Revista Cena Internacional

84
A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA INTERNACIONAL POLICÊNTRICO: ATORES ESTATAIS
E NÃO-ESTATAIS SOCIETAIS NO PÓS-GUERRA FRIA
Rafael Duarte Villa
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
objetivos no bem-estar de todas as unidades políticas e sociais, compreendendo que a
categoria de unidade social inclui os novos atores transnacionais, abrangendo ONGs
ecológicas, de direitos reprodutivos, de minorias étnicas, entre outros. Daí vem que o
interesse internacional descarte a possibilidade de redução aos termos do interesse
nacional. É necessário frisar, porém, que isso não significa que o ponto de vista possa
ser invertido, ou seja, o interesse nacional enquanto mero reflexo do interesse
internacional: no atual patamar histórico, desenvolvem-se dois processos quase
paralelos. O primeiro, caracterizado pela sustentação do interesse nacional a partir no
sistema interestatal; e o segundo, no qual convergem unidades políticas e sociais
transnacionais, que vem a ser o interesse internacional. Talvez possa-se ainda aventar
uma outra questão: em que condições um pode ser absorvido pelo outro? Um realista
afirmaria que o interesse nacional absorve o internacional quando a razão de Estado
assim o determina. Entretanto, a discussão relevante é que, sob a forma de interesse
nacional ou internacional, a síntese sempre é dada pelo princípio permanente da
sobrevivência.
Bibliografia
ALVES, J. A. Lindgren. (1994). Direitos humanos : o significado político da conferência de
Viena. Lua nova, São Paulo, nº 32.
_____. (1995). A Conferência do Cairo sobre População e Desenvolvimento e suas
implicações para as relações internacionais. Working paper, nº 2, abr. São Paulo : NAIPE-
USP.
ARON, Raymond. (1986). Paz e guerra entra as nações. Brasília : Edunb.
_____. (1987). Os últimos anos do século. Rio de Janeiro : Guanabara.
BAPTISTA, Luiz Olavo. (1995). A ONU faz 50 anos : e agora? Estudos avançados, São
Paulo, v. 9, nº 25, p. 187-193, set.-dez.
CHIAPPIN, José R. Novaes. (1986). O paradigma das civilizações, o realismo político e a
nova estratégia de contenção. Estudos avançados, São Paulo, coleção “Documentos”, nº 28,
p. 47-62, nov.
COX, Robert W. & JACOBSON, Harold K. (1990). Uma primeira abordagem : a análise da
tomada de decisão. In : BRAILLARD, Philippe (org.). Teoria das relações internacionais.
Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian.