Revista Cena Internacional

OS DILEMAS CIVILIZATÓRIOS DA GLOBALIZAÇÃO FRENTE AO TERRORISMO FUNDAMENTALISTA
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○ Eduardo Viola • Héctor Ricardo Leis
cinco vetores fundamentais: combate severo ao separatismo chechênio
(imbricado com o terrorismo e o crime global), ainda que incorrendo em
graves violações dos direitos humanos; combate às tendências centrífugas
e corruptas dos governos provinciais; aumento da capacidade de taxação
do Estado e estabelecimento do principio de equilíbrio fiscal; combate ao
crime; definição de uma política externa que procura uma parceria com
Ocidente depois das tentativas erráticas de confronto da fase final do governo
Yeltsin.
2) O aprofundamento da integração da China no capitalismo globalizado:
entrada na OMC; atração gigantesca de investimentos estrangeiros;
legitimação do papel dos empresários dentro do Partido Comunista (o que
abre caminho para um incremento administrado do pluralismo político);
incapacidade dos militares de utilizar em seu favor o bombardeio da
embaixada de Belgrado em 1999 e o incidente do avião espião no Mar da
China Meridional em 2001; assinatura do tratado de Xangai com a Rússia e
governos de ex-repúblicas soviéticas de Ásia Central para combater o
fundamentalismo islâmico.
VII
O ponto de inflexão da macro-tendência de erosão da governabilidade e de sua
contra-tendência é constituído pelos eventos de terrorismo de 11 de setembro. Alem
desses eventos demonstrar o poder destrutivo do terrorismo global sobre vidas e bens
nos EUA, eles afetam de modo geral as bases da governabilidade geral do sistema,
comprometendo tanto o funcionamento da economia nos EUA como nas outras
sociedades com governabilidade integrada na globalização (incluindo aqui as outras
democracias desenvolvidas, as democracias dos países de renda média de Ásia,
América Latina e Europa e a Índia, Rússia e China).
Os eventos de 11 de setembro constituem muito mais que um Pearl Harbour da
globalização e da governabilidade, eles são um ato de barbárie que comprometem o
avanço da civilização no mundo como um todo. Esses atos são reveladores de algo
mais profundo que a realização de uma intenção maldosa por parte de um pequeno
número de terroristas, eles colocam à luz do dia algo impensável para a maior parte da
humanidade até o dia anterior ao 11 de setembro. Esses atos revelam que na
globalização os elementos de civilização e de barbárie estão muito mais confundidos
do que antes era possível de imaginar. Por assim dizer, a fonte do terrorismo do 11 de