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UM ESTUDO DOS CLASSIFICADORES NAS LÍNGUAS INDÍGENAS SABANÊ,
MAMAINDÊ E LAKONDÊ / Edney Alexandre de Oliveira BELO (UFPE)
O Mamaindê conta com vinte e quatro morfemas classificadores,
largamente encontrados e produtivos na língua. Em Mamaindê,
os nomes são tipicamente classificados de acordo com atributos
físicos. Isto inclui características de forma de seres/objetos sólidos
(arredondados, lisos, finos, etc.) e estado físico de entidades não-sólidas
(pó, líquido). Outros se definem por sua função (casa, continente), e
outros por critérios mais abstratos (tempo, lugar, gênero, etc). Alguns
nomes carregam classificadores obrigatórios e vários outros, não.
Apenas quando mudam significado de base eles são obrigatórios. Em
outras instâncias, os classificadores são redundantes e opcionais.
Nessa língua, segundo Eberhard (2007), os classificadores
funcionam mais como adjetivos, sendo formas compostas presas a
raízes para explicá-las de maneira mais precisa quando a raiz, por si
só, não especifica o item em questão 1 . Os classificadores, assim, são
necessários em diversas construções.
Em Lakondê, distinguem-se oito tipos de morfemas classificadores
que acontecem por afixação, designando propriedades físicas de
aparência do referente, ao qual se ligam, como consistência ou forma.
Esses morfemas se assemelham aos sufixos derivacionais e não se tratam
de formas livres. Segundo Stella Telles (TELLES, 2002),
Embora os sufixos em questão não resultem em mudança de
categoria lexical, nos moldes tradicionalmente observados nos
processos derivacionais de línguas europeias, eles têm outras
características tipicamente derivacionais, tais como: são formas
presas, são opacos semanticamente – sua origem lexical não
pode ser recuperada –, são mais lexicais do que gramaticais, não
são obrigatórios, seu escopo é unicamente o núcleo nominal,
não operando em nível da morfossintaxe.
1.Tradução própria
Anais Eletrônicos - 2011 l 79