Revista Cena Internacional

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INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA LEGAL? ASPECTOS POLÍTICO-HISTÓRICOS
E NEO-COLONIALISMO EXPROPRIATÓRIO
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○ Leonardo Arquimimo de Carvalho
fornecer o inventário fotográfico ao Hudson Institute para confecção do projeto Grandes
Lagos.
Neste mesmo período, inúmeras empresas de prospecção mineral realizavam
investigações clandestinas no território nacional, enquanto aviões norte-americanos
realizavam missões não autorizadas. Durante os trabalhos da Comissão Parlamentar
de Inquérito, que dirigia a investigação da compra de solo amazônico por parte de
estrangeiros, estes fatos foram confirmados.
Do levantamento aerofotogramétrico revelava-se a localização, a possível
extensão e a economicidade da exploração das jazidas. A Região Amazônica, então,
juntamente como outras regiões, passou a ser objeto de negociação 15 . Constituída
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (1970), investigou-se mais de 20 milhões de
hectares – área pouco menor que o Rio Grande do Sul – que foram vendidas à
estrangeiros, em diferentes estados 16 .
O relatório produzido assinalava a constante presença de brasileiros como
intermediário na venda de terras e estrangeiros. Foram apontados como métodos e
processos de aquisição de terra, a compra de antigos proprietários ou posseiros, a
requisição de terras devolutas aos governos estaduais, a grilagem e também a violência.
Constatou-se, ainda, que as terras adquiridas formavam uma linha contínua,
acompanhando nos estados de Mato Grosso e Goiás, o paralelo de 15º, para depois
formar com os demais estados um cordão de isolamento da região amazônica. 17
3.3. O capital internacional na Amazônia
Apurando o processo de desnacionalização da economia brasileira, a Câmara
dos Deputados constatou que já não existiam madeireiras nacionais atuando na região
amazônica 18 . Os projetos de exploração mineral concentravam-se, de modo geral em
mãos não-brasileiras.
No período correspondente aos anos de 1967 a 1970, uma aluvião legislativa
foi editada para incentivar a exploração – financiamento se necessário – e o
desenvolvimento da industria mineral. As autorizações a empresas estrangeiras para
pesquisa e lavra eram quotidianamente expedidas 19 .
Quando aqui aportou, Daniel Ludwig, não tinha dúvidas do que buscava. Uma
vasta experiência em investimentos, nos mais diversos setores da econômica, nos
mais diversos países, apontava as boas oportunidades da bacia Amazônica. O Projeto
Jari foi aprovado pela SUDAM em agosto de 1969. Concebida como indústria
madeireira, obteve isenção de impostos e taxas sobre a importação de máquinas,
equipamentos, peças e acessórios. Até 1979, US$ 18,8 bilhões já tinham sido investidos,