Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...
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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />
Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />
É, a partir <strong>de</strong> agora, <strong>de</strong> fundamental importância enten<strong>de</strong>r que o<br />
conselho <strong>de</strong> Solón aplica-se somente se houver a i<strong>de</strong>ntificação do crime a<br />
um nível indireto; isto é, àqueles que não são vítimas diretas do fato. Para<br />
isso, é necessário chegar ao parâmetro do discurso da humanização das<br />
penas por meio dos sinais, ou seja, fazer com que cada castigo represente<br />
um sinal do crime que o reporte <strong>em</strong> significação e promova as<br />
sensibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> punição e <strong>de</strong> esquecimento natural frente à idéia da<br />
transgressão. À medida que a discussão do castigo nos aparecerá propícia<br />
para o entendimento da lógica do discurso transgressor, a idéia <strong>de</strong> b<strong>em</strong> e<br />
mal se revelará no ciclo hermenêutico da i<strong>de</strong>ntificação do crime.<br />
1. O punir e a reportação dos sinais na socieda<strong>de</strong> relacional<br />
A fim <strong>de</strong> não submeter o leitor a uma elucidação <strong>de</strong> ord<strong>em</strong> filosófica<br />
sobre a natureza do b<strong>em</strong>, enten<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os a lógica da i<strong>de</strong>ntificação da<br />
violência <strong>em</strong> sua relação direta com a socieda<strong>de</strong> brasileira, sobretudo a<br />
partir dos chamados estudos <strong>de</strong> caráter nacional. Está claro que, para nós,<br />
todos os apontamentos relativos à ética filosófica, feitos até aqui no encalço<br />
da i<strong>de</strong>ntificação do b<strong>em</strong> por meio do castigo, e as lacunas que<br />
possivelmente se abr<strong>em</strong> aos significados socialmente aceitáveis, cujo<br />
Deveria 3<br />
8<br />
8<br />
8<br />
8<br />
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Não <strong>de</strong>veria 6<br />
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Não sabe não<br />
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Essas duas tabelas foram retiradas do estudo, ainda <strong>em</strong> andamento, O significado da violência nos meios <strong>de</strong><br />
comunicação. Os dados reflet<strong>em</strong> que na ausência da funcionalida<strong>de</strong> da justiça pública, os indivíduos, ao que<br />
parece, tend<strong>em</strong> a interiorizar os significados do Estado, revelando um nível <strong>de</strong> justiça individual. A violência<br />
simbólica, então, seria a manifestação inconsciente do exercício <strong>de</strong>ssa justiça íntima materializada no consumo <strong>de</strong><br />
bens simbólicos nos periódicos policiais, nas piadas, nos costumes da Casa Gran<strong>de</strong> e outras manifestações<br />
culturais <strong>em</strong> que a autorida<strong>de</strong> do indivíduo <strong>de</strong>lega valores aos fatos e estados.<br />
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