Projeto - Vamos dar Vida aos Livros - Lúcia Morgado - 2012.pdf
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1. Opções metodológicas: paradigma investigativo e design de estudo<br />
Papel da Biblioteca Escolar na motivação e promoção da leitura: implementação do projeto<br />
“<strong>Vamos</strong> <strong>dar</strong> <strong>Vida</strong> <strong>aos</strong> LIVROS!” – 1º Ciclo<br />
116<br />
Tendo em conta a revisão bibliográfica, particularmente Menezes (2010), no que<br />
diz respeito <strong>aos</strong> métodos de investigação humana, constatamos que os mesmos se<br />
apoiam necessariamente em considerações de natureza ontológica, epistemológica e<br />
metodológica que proporcionam uma determinada visão do mundo. Assim, têm-se<br />
evidenciado dois paradigmas: o quantitativo e o qualitativo.<br />
A investigação quantitativa fundamenta-se no paradigma positivista de Comte.<br />
Concebe-se a realidade como objetiva, em que o investigador e investigado são<br />
entidades independentes e o primeiro pode ter sobre o segundo uma visão objetiva. As<br />
investigações quantitativas usam de forma sistemática processos de medida, métodos<br />
experimentais ou quase-experimentais, análise estatística de dados e modelos<br />
matemáticos para testar hipóteses, identificar relações causais e funcionais. O objeto de<br />
estudo é “externo” e pode ser captado pelo sujeito que procura manter neutralidade,<br />
como se nada o afetasse. Nestes estudos, pode usar-se, por exemplo, uma metodologia<br />
de tipo experimental e manipulativo, assente na formulação de hipóteses – relações<br />
causa-efeito entre variáveis – que, testadas estatística ou laboratorialmente, passam a<br />
constituir leis que explicam a realidade. Assim, reduz-se a realidade a dimensões<br />
mensuráveis e a relações entre factos, tal como acontece nas Ciências Naturais.<br />
Em termos históricos, a investigação feita em Educação começou por adotar os<br />
métodos utilizados nas Ciências Naturais, destacando-se este modelo quantitativo, onde<br />
se privilegia a medição empírica, a validade e fidelidade dessas medidas, recorrendo à<br />
recolha e análise estatística. Efetivamente, a quantificação, o rigor, a medição e a<br />
precisão tiveram implicações nas Ciências Sociais. No entanto, verificava-se que,<br />
frequentemente, havia tendência para distorcer ou simplificar demasiadamente as<br />
complexas realidades sociais. Por isso, começou a utilizar-se outro tipo de dados,<br />
nomeadamente, relatórios verbais, narrativas, autobiografias que podiam ser<br />
interpretados e compreendidos, permitindo um melhor conhecimento da realidade<br />
social. Como tal, nos últimos anos, tem-se verificado uma maior afirmação da<br />
investigação qualitativa em Educação. Bogdan e Biklen (1994), referem que “os dados<br />
recolhidos [são] designados por qualitativos, o que significa ricos em pormenores