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popular e que ecoou mundialmente. Mas, apesar de trazer o mesmo
assunto, o editorial de Istoé o aborda de uma ótica diferente. Enquanto
o editorial de Veja explorou o modo como o mundo, incluindo os
Estados Unidos, lançaram-se em solidariedade para com o país
arrasado pelo terremoto; o editorial de Istoé, assinado por Carlos José
Marques, vai na contramão ao criticar o modo agressivo como os EUA
agiram, dando mais importância ao “esforço para controlar e garantir
a segurança política haitiana” em vez “das necessidades básicas de
vida, resgate e atendimento médico” do povo sofrido daquele país
(trechos transcritos do primeiro parágrafo). Essa postura já é deixada
evidente logo em seu título, “A ocupação do Haiti”, no qual a palavra
“ocupação” é utilizada pejorativamente com o fim de demonstrar
indignação pela forma grosseira como se portaram os americanos
nesse episódio. No fim do texto, aliás, quando escreve “o Haiti não
é um país a ser ocupado, mas ajudado”, Carlos José Marques opõe a
palavra “ocupado”, também presente no título, à palavra “ajudado”,
reforçando assim a opinião de Istoé sobre a postura errônea assumida
pelos EUA.
Através da análise da imagem, levando em conta as três
metafunções descritas por Kress & van Leeuwen (2006) na GDV,
ou seja, a representacional, a interativa e a composicional, podemos
observar de que modo a opinião expressa pelo texto verbal do editorial
de Istoé é reforçada, ou talvez atenuada, pelas escolhas visuais do
editorialista.
Representacionalmente, a imagem nos mostra uma operação
militar envolvendo soldados em primeiro plano, um grande helicóptero
pousado sobre a grama logo atrás, e um segundo helicóptero voando
em último plano. No último plano da imagem, também se observa
um prédio em ruínas. À primeira vista, o leitor que não conhece este
local é incapaz de identificar que prédio é este e tão pouco a que país
134 l Anais Eletrônicos - 2011