Revista Cena Internacional

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INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA LEGAL? ASPECTOS POLÍTICO-HISTÓRICOS
E NEO-COLONIALISMO EXPROPRIATÓRIO
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○ Leonardo Arquimimo de Carvalho
A condução das políticas amazônicas padece destas moléstias. Os erros do
passado em nada contribuíram para a prevalência da boa-razão nos atos presentes.
Determinados avanços, se observados pela distância da reflexão histórica, acabam
sendo eclipsados por retrocessos imperdoáveis. Em compasso diverso os rumores
mundiais em torno da questão Amazônica ganham corpo. Num ambiente internacional
propício às soluções ditas coletivas, a simples invocação de ‘razões humanitárias’
poderia dar ensejo ao trabalho voluntarioso de forças armadas não locais, dispostas a
garantir a sobrevivência da espécie humana, quiçá assegurando a ‘utilização racional’
do espaço amazônico. Pouco de premonitório ou empírico existe nestas afirmações.
Os fatos falam por si e não podem ser ignorados.
No período posterior a 1964, estabelece-se o paradigma do capitalismo
dependente, visando a produção exportadora. A região amazônica passa a receber
incentivos do Estado e o capital internacional começa a esboçar seus objetivos.
Determinada parcela da representação política nacional aposta na oportunidade destes
novos projetos. No período anterior a 1964, os intentos exploratórios também se
manifestavam de forma contundente, o que não é estranho. O permanente desejo de
explorar tão opulenta e abastada região guiou o desejo de muitos.
Contemporaneamente, discutir a internacionalização deste território, não
implica o questionamento dos conceitos nacionalistas, e muito menos em sua tomada
física por marcos e bandeiras. Há muito, a sutil internacionalização econômica
comanda a degradação do ambiente, com aval indireto – por vezes direto – da política
local. Esforços futurologistas sobre o destino da região não são difíceis. A continuidade
dos projetos expropriatórios e a destruição do espaço harmônico tende a aumentar
geometricamente, enquanto a minimização destes efeitos tende a progredir
aritmeticamente.
Neste sentido, o objetivo inicial será o de relatar alguns aspectos históricos do
processo de colonização exploratória. Destacam-se dois momentos: um posterior e
outro anterior ao ano de 1964, pontuando os momentos mais significativos da
influência estrangeira na região amazônica. O objetivo é demonstrar que o conceito
de soberania brasileira na região sempre esteve submetido a diversas variáveis.
O relato e a análise dos discursos sobre o processo de internacionalização e
desenvolvimento amazônico, apresentado pelos militares brasileiros, é o tópico
seguinte do trabalho. Soma-se a este último relato, elementos contemporâneos
decorrentes da prática adotada pelo Estado na condução das políticas Amazônicas,
ainda, decorrentes da postura do mercado mundial no que tange ao meio ambiente, e
da ação de novos atores no ambiente internacional, com reflexos na questão amazônica.
Estes elementos contemporâneos demonstram um aparente desinteresse no processo