13 m/min).<br />
Computadores nas alturas<br />
• Muitos computadores incorporam os ajustes necessários para o mergulho em altitu<strong>de</strong>, dispensando o uso <strong>de</strong><br />
tabelas e cálculos adicionais. Estes ajustes são particularmente comuns nos computadores que utilizam os mo<strong>de</strong>los<br />
do Prof. Bühlmann, <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> na Suiça, on<strong>de</strong> a maioria <strong>dos</strong> mergulhos são realiza<strong>dos</strong> em lagos e rios <strong>dos</strong><br />
Alpes.<br />
• O Aladin Air X da Uwatec, por exemplo, me<strong>de</strong> a pressão atmosférica a cada minuto, mesmo quando <strong>de</strong>sligado e<br />
ajusta-se automaticamente a quatro zonas distintas: <strong>de</strong> 0 a 1.000 m, <strong>de</strong> 1.000 a 2.000 m, <strong>de</strong> 2.000 a 3.000 m e <strong>de</strong><br />
3.000 a 4.000 m (os cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão são não <strong>de</strong>saconselha<strong>dos</strong> em altitu<strong>de</strong>s superiores a 4.000 m). Se<br />
o computador <strong>de</strong>tecta uma variação significativa <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, ele entra no modo <strong>de</strong> superfície e indica o tempo<br />
necessário para que o mergulhador adapte-se à nova pressão.<br />
• Caso um mergulho seja iniciado antes do final do tempo <strong>de</strong> adaptação, o computador ajusta os tempos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scompressão tratando o mergulho como repetitivo.<br />
• Se você preten<strong>de</strong> utilizar um computador para mergulho em altitu<strong>de</strong>, leia atentamente seu manual para saber se ele<br />
está preparado esta situação, quais seus limites operacionais e se algum procedimento especial <strong>de</strong>ve ser<br />
adoptado.<br />
PRESSÕES PARCIAIS DOS GASES DO AR<br />
• CASO 1 - “Similar ao processo que ocorre com os pulmões <strong>dos</strong><br />
mergulhadores, a pressão parcial (volume constante) <strong>dos</strong> dois gases<br />
com maior percentagem na mistura da composição do ar (Oxigénio e<br />
Azoto), aumenta <strong>de</strong>vido à adição <strong>de</strong> mais moléculas <strong>de</strong> gás (gasosas)”.<br />
• CASO 2 - “Tal como com o que acontece sino <strong>de</strong> mergulho, as pressões<br />
parciais (volume variável) <strong>dos</strong> dois gases com maior percentagem na<br />
mistura da composição do ar (Oxigénio e Azoto), aumenta por causa da<br />
compressão”.<br />
• NOS DOIS CASOS - “O somatório das pressões parciais é<br />
igual(equilibra) à pressão hidrostática e a pressão parcial individual<br />
aumenta em proporção directa (razão) com a pressão absoluta”.<br />
Proprieda<strong>de</strong> do NASAL<br />
Caso 1<br />
Caso 2<br />
121