Revista Cena Internacional

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INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA LEGAL? ASPECTOS POLÍTICO-HISTÓRICOS
E NEO-COLONIALISMO EXPROPRIATÓRIO
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○ Leonardo Arquimimo de Carvalho
de grupamentos indígenas, animais, princípios ativos de plantas – a custos baixíssimos.
Também, a estruturação de um sistema de dependência, baseada na devolução de
produtos industrializados à mesma região explorada – agora, paisagem de ‘terra
arrasada’. Os frutos que passam por diversos processos de transformação, acabam por
agregar valores altíssimos e imprescindíveis à manutenção do ciclo de dominação.
6. Conclusão
O ambiente Amazônico é uma celebração da biodiversidade e um reservatório
de imensas riquezas. Obviamente, muitos Estados aspiraram a dominar a região.
Despertou o interesse em face da importância geopolítica do espaço. Posteriormente,
em função da capacidade econômica da região, ou mesmo por ambos os motivos,
conjuntamente.
A soberania representa um dos elementos constitutivos do Estado. Como tal,
manifesta-se quando este age na esfera internacional na presença de seus pares,
reconhecendo sua independência. Quando faz valer sua vontade no ambiente interno,
sem que para tanto dependa de qualquer outra vontade, traça as linhas do conceito
soberano. A relativização deste conceito, porém, manifesta-se em função do poder de
barganha do Estado no ambiente internacional, do grau de dependência de outro Estado
e dos interesses que o mantém, entre outras singelas flexibilizações do conceito.
O fortalecimento de novos atores – com poder significativo – no ambiente
internacional representa um violento golpe no conceito referido. O capital
internacional conquista seus objetivos pauperizando, não somente monetariamente,
os ambientes em que transita.
O território discutido apresenta as condições ideais para o desenvolvimento da
ação narrada. Alia-se a este fato a incapacidade estatal de reger harmoniosamente um
programa para região, baseado no respeito ao ambiente, ao homem, e às ligações frágeis
do ecossistema. Acrescenta-se, ainda, um desconhecimento dos ciclos da vida que
mantém as cadeias alimentares que promovem o equilíbrio local.
A Amazônia apresenta-se como uma incógnita. Muitos segredos permanecem
ocultos – as interações entre ambientes, os ciclos de energia e de água, as estimativas
climáticas, o ecossistema e seus componentes. Torna-se fundamental uma pedagogia
com novas formas de cultivar o solo e tecnologias para o manejo da florestal, para a
pecuária e piscicultura. Há que se aproveitar o elemento cultural indígena que há
muito interage com o ambiente em harmonia e, sobretudo, há que se descobrir a
verdadeira vocação da terra, afastando a exploração bruta e irracional.